Para Anahí aquele dia estava sendo como qualquer um outro, ela estava concentrada em seus estudos sem nem se quer notar algo de estranho, como Alfonso a seguindo por todo canto. Ele tentava de toda forma descobrir mais dela, mas sem sucesso, ela era uma pessoa completamente reservada, e ninguém sabia lhe falar nada que fosse útil, o levando assim a sua ultima e única opção, teria que dar as caras, e assim o faria. Inventaria qualquer desculpa que fosse e se aproximaria dela, mas precisava deixar uma ótima primeira impressão, pois dizem ser a que conta.
Por isso ele a aguardou do lado de fora da sua sala, estava com a sua jaqueta do time de basquete, encostado com o pé na parede, as mãos no bolso e assobiava quando o sino por fim bateu e eles foram dispensados da aula.
Ele a procurou atentamente com o olhar, até a avistar. Ela era ainda mais estranha se parasse para reparar, era como se ela não tivesse um corpo por debaixo daquelas roupas largas, seus olhos eram impossíveis de serem vistos, e os dentes todos repletos de aparelho metálico. Suspirando fundo ele decidiu seguir em frente, pois definitivamente valeria a pena. Por Jennifer, aquele sacrifício valeria.
Por isso se aproximou sorrateiramente dela, enquanto a mesma guardava alguns livros distraída em seu armário, e sem ninguém por perto, resolveu tentar.
Alfonso: Oi. - Disse por trás dela, prendendo o riso ao vê-la saltar assustada, colocando a mão no peito, ofegando. - Eu não queria te assustar, me desculpa. - Forçou um riso. - Prazer, Alfonso.
Ela ainda o olhava de forma estranha, como se não acreditasse que era ele mesmo ali, em sua frente. Sua vontade era de correr, correr para o mais longe possível, para um lugar que não fosse possível que ele a encontrasse.
Anahí: Você... - Gaguejou, ainda surpresa por estar na frente dele. - Eu sei quem você é. - Completou por fim e ele sorriu satisfeito. Talvez fosse mais fácil do que ele esperava, afinal.
Alfonso: Então agora é a hora em que você se apresenta. - Sorriu galanteador, tentando ver o efeito que causaria nela. Mas ela apenas o olhava de forma estranha, como se ele fosse uma aberração por estar ali. E então ele desistiu de esperar. - Você é Anahí, não é? - Ela assentiu, engolindo o nó que se formou em sua garganta que impedia que qualquer coisa fosse dita. - Era quem eu estava procurando.
Anahí: So... sou? - Perguntou ainda confusa. - Por que? - Cruzou os braços e ele precisava ser rápido, pensar em alguma coisa.
E se lembrou de algo que viria muito a calhar, o trabalho que sua irmã mais cedo comentou que teria que fazer, e que estava completamente perdida naquela matéria, precisando assim da ajuda da melhor aluna de geometria.
Alfonso: Precisava de ajuda com o trabalho do Sérgio, e soube que é a melhor da escola em geometria. - Ela franziu o cenho, estranhando.
Anahí: Mas nem somos da mesma turma. - Comentou e ele se viu encurralado.
Alfonso: Mas o trabalho é geral, todos precisam fazer. - Ela suspirou. - Vai Anahí, por favor? Me ajuda.
Anahí: Tudo bem, te encontro amanhã no intervalo na biblioteca. - Se deu por vencida e virou as costas para fechar o armário atrás dela. E quando voltou, ele ainda estava ali, a encarando. - O que é? Precisa de mais alguma coisa?
Alfonso: Sim, não nos encontraremos na biblioteca, você vai comigo pra casa depois da aula, lá vamos ficar mais... a vontade. - Completou com um sorriso e ouviu dela um riso debochado.
Anahí: O que te faz pensar que vou a sua casa, Alfonso? - Cruzou novamente os braços, intrigada com aquela insistência toda dele.
Alfonso: É que eu tenho vergonha de que os outros vejam que preciso de ajuda para ir bem nas matérias. - Abaixou a cabeça, fingindo um pesar ao comentar aquilo e funcionou, Anahí sentiu algo dentro dela amolecer ao vê-lo tímido daquele jeito. - Pelo menos em casa vou consegui me concentrar melhor e ninguém me julgará.
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The last chance
FanfictionA vida nem sempre foi muito justa com Anahí. Uma garota que cresceu tendo uma vida normal, uma família humilde onde tudo se era conquistado com muito esforço, mas era um lar repleto de amor. Charlotte e Daniel Portilla sempre fizeram todo o possíve...