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Ágata.

Os dias se passavam arrastando. Eu só ficava dentro de casa, morria de medo de sair e acontecer algo.

Eric vivia aqui também. Aquela bicha num se aguentava ficar longe.

Eric: você tá muito estranha, Boss. - reclamou.

Eu: você sabe de alguma coisa da Ingrid? - a bicha me encarou, pensativa.

Eric: depende da situação. - me olhou e eu neguei.

Eu: porque não me contou? - ele se sentou na cama.

Eric: amiga, ela pediu. - falou inocente. - mas é sério, eles estão falindo. - encarei ele, desentendida. - não era sobre isso?

Eu: falindo? - passei a mão pelo cabelo. - então a confusão é maior do que pensávamos. - ri fraco.

Eric: tem mais coisa? - concordei e o mesmo me olhou chocado. - tô perplexa. Me conta.

Eu: tá devendo traficante. - Eric colocou a mão na boca, abafando um gritinho. - foram pedir ajuda pro meu pai, mas é uma quantia enorme, e papai disse que não conseguia ajudar. É quase nossa fortuna toda.

Eric: Jeová. - se levantou, andando de um lado pro outro.

Eu: Ingrid tá sabendo que é com traficante que eles estão falindo? - Eric me olhou, negando. - é babado viu.

Eric por sua vez, ficou bastante pensativo. Ficou calado um bom tempo.

Eric: Boss, você não me contou do seu rolo com o gostosão lá. - se aproximou sorrindo.

Eu: bicha, aquele homem é de outro mundo. - me abanei, lembrando das nossas transas.

Eric: e a senhora fazendo aquele doce todo em? - riu, toda descarada.

Eu: se eu soubesse que sabia fazer um trabalho lindo, tinha liberado no primeiro dia. - a bicha gargalhou e meu celular apitou.

Peguei o mesmo, vendo uma mensagem da Ingrid e outra do Vargas.

Eu: só falar do codinome, que aparece. - sorri.

Eric: tem é dias que eu tô vendo a senhora dando gelo nele. - ergui a sobrancelha, rindo fraco.

Eu: aquele homem tem cara que vai foder com minha vida. - Eric me olhou com malícia.

Eric: se fosse só com a vida né. - eu ri, dando língua pro mesmo.

Abri a mensagem e li.

Vargas: mais fácil falar com o presidente do que com você. - 14:32

Topa um rolê não? - 14:33

Mó saudade de tu, gostosa. - 14:33

Eric: a mana, se ele gostasse da minha fruta, eu liberava sem dó. - falou igual uma piranha e eu ri. - não deixa essa boy dando sopa por aí não, o tanto de larápia que deve dá em cima desse monumento, não tá escrito.

Eu: tem mensagem da Ingrid também. - murmurei, e Eric me olhou desconfiado.

Eric: o que essa querida está querendo? - colocou a mão na cintura.

Eu: aqui tá dizendo que ela precisa falar comigo. - senti uma sensação horrível e neguei.

Eric: não vai, simples. - falou rápido. - se ela estiver tramando alguma coisa, eu dou na cara dela.

Eu: eu não vou, Eric. - confirmei e Eric parecia mais calmo. - será que eu deveria contar pro meu pai que eu tô saindo com um ex presidiário? - Eric riu.

Eric: vamos pensar nas possibilidades de como ele deve agir. - se sentou na cama.

Eu: não faço nem ideia. - gargalhei.

Meu celular começou a tocar.

Atendi sem ao menos ver quem era.

Eu: oi. - esperei a pessoa responder.

Vargas: tu gosta de ver eu me humilhando pra você né? Mó cretina pô. - eu ri.

Eu: achei que tinha te respondido. - menti.

Vargas: sou nem bobo pra você querer meter pá no meu bigode. - falou sério. - topa ou não pô?

Eu: Eric tá comigo, bofe. - ele resmungou.

Vargas: leva essa cruz. - Eric fez careta. - e manda ele parar de fazer careta.

Eric: esse bofe tem algum tipo de câmera aqui? - falou assustado e eu ri.

Eu: que horas você vem? - me levantei, indo no banheiro, me olhar no espelho.

Vargas: se você não demorar muito, a gente sai daqui agora. - encarei o celular e logo coloquei o mesmo na orelha. Fui até a janela, e vi o carro parado em frente a minha casa.

Eu: como você tinha tanta certeza que eu iria aceitar? - perguntei inconformada.

Vargas: eu sempre consigo o que eu quero. - fiz careta e neguei.

Eu: vou só me trocar.

Desliguei o celular e Eric me olhava curioso.

Eu: não começa. - ele riu.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora