Assim que Samuel saiu seguindo Nate, Alfonso se sentou no sofá e ficou ali por minutos fitando o chão, completamente arrasado. Sentiu um vazio crescer de forma assustadora dentro dele, e não sabia que podia sentir tanto a falta de algo que nem sequer chegou a viver, simplesmente por provar um pouco daquela dose de Samuel.
Ele queria mais. Desejava como um louco que aquele garoto fosse o filho dele, mesmo sabendo que era impossível, já que anos atrás pagou o aborto para Anahí.
Queria apenas não se sentir tão mal por ter feito aquilo, e talvez apegando todas as suas esperanças em Samuel, diminuísse o vazio que ele sentia pela falta do filho próprio filho.
Estava tão perdido em seus pensamentos que não notou que do outro lado da sala, Anahí observava atentamente o que acontecia ali, e sem gostar nada da atitude do namorado, seguiu para onde ele levou o filho.
Nate: Escuta bem, eu não quero você novamente perto daquele cara, está me entendendo, Samuel? - O garoto concordou cabisbaixo pela bronca que levava.
E ao ouvir aquilo, Anahí sentiu seu sangue ferver, e cruzou os braços se encostando na batente.
Anahí: Como é, Nate? - Semicerrou os olhos vendo o namorado engolir em seco. - O que você estava dizendo ao meu filho?
Nate: Anahí, eu só quero evitar... certas situações.
Anahí: Filho, vem aqui. - Se abaixou o chamando. - O que Nate te disse?
Samuel: Que eu não posso mais brincar com o tio Poncho. - Ainda tinha a cabeça baixa, chateado. - Por que eu não posso brincar com ele, mãe?
Anahí: Olha bem pra mamãe. - Pediu e o garoto levantou o rosto. - Você pode brincar com quem quiser, tá bom? - Viu o sorriso radiante novamente brotar nos lábios do filho e ouviu Nate bufar inconformado. - Não se preocupe com isso. - Ele assentiu sorridente e ela sorriu com o garoto. - Agora vá, e acabe com ele outra vez no xadrez do jeitinho que a mamãe te ensinou. - Piscou para o garoto que saiu correndo em direção a sala.
Nate se virou frustrado a Anahí.
Nate: Você está ficando louca? Vai mesmo permitir que Samuel fique perto daquele cara? - Falava em tom descontrolado. - Não pode ser.
Anahí: Louco está você de achar que pode fazer e falar o que quer pro meu filho! - Gritou alterada. - Quem você acha que é pra fazer o que fez? Presta bem atenção Nate! Ele é meu filho, e você gostando ou não, é filho do Alfonso! E eu acho bom você se acostumar logo com isso!
Laura: Gente, o que está acontecendo aqui? - Correu até os dois que estavam completamente alterados na cozinha. - Dá pra ouvir essa discussão de longe, por favor se acalmem.
Nate: Eu não vou ficar aqui pra assistir esse projeto de família feliz. - Deu as costas saindo da cozinha. - Paciência tem limite, Anahí. E a minha com ele se esgotou há anos atrás quando eu precisei arrumar uma briga com esse babaca pra te defender.
Anahí: Não fizesse! - Se alterou novamente, odiava que ele sempre a lembrasse de tudo o que Alfonso a fez. - Se fosse pra se arrepender dessa forma e sempre ter um motivo pra jogar na minha cara, não fizesse! Eu não te pedi nada, Nate!
Nate: Se eu não fizesse nada, ninguém faria! E você continuaria vitima dele até hoje! - Tentou atingi-la outra vez.
Anahí: E o problema seria todo meu!
Laura: Chega! - Se colocou entre os dois. - Por favor, chega dessa discussão antes que alguém mais escute. - Suspirou. - Nate, vai tomar um ar e depois vocês conversam com calma. - Ele saiu irritado, esbarrando em tudo pela frente e Anahí fechou os olhos, furiosa com a atitude dele. - E você, se acalme e vá até a sala antes que alguém venha atrás de você.
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The last chance
FanfictionA vida nem sempre foi muito justa com Anahí. Uma garota que cresceu tendo uma vida normal, uma família humilde onde tudo se era conquistado com muito esforço, mas era um lar repleto de amor. Charlotte e Daniel Portilla sempre fizeram todo o possíve...