𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.

73.

Ágata.

Meu celular não parava de tocar. Vargas.

Respirei fundo novamente, desligando o mesmo.

Encarei Eric a minha frente, preparando nosso café da manhã.

Eric: Ingrid pode saber? - encarei a bicha a minha frente, rindo fraco.

Eu: eu não quero que Freitas e Vargas saibam. - dei de ombros.

Eric: Ingrid mandou mensagem. - encarei ele. - dizendo que ontem foi um auê.

Eu: como assim? - tomei um gole do meu café com leite.

Eric: Vargas chegou lá na casa do Freitas. - fiz cara de surpresa. - ela disse que ia vim aqui pra contar.

Eu: ah, então obviamente ela vai ver eu aqui. - Eric concordou. - o que eu não faço por uma fofoquinha né.

Eric: misericórdia. - fez o sinal da cruz, rindo.

A bicha terminou o café, lanchamos, fofocamos e depois fomos assistir algo.

_

Eu: é agora que vamos descobrir a fofoca. - falei pro Eric, que ia abrir a porta rindo.

O mesmo abriu e Ingrid adentrou. Assim que me viu, arregalou os olhos e veio me abraçar.

Didi: meninaaaaa. - gritou, agarrada em mim. - quase que eu morro ontem.

Eu: Eric comentou. - olhei pra mesma, que se sentou ao meu lado. - Conta logooo. - falei ansiosa.

Didi: pois é... Vargas chegou lá transtornado. - contou tudo e eu olhava pra mesma chocada. - daí Freitas deu um murro nele, os dois caíram na porrada. - suspirou.

Eric: esse macho é louco. - disse com a mão na boca, chocada.

Didi: louco é pouco. Ele acha que você saiu de lá porque eu inventei algo. - neguei, respirando fundo.

Eu: ele me agrediu. - dois me olharam assustados. - bom, pra agredir não precisa bater né? Ele pegou umas mensagens do Hugo no celular, tava virado no giraia.

Eric: aí Queen, desculpa falar... Mas pula do barco viu? Melhor se afoga na praia e ter alguém pra salvar, do que morrer de sede na ilha. - concordei, abaixando a cabeça.

Eu tava muito chateada. Não sabia onde errei pra merecer isso tudo.

Didi: a gente te apoia em tudo, você sabe né? Mas se for pra virar uma estatística, melhor sair fora. - encarei ela, limpando uma lágrima que insistia em rolar.

Eu: e essa criança? - fiz bico, olhando a barriguinha saliente.

Eric: é sua. - respondeu rapidamente. - somente sua.

Didi: vamos cuidar. - pegou na minha mão. - e pode ter certeza que o tio quando ficar sabendo, vai ajudar.

Eu: ele vai vim atrás de mim. - me afundei no sofá. - ele parece ser uma pessoa ruim.

Eric: ele não é nem doido de fazer algo com vocês. - sorri fraco.

[..]

Era uma loucura sabe? Uma hora você tá vivendo um conto de fadas, mas depois... A gente entra em um verdadeiro filme de terror.

A gente ver esses filmes de homem tratando bem a mulher, nunca trai... Só em filme mesmo. Na vida real, nada é mamão com açúcar. A vida real é sofrida.

É mais sofrida ainda, quando a gente não faz escolhas certas.

Encarei o teto. Pensando em toda a trajetória da minha vida.

Que merda eu tinha na cabeça em me envolver com um bandido? Não, pior ainda, dono de morro?

Merda das grandes. Achando que ia ser tratada igual rainha, rainha da casa do caralho mesmo.

Respirei fundo, afastando aqueles pensamentos inúteis.

Logo meu celular toca. Olho o visor, número do Hugo.

Quanto mais a gente reza, mais o diabo aparece.

Nem atendi. Queria conversar não.

Nem gastar meu tempo com gente que eu já deixei bem claro minhas intenções. Encheção de saco.