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Vargas.

Acordei sentindo meu corpo leve, tá ligado?

Lembrei da noite anterior, e já subiu uma alegria. Tá maluco, meu chapa.

Abri os olhos devagar, olhei pro lado e nada daquela demônia.

Ergui a sobrancelha e coloquei a mão na parte vazia, estava gelado.

Dei uma risada nervosa, negando.

Boto fé num bagulho desse não.

Me levantei, fui no banheiro, mijei e fui tomar um banho gelado.

Alegria de malandro dura pouco mermo.

Sai com a toalha enrolada na cintura e fui até o guarda roupa.

Peguei uma cueca e uma bermuda taktel, o dia tava caloroso.

Me vesti, passei desodorante, aquele perfume de lei e penteei o cabelo.

Me olhei no espelho e tava bonitão mermo. Sem caô nenhum.

_

Eu: ae, tu viu a hora que Ágata saiu? - me aproximei do Tody, que fumava um cigarro.

Ele me olhou e negou. Encarei o mano e tô ligado que ele tá mentindo.

Eu: tu tá mandando papo errado em, irmão. - ele me olhou, rindo fraco. - Qual foi, fala logo? - coloquei a mão em cima da pistola que tava na minha cintura.

Tody: tu me deixa viu. - resmungou. - já falei que não sei de nada.

Eu: e eu te conheci ontem né, Zé? - ele riu.

Tody: 05 e pouco, pô. - deu de ombros.

Eu: filha da puta. - sussurrei, negando.

Essa garota me trazia paz, e ao mesmo tempo, atormentava meu juízo.

Eu só queria abrir mão, tá ligado? Mais o bagulho era forte mermo, eu gosto dela.

[..]

Tava fumando meu baseado. Tentando ficar tranquilo. Liguei pra caralho, mandei várias mensagens... Tu teve algum retorno? Teve não meu irmão. Só murro na cara mermo.

Freitas: ih, qual foi dessa cara? - olhei de relance pra ele, e fechei a cara.

Eu: nada. - falei tragando o cigarro.

Freitas: não te conheço né? - se sentou no sofá.

Eu: Ágata, irmão. - passei a mão no cavanhaque. - dormiu comigo pô, saiu antes do galo cantar e nem deu uma ideia que seja. - Freitas me olhou, e logo deu uma risada. - vai vendo, viado do caralho.

Freitas: tô botando fé nisso não, Vargas. - me encarou.

Eu: por isso que eu fico calado, fica aí tirando onda. - falei puto.

Freitas: relaxa, cuzao. - encarei ele. - você acha mermo que uma noite, vocês já reataram é? - riu fraco e eu encarei ele. - Ágata é osso duro de roer.

Eu: tá ajudando é porra nenhuma. - neguei, apagando meu cigarro. - só tá me deixando mais indignado.

Freitas: fica desse modelo aí, que tu vai perder tua dondoquinha. - deu de ombros e eu olhei pro mesmo, sentindo meu sangue ferver.

Eu: tu num tem nada pra fazer não, é? - ele me olhou divertido.

Nem dei confiança pra esse fuleiro, neguei e me levantei pra sair dali.

Aquele fresco sabia entrar na minha mente pô, tem nem caô.

E o burro ainda cai nessa prosa ruim, tá maluco mermo.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora