- Ei. - Foi tudo o que Alfonso conseguiu dizer ao acordar em uma cama de hospital e ver Anahí sentada ao seu lado.
Anahí: Oi. - Se levantou ficando ao lado dele. - Você acordou. - Sorriu fraco passando a mão nos cabelos de Alfonso que fechou os olhos por um momento com o carinho. - Está se sentindo bem?
Alfonso: Sim, estou só com um pouco de dor de cabeça. - Tentou se sentar na cama e soltou um gemido de dor. - E o corpo dolorido também. - Ela assentiu vendo a confusão nos olhos dele. - Any, o que houve?
Anahí: Bom, você despencou como uma jaca madura no chão e como é grande demais eu nem tentei segura-lo pois claramente não conseguiria. - Deu de ombros e Alfonso olhou para suas mãos recordando o que tinha acontecido e fechou os olhos com força.
Tinha a esperança de que tudo não tinha passado de um sonho ruim e de que Samuel não estivesse doente, mas a realidade era aquela mesmo e não tinha para onde ele fugir. A verdade é que Alfonso não saberia lidar com isso, era dolorido demais imaginar o sofrimento do filho, e doía mais ainda a ideia de perde-lo.
Não.
Aquilo não podia acontecer nunca.
Sentiu uma pressão no peito que o fez levar as mãos na garganta como se estivesse sendo sufocado, puxou o ar algumas vezes mas ele não vinha, sentiu suas pernas e braços formigarem e deixou que o desespero tomasse conta de si. Seus olhos se arregalaram e Anahí pegou suas mãos, falava com ele mas Alfonso não ouvia, a voz dela estava longe, longe demais...
Anahí: Poncho! - O chamou pela quinta vez e foi nessa que ele conseguiu reconhecer a voz e olha-la, o olhar de desespero, de quem não entendia o que estava acontecendo e não conseguia se recompor. Respirar ficava cada vez mais difícil. - Isso, olha pra mim. - Pediu com a voz calma, o que o fez se desesperar ainda mais por não conseguir ter a mesma calma que ela. - Poncho! Olha pra mim, amor. Olha pra mim. - Pediu mais uma vez e assim ele fez, prendendo seus olhos dentro dos dela. - Isso... - Sorriu sustentando o olhar dele. - Agora tenta diminuir o ritmo da respiração, coloque uma mão sobre o peito e outra sobre a barriga. - Pediu ajudando-o. - Isso, agora inspira pelo nariz, segura a respiração por três segundos e expire pela boca... Não amor, devagar. - Ele repetiu o movimento expirando lentamente.
Aos poucos a respiração dele foi normalizando, as mãos parando de tremer, as pernas diminuindo o formigamento e tinha a impressão de que se sentia mais leve agora. Não sabia se o que tinha o acalmado foi o exercício de respiração ou a forma paciente e carinhosa que Anahí o ajudava. Com toda certeza tinha sido o primeiro, mas ela contribuiu e muito para que seu coração voltasse a bater no ritmo normal.
Por mais que tivesse controlado sua crise, não era possível controlar seus sentimentos. Por isso sem se dar conta já sentia o rosto tomado pelas lágrimas, sentiu os dedos de Anahí se entrelaçarem aos seus e nada foi dito. A cabeça dela encostou em seu peito e ali ela se permitiu desabar com ele, podia parecer forte mas estava morrendo por dentro, o medo a consumia mas sabia que precisava manter-se de pé, pois Samuel, e agora também Alfonso precisam dela.
Alfonso: Eu não posso perder o Samu. - A voz saiu levemente embargada e Anahí apoiou o queixo sobre seu peito o olhando. - Não posso Any, eu não sei... - Fechou os olhos com força deixando as lágrimas virem. - Eu não sei o que fazer, eu sou capaz de morrer se perder o meu menino.
Anahí: Fique calmo. - Pediu beijando a mão dele que ainda estava entrelaçada a sua. - Você não tem fé? Acredite que tudo ficará bem, ele vai ficar bem. - Disse segura, como se quisesse acreditar naquilo mais do que ele. - Sam é forte e vai lutar bravamente pra passar pelo o que for. - Ele assentiu tocando o rosto dela.
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The last chance
FanfictionA vida nem sempre foi muito justa com Anahí. Uma garota que cresceu tendo uma vida normal, uma família humilde onde tudo se era conquistado com muito esforço, mas era um lar repleto de amor. Charlotte e Daniel Portilla sempre fizeram todo o possíve...