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Ágata.

Acordei super indisposta. Olhei pro lado e ele já não estava ali.

Respirei fundo, sentindo meu corpo pesado.

Me levantei e fui no banheiro, fiz xixi, me sequei e fui escovar os dentes.

Hoje eu já estava pressentindo que o dia seria uma merda.

Enxaguei a boca, sequei meu rosto e sai do banheiro, prendendo meu cabelo.

Meu celular começou a tocar, no visor havia o nome de Vargas.

Eu: bom dia. - sorri fraco.

Vargas: fala minha gata. - falou animado. - mandei uns moleque levar um lanche pá tu aí. - agradeci. - o que foi?

Eu: não tô legal, bofe. - ele resmungou.

Vargas: ih. - fui até a cozinha. - come aí pô, se não melhorar, a gente vai no postinho.

Eu: não se preocupa. - ele bufou. - obrigada pelo lanche, você é um amor. - ri.

Vargas: te vejo mais tarde? - falou manso.

Eu: talvez. Beijos, gostoso. - desliguei.

Nem esperei ele responder. Eu sabia que essa aproximação toda ia dar em alguma merda. De imediato, já me ponho no local da defensiva.

_

Eric: acho que você deveria dar uma chance. - encarei ele.

Eu: não começa, Eric. - fiz careta.

Eric: ela deve ter uma explicação, Boss. - bufei. - sei lá né, é estranho... A gente sempre foi coladas.

Eu: mas ela se afastou porque quis. - dei de ombros. - mas tá bom, vou dar essa chance.

Eric comemorou e eu neguei.

Que loucura.

[..]

Já era noite. Vargas sumiu o dia todo, mandou umas mensagens e logo sumiu.

Estranho? Demais, mas eu não ia atrás.

Ou deveria ir?

Vou nada.

Logo o entregador buzinou, e eu fui buscar minha pizza. Tava numa preguiça sem fim.

Paguei o mesmo e adentrei em casa.

Levei a pizza pra cozinha, peguei um prato, coloquei dois pedaços e refrigerante no copo.

Voltei pra sala e vejo ele ali, parado. Faço careta.

Eu: bater ou chamar é sempre bom. - resmunguei.

Vargas: que nada. - deu de ombros e se aproximou, me dando um beijo.

Eu: você tem que parar com isso. - me afastei dele. - a casa é minha.

Vargas: e você é minha. - deu de ombros e eu neguei. - é minha não? - ergueu a sobrancelha.

Eu: aí Vargas, não começa. - ele da uma risada rouca.

Sabe ser gostoso viu.

O celular do mesmo começou a tocar, ele olhou o visor e negou, desligando o mesmo.

Já fiquei na noia né.

Eu: as outras não dá uma paz né. - ele me olhou.

Vargas: ih, já vai surtar. - riu negando.

Eu: não tô surtando. - falo seria, sentando no sofá.

Vargas: não tem outras, Ágata. - se aproximou e cheirou meu pescoço.

Eu: tô sabendo. - falei debochada.

Ele ficou calado, voltou na cozinha e pegou pizza e refrigerante.

Era uma merda ficar em cima do muro. Porque eu sabia que de um jeito ou de outro, eu ia me foder bonitinho.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora