Capítulo 17 - There is still time to change

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Anahí esperou mais alguns dias para finalmente se decidir que era hora de contar a verdade a Alfonso. Já não esperava mais nada dele, e não tinha como se decepcionar ainda mais. Estava blindada a qualquer tipo de reação que ele pudesse ter.

Então assim que terminou de organizar suas questões e documentações com o colégio, e ajeitar toda a mudança que aconteceria em breve com Laura e Maite, ela o procurou no colégio. As aulas já tinham se encerrado e estava acontecendo os jogos do fim do campeonato. Imaginou que ele estaria ali, por ser o jogador principal do time. E mesmo o procurando por todos os cantos do colégio, não o encontrou. Já havia desistido quando se lembrou que precisava devolver o livro de literatura, era seu último dia no colégio, e não podia correr o risco de esquecer.

Entrou na biblioteca, e quando ia se dirigindo ao balcão, seus olhos parou na última mesa dali, onde um rapaz tinha cobrindo o rosto o mesmo livro que ela tinha em mãos. Sorriu com aquela coincidência, e se aproximou ao se dar conta de quem se tratava.

Se sentou silenciosa ao lado dele, totalmente envergonhada sem saber exatamente como puxar aquela conversa. Mas não foi necessário.

Ao perceber que não estava mais sozinho, Alfonso abaixou o livro que lia atentamente pronto pra mandar pro espaço quem quer que ousasse atrapalhar a sua leitura. Mas ele não esperava que a encontraria ali, do seu lado, sorrindo de forma tímida.

Anahí: Eu adoro esse livro. - Colocou na mesa o que estava lendo. - Influencia do meu pai.

Alfonso: Agora ele é um dos meus favoritos. - Sorriu sincero ao ver que ela estava tranquila ao seu lado. - Você está bem? - Ela assentiu e seu sorriso aumentou. - Que bom, Any. Fico feliz que tenha vindo falar comigo, eu queria mesmo me desculpar... - Ela o silenciou com o dedo nos lábios dele, de maneira carinhosa e ele sentiu o corpo todo arrepiar com o toque dela.

Não tinha noção do quanto sentia falta até que ela o tocasse outra vez.

Anahí sabia que se não falasse agora, não falaria nunca mais. Ela não queria uma desculpa dele, não se sentia pronta para aquilo ainda, e pra dizer a verdade, não sabia se estaria um dia.

Anahí: Me deixa falar primeiro. - Ele assentiu e ela suspirou. - Eu vim falar com você porque preciso. Alfonso, eu não quero que se sinta pressionado, eu não estou aqui pra isso. - Procurava as palavras, não queria se equivocar com ele, menos ainda perder a coragem, por isso optou por não enrolar. - Eu estou grávida, estou esperando um filho seu.

Alfonso não foi capaz de esboçar nenhuma reação. Ele sentiu a garganta secar, os olhos ardiam e dentro dele um desespero bateu. Ele não era nada, não era ninguém. Como podia ter um filho agora? Como podia ter alguém dependendo dele, sendo que nem ele mesmo se conhecia direito? O coração começou a bater desesperado pelo pânico, ele não sabia o que fazer.

Alfonso: Any, não diz isso. - Pediu com a voz baixa, quase como um murmurio. - Você não pode estar falando sério.

Anahí: Mas eu estou. - Insistiu seca.

Alfonso: Mas não pode! - Se levantou alterado. - Any, eu não sou nada nessa vida, olha o tamanho da bosta que eu fiz com você. Por Deus, quem vai me querer como pai? Eu sou um fracassado. - Cuspiu as palavras desesperado. - Eu não sirvo pra isso. Eu não sirvo pra nada! 

Anahí: Alfonso... - Olhou preocupada para ele, não queria que ele se sentisse daquela forma. 

Alfonso: Any, me diz de quanto você precisa. - Os olhos delas se arregalaram ao ver que ele buscava desesperado pela carteira em seu bolso. - Eu não tenho muito dinheiro aqui, estou ganhando pouco no estágio mas me diz quanto você precisa pra tirar essa criança. - Ela estava completamente incrédula, desacreditada com a reação dele. - Por favor, não permita que essa criança venha ao mundo apenas para sofrer. - Tirou da carteira algumas notas que tinha ali, deixando pra ela. - Cuida disso. E... eu preciso ir.

The last chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora