The last chance

More than words

Anahí acordou e o sol estava começando a nascer, sentia os braços de Alfonso pesando em sua cintura e sorriu ao ver a forma possessiva como ele a segurava para si, como se ela fosse fugir a qualquer momento. 

Delicadamente tirou os braços dele de cima dela e foi para o banheiro afim de tomar um longo e relaxante banho após a incrível noite ao lado dele. Enquanto a água caia em sua cabeça, com os olhos fechados os flashes da noite anterior passavam por sua mente, e um incontestável sorriso apareceu em seus lábios, era como se com aquelas memórias ela fosse capaz de sentir tudo aquilo outra vez, e no fundo sentia mesmo. 

Se permitiu ser amada verdadeiramente, e mais do que isso, se permitiu amar depois de longos anos se preservando disso. 

Saiu do chuveiro totalmente renovada, sentia-se pronta e disposta para encarar o que quer que viesse para o dia de hoje, e se sentia preparada para começar a luta por eles. Iria até a casa de seus pais depois de mais um dia de trabalho na A&D e conversaria com seus irmãos, dessa vez não se importaria com a opinião deles, apenas faria o que seu coração dizia ser certo daquela vez. 

Ao entrar no quarto viu os estragos da noite passada, seu celular estava jogado no chão ao lado de sua calcinha, e ela riu os recolhendo se lembrando como haviam ido parar ali. Mais a frente encontrou a cueca de Alfonso jogada ao lado de sua camisa e do outro lado do quarto seus sapatos e meias. Recolheu tudo, e achou perto de sua cama a calça toda revirada que ele havia tirado as pressas e ainda estava do avesso. 

Quando a pegou em mãos para desvia-la um envelope vermelho caiu de dentro do bolso traseiro dele, e ela franziu o cenho o pegando em mãos. Ao virar viu o nome dele escrito com um coração na frente. Se sentou na cama, olhando-o. Ainda dormia profundamente, estava de bruços mas pela respiração pesada dele, ela conseguiu constatar isso. 

Encarou por alguns minutos o envelope em suas mãos, tentada entre abrir e acabar com sua curiosidade ou fechar os olhos e confiar nele de uma vez por todas, o que era o certo a se fazer. 

Ele teria uma boa razão, um bom motivo para justificar aquele envelope em suas coisas com seu nome ali junto de um coração, de forma tão íntima. Da forma que ela achou ser a única. Ela tinha de ser a única. 

Mandou ao inferno a razão que gritava para que ela não fizesse aquilo e abriu, podia não ser nada, ela esperava que não fosse nada. Mas precisava desesperadamente acabar com aquela duvida que naquele momento brotava em sua mente. 

Com o envelope aberto, se levantou e foi até a sala para que não fosse pega no flagra por ele. Já distante o suficiente finalmente tirou o pequeno cartão que tinha dentro, era o convite para uma festa que aconteceria naquele fim de semana, o endereço ela desconhecia e não havia ali resquícios de quem possa ser o remetente.  

Respirou fundo meneando a cabeça. Estava ficando louca e seu ciúme a possuía de forma absurda, e era capaz de cega-la daquela maneira. Se recriminou por estar fazendo aquilo, por estar desconfiando dele daquela forma. 

A campainha de seu apartamento tocou a assustando, o que a fez deixar o cartão e o envelopem caírem no chão. Estava distraída e o medo de ser pega no flagra deixaram-na em alerta. Se abaixou para pegar o envelope e o cartão que agora estava virado, encontrando ali seu remetente e um recado para Alfonso. 

Convite especial para o meu primeiro e único amor, te espero ansiosamente. Com amor, sempre sua Jennifer. 

Anahí sentiu como um soco em seu estômago, como se todo o seu ar tivesse sido roubado e ela não se lembrasse mais como respirar. Sua cabeça girava, atormentada com aquilo que havia acabado de ler. 

Não, não podia ser. 

A campainha tocou mais uma vez, tirando-a de seus devaneios, e mesmo a contragosto, sem ainda sentir o chão sobre seus pés, ela caminhou até a porta e atendeu. Tamanha foi a surpresa ao ver do outro lado Liam com um semblante sério, os olhos fundos, parecia abatido.