Dust in the wind

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Segunda feira quando o despertador de Anahí tocou pontualmente as 6:00, com uma enorme dor de cabeça por mais uma noite mal dormida, ela decidiu que era hora de se levantar e voltar ao comando da sua vida. Percebeu de que nada adiantava ficar trancada dentro de seu apartamento evitando de encontrar Alfonso sendo que ainda sentia aquela ferida doer da mesma forma, e não sabia se isso era pela decepção causada por ele ou pelo simples fato de não poder vê-lo. 

Tomou um longo banho enquanto tentava organizar seus pensamentos e sentimentos, mas não era tão fácil assim de bota-los em ordem.

Acordou Samuel como todos os dias, o enchendo de beijos, e também como em todos os dias, o menino acordava de péssimo humor. Assim que ele entrou emburrado no banheiro para tomar seu banho, Anahí foi até a cozinha preparar o seu café. 

Minutos depois, Samuel voltou com a cara ainda mais fechada e se sentou na frente dela sem dizer uma só palavra, o que Anahí estranhou, já que mesmo com mau humor o menino era um tagarela de primeira. 

Anahí: Por que está com essa carinha hoje, meu amor? - Perguntou e ele a olhou chateado. - Vem aqui, diz pra mamãe o que está acontecendo. 

Ele não se moveu para ir ao colo dela, continuou tomando o seu café como se não estivesse prestando atenção no que ela dizia.

Anahí: Samuel? - O chamou e mais uma vez ele a ignorou. - Samuel, eu não estou gostando do que você está fazendo. - Disse calma e ele a olhou. - Conversa comigo, filho. 

Samuel: Eu também não estou gostando do que você está fazendo. - Respondeu enfezado voltando a comer seu pão. 

Ela arqueou as sobrancelhas diante daquela resposta do filho, realmente não podia esperar que fosse algo com ela que estava o deixando daquela maneira. 

Anahí: E o que é que eu estou fazendo? - Cruzou os braços sobre a mesa o encarando curiosa. - Me diz porque eu realmente não sei.

Samuel: Eu estou com saudades do meu pai. - Bufou emburrado. - E você não o deixa vir me vez. - Ela fechou os olhos com força desejando matar Alfonso por qualquer que fosse a história que ele tivesse contado para o filho. 

E como é que ele tinha contado? 

Anahí: Samuel, quem é que está te impedindo de ver seu pai? 

Samuel: A senhora está. - Devolveu irritado. - Ele disse que não pode vir aqui me ver por sua causa! 

Anahí: Ah mas era só o que me faltava! - Se levantou igualmente irritada. - Por minha causa? Quando eu o proibi de vir aqui? 

Samuel: A senhora mandou ele ir embora e nunca mais aparecer na sua frente. - Suspirou triste. - Eu ouvi você mandando ele te esquecer, e ele vai me esquecer também. Vai arrumar outro filho que não tenha a mãe tão chata. 

Anahí parou com os olhos arregalados, não sabia o que mais tinha a atingido ali, a ideia de Alfonso ter um filho com outra mulher ou ser chamada de chata pelo filho de maneira tão direta. 

Ela respirou fundo recobrando a consciência e voltando a se sentar de frente para ele que ainda estava emburrado. Não podia culpa-lo por pensar aquilo, era apenas uma criança que havia presenciado uma discussão nada amigável entre os dois. Mas não tinha nada a ver com ele, nunca teve. Mas nem que tentasse explicar Samuel entenderia que Alfonso não o deixaria outra vez. Aquilo era um medo que ele sempre carregaria dentro dele.

Mas tinha algo a mais que a intrigava naquela história toda. 

Anahí: Como é que você está falando com seu pai, Samuel? - Ele se encolheu na cadeira, e ela percebeu que ele escondia alguma coisa. - Anda, me diga o que você está me escondendo. 

The last chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora