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Vargas.

Encarei aquele cuzao na minha frente e neguei. Só tô observando esse zé.

Eu: aê, né expulsando não, tá ligado? Mas tu num quer tirar uma folga não? - ele me olhou confuso. - tua barra tá meio feia aqui pô. Tô entendendo qual é a tua mais não. - passei a mão no meu cavanhaque.

Freitas: o que tá pegando, Vargas? - falou preocupado.

Eu: tu é meu parceiro das antiga, pô. Mas ultimamente tu só tá dando pra trás, pisando na bola. Os moleque já tão falando que tô passando a mão demais. - Freitas me olhou sério.

Freitas: tranquilo Vargas. - o mesmo suspirou. - até final de semana eu já dou um jeito de afastar. - ergui a sobrancelha, encarando aquele meliante a minha frente.

Malandro burro mermo. Tinha era tempos que eu tava anotando os passos.

Apesar de ser parceiro, Zé ruela tem vez não. Se eu pegar no erro, é poucas pô. Tem nem caô.

Fiquei calado mermo. A pulga atrás da orelha chega pulava.

Dei as costas pro mesmo e nem olhei pra cara dele.

Eu: espero que tu não esteja de migué pelas costas, Freitas. Ta ligado que esqueço da consideração na hora. - falei sério, deixando o clima tenso na hora.

Nem deixei ele responder, sai voado dali. Minha mulher tava me esperando dentro do carro, tava nem vendo confusão agora.

Assim que cheguei do lado de fora da boca, vi Tody conversando com ela, que ria.

Já fiquei cheio de marra, esse vagabundo não tava querendo lanchar.

Me aproximei já na neurose, tava nem vendo.

Eu: e aí baitola. tu num tava chorando lá dentro querendo lanchar? - falei sério, e o mesmo me olhou debochado.

Tody: e eu não podia ter lanchado aqui? - retrucou e ele bufei.

Eu: doido pra levar uma coça. - ele riu negando. - depois quero trocar um papo contigo, bota fé...

Tody: a não patrão. - choramingou. - eu só tava trocando uma ideia com a patroa sobre a Ingrid. - falou baixo.

Ágata: é... acho que temos alguém decente querendo minha amiga. - comentou, me olhando e logo rindo. - você é um trouxa, Tody. Ela não vai te querer. - riu, tampando a boca.

Tody: ah, eu duvido.. - sacudiu os ombros. - sou brasileiro, tu tá ligada... tô arriado mermo.

Eu: já te dei meu papo. - ele me olhou e eu fiz careta. - mais tarde cola no barraco pra trocar o papo.

Tody: barraco é o meu, rapa. - se levantou, limpando a berma. - tua casa é coisa chique. Marginal metido a playboy. - riu.

Eu: enfia o palhaço no cu logo, filho da puta. - falei estressado, pegando minha pistola.

Ele gargalhou e saiu dali correndo.

[..]

Eu: quer fazer o que hoje? - olhei pra ela, que tava deitada no sofá, com as pernas em cima de mim.

Ágata: nada. - disse despreocupada. - só continua com a massagem, minha perna tá dolorida. - reclamou.

Eu: amor, você tem que caminhar. - ela me olhou séria. - tô dando o papo mermo.. até pra ir na esquina, você quer ir de carro. Por isso fica sentindo dor. - ela respirou fundo.

Ágata: é a barriga também, amor. - se defendeu e eu ri fraco. - para, tô falando sério. - falou manhosa e eu concordei.

Ficamos jogando conversa fora, era maneiro ficar ali com ela, na paz. Era até estranho pra falar a real.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora