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Ingrid.

Encarei ele a minha frente, tava com a maior cara lavada.

Era até incrível como a cara nem queimava.

Respirei fundo.

Parecia até estar falando a verdade. Mas se eu bem conheço, está fazendo isso pra me desmontar, conseguir o que quer e depois fazer a mesma coisa, tudo de novo.

Respirei fundo. Eu não podia cair no papinho de novo.

Eu: tá desculpado. - falei tomando um gole de água. - está pensando em ir pra onde? - mudei de assunto.

Freitas: tô vendo com uns mano meu... - disse olhando pras mãos. - tá dando desculpa na moral mermo? Ou ficou com dó? - riu nervoso.

Eu: Freitas, eu não levo rancor dentro do meu coração. - falei sincera. - faz mal pra saúde.

Freitas: tu nem tá botando fé nas minhas palavras né? - me olhou, e eu sacudi os ombros.

Eu: não estou falando nada. - levantei as mãos. - você pediu desculpas, eu aceitei. Era só isso? Acho que já posso ir. - me levantei, não querendo prolongar o assunto.

Freitas: para de fugir, pô. - suspirou, passando a mão no cavanhaque.

Aquele homem era um satanás na minha vida.

Eu tava sentindo que se ele continuasse com esse papo, eu ia desculpar e ia parar na merda daquela cama.

Eu: não tô fugindo... só tô evitando algumas coisas. - ri sem graça.

Freitas: quais coisas? - falou sem entender. Revirei os olhos. - te falei que tô na pureza, tu que tá aí na maldade.

Encarei ele, e neguei. O cara sabia sair de uma situação.

Eu: Tá bom. - bufei. - fala logo tudo o que você quer.

Ele me olhou e riu, negando. Bicho ordinário.

Freitas: tem certeza que quer ficar aqui? Tá esfriando. - encarei ele, cínico.

Eu: nenhum problema. Fala logo, cara. - falei impaciente.

Freitas: você entendeu a parte que falei sobre gostar de você? - concordei. - sinto sua falta. - respirei fundo. - você faz falta, a casa tá tão vazia sem você. - encarei o mesmo, e na hora que fui interromper o mesmo negou. - me diz que você não sente nada por mim pô, se você falar eu caio fora, nem fico mais na sua cola. Eu só preciso de um sinal teu. - o mesmo estava nervoso, mais branco que papel, segurei o riso, negando.

Eu: para... - fiz careta. - eu não posso te dá uma certeza de nada. Tenho medo, ficou traumas. Você sabe muito bem o que passei estando contigo. O tanto de vezes que tentei fazer a gente dá certo. - ele abaixou a cabeça. - eu gosto de você sim, mas não é da noite pro dia que eu vou aceitar passar por tudo isso, de novo. - apontei pra nós dois. - uma hora ou outra, alguém vai sair mais machucado. Sem condições. Você fala isso tudo, coisas bonitinhas e depois faz as mesmas coisas, tudo de novo. - me levantei.

Freitas: vou mostrar pra você que mudei. - encarei ele. - eu só preciso saber se tenho passe livre.

Encarei ele, respirando fundo. Minha cabeça tava uma confusão danada.

Medo de deixar acontecer e me lascar de novo.

Melhor sofrer tentando, do que sofrer e nem ter tentado né? Que confusão.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora