Capítulo 10 - Closer to the edge

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Os dias de Anahí não eram dos melhores. Ela fazia questão de se esconder dentro da sala de aula em todos os intervalos e evitava ao máximo sair dali. Era a primeira a chegar e a última a sair do colégio. Não queria de maneira alguma encontrar Alfonso, e durante aquela semana tudo isso pareceu funcionar. Ela não o encontrou uma vez sequer. 

Por mais que seu coração pedisse desesperadamente para vê-lo, a sua razão gritava o contrário, e por isso ela se mantinha firme e forte naquele propósito de se manter bem longe dele. 

Maite: Amiga! - Cantarolou animada se sentando ao lado de Anahí. - Depois de amanhã é o dia da viagem a feira de ciências! Está animada? 

A feira seria a salvação de Anahí. Ficaria dois dias inteiro fora fazendo o que mais gostava: estudando. Isso era motivo suficiente para que ela ficasse animada, mesmo estando aos pedaços por dentro. 

Anahí: Sim! - Fingiu entusiasmo. A vida dela nos últimos dias se baseava nisso, mentir. - Não vejo a hora de sair daqui! - Suspirou aliviada ao ver Maite bater palmas empolgada. Não tinha mentido em tudo, afinal. 

Realmente não via a hora de sair daquele lugar. 

A aula rendeu e como sempre, Anahí surpreendeu seu professor de geometria ao entregar o trabalho impecável a ele. 

Sérgio: Parabéns, Anahí. - A chamou em frente a sala. - Nota máxima mais uma vez. 

Ela sorriu satisfeita, atraindo os olhares de toda a turma. 

Maite: Any, você é o meu orgulho. - A abraçou de lado, e ela sorriu carinhosa pra amiga. - Tenho certeza que ganhará a bolsa fácil, fácil. 

Anahí: Deus te ouça, Mai! - Juntou as mãos. - Eu preciso muito dessa bolsa.

- Já é sua. - Ela se virou assustada, e se surpreendeu ao ver o garoto ali, ao seu lado. - Parabéns, Anahí. Eu diria que estou surpreso por ser novamente a melhor da turma, mas a verdade é que isso não me surpreende nem um pouco. - Maite riu baixinho e tentou se retirar de fininho, mas a mão da amiga apertou sua perna, fazendo-a permanecer ali. 

Anahí: Obrigada, Nate. - Sorriu irônica. - Mas não posso dizer que não foi um prazer ser melhor do que você outra vez. Mentir não é o meu forte. - Ela brincou e o garoto riu. 

Nate: Não tem problema, eu já estou acostumado a perder pra você. - Devolveu e ela sorriu sincera. - Podemos tomar um suco? Tem uma questão nesse trabalho que não consegui resolver. 

Anahí olhou pra Maite que fazia sinal de sim desesperadamente, para que a amiga finalmente aceitasse e saísse daquela fossa que Alfonso a jogou. 

Anahí: Tudo bem, eu preciso mesmo registrar bem na minha memória que Nate Turner pediu desesperadamente a minha ajuda em geometria. - Debochou e o garoto riu. 

Nate: Desesperadamente não. - Corrigiu se levantando e ela o seguiu até a lanchonete. - Mas realmente preciso da sua ajuda. 

Pela primeira vez em muito tempo Anahí saia de seu esconderijo sem se preocupar em esbarrar com Alfonso. Estava na companhia de Nate, seu colega de classe. Sempre houve uma certa competição entre os dois alunos para ver quem tinha as melhores notas, e era claro que Anahí ganhava todas. Nate nunca se chateou por isso, pelo contrário, isso o fascinava. Aquela garota tão quieta e misteriosa o intrigava, e depois de anos apenas sustentando aquela admiração, depois de uma boa dose de coragem, finalmente se aproximou. 

O trabalho de geometria estava fácil demais aos olhos de Nate, porém errou aquela questão de propósito apenas para ter uma desculpa para se aproximar dela. 

The last chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora