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Ágata.

Os meses se passaram voando.

A vida tava uma loucura.

Mesmo que Vargas tenha cumprido toda a pena no presídio, a polícia tava na cola.

Direto querendo invadir. Rafaela enchendo o saco. Ingrid na loucura com Freitas.

Loucura mesmo.

Eu e Vargas estávamos mais tranquilo. Agindo como dois adultos.

Mas tinha dias e dias né. Então as vezes ele dava os piti dele e eu já me segurava logo pra não mandar ele catar coquinho.

Didi: vamos amiga, por favor. - disse pela milésima vez.

Eu: não tô me sentindo bem, Ingrid. - resmunguei, tampando o rosto com o travesseiro.

Didi: vou falar pro Vargas te levar no hospital. - encarei ela. - que foi? Se você tá passando mal, tem que ir ver o que é. - falou óbvia.

Eu: não quero que Vargas saiba. - respirei fundo. - e eu não quero ter que me estressar.

Didi: estressar com o que? - colocou a mão na cintura. - mete logo o murrão na boca daquela garota.

Eu: meu tempo vale ouro. - pisquei pra ela.

Didi: sei, e aí? Bora ou não? - bufei. - cara, é inauguração.

Eu: Vargas não vai querer. - ela bateu o pé, nervosa.

Didi: eu chamo Freitas e colocou ele pra falar então. - riu, como se fosse um plano infalível.

Eu: então faça isso. - fechei os olhos e ela saiu resmungando.

Eu vivia assim. Era até estranho.

Meu corpo mal agia, e quando queria agir, eu tava na preguiça amuada.

[..]

Acordei com alguém me cutucando. Abri os olhos e vi ele ali, assim que viu eu abrindo os olhos, sorriu.

Respirei fundo e me sentei na cama.

Eu: oi amor. - sorri fraco e dei um selinho nele. - tá aí tem tempo? - ele negou. - que foi?

Vargas: Ingrid falou contigo? - ergui a sobrancelha. - aquela mina é chatona viu.

Eu: ela foi lá mesmo? - ele concordou. - tem jeito não.

Vargas: tá enchendo o saco. - ele deitou no colchão. - quer ir até arrastada.

Eu: eu tô cansada viu. - suspirei. - ainda falei com ela, mas ela disse que ia lá falar com Freitas.

Vargas: e tu quer ir? - encarei ele, pensativa.

Até que eu não queria ir. Mas ficaram colocando tanto fogo, que eu tava começando a pensar na hipótese.

Era inauguração de uma boate. Coisa de granfino.

Eu: queria não, mas até que tô pensando na hipótese. - sorri.

Vargas: então vai se ajeitar pô. - deu um tapinha na minha bunda.

Concordei e fui até o banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho. Ainda bem que no dia anterior, eu tinha ido no salão.

[..]

Terminei de me arrumar, passei um perfume e desci com minha bolsa e meu celular na mão.

Ingrid já tava dando choque com Freitas, e Eric tentando apaziguar. Vargas mexia no celular, bastante focado. Hm.

Me aproximei e vi ele olhando umas armas, até fiquei mais tranquila.

Eu: se for pra ficar brigando, a gente fica em casa. Porque ficar no mesmo carro com vocês, é teste de resistência. - reclamei e os dois se calou.

Didi: eu só não te dou um bandão porque Ágata entrou no meio. - falou seria, em tom de ameaça. Freitas negou rindo. - vai viu.

Eric: aí, chega. - falou impaciente.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹ℯ 𝒶 𝓃ℴ𝓈.Onde histórias criam vida. Descubra agora