Wound healed

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Três anos depois...

- Pai? - Abriu a porta o chamando e viu que Alfonso ainda dormia. - Acorda pai! - Entrou no quarto balançando seus ombros na tentativa de acorda-lo. - Pai! - Respirou fundo impaciente. - Foi você que pediu isso. - Deu três passos pra trás e avançou correndo pulando sobre Alfonso que gemeu ao sentir o impacto sobre seu corpo. - ACORDA PAI!

Alfonso: Au. - Resmungou ainda com os olhos fechados. - O que foi, filho? - Perguntou o olhando. - Por que essa agitação toda logo cedo?

Samuel: A minha mãe tá chegando! - Justificou e Alfonso riu do jeito animado dele. - Você disse que ia comigo buscar ela!

Alfonso: Eu disse. - Confirmou se apoiando sobre os cotovelos. - Mas ela não ia chegar só de tarde? 

Samuel: Mas pai, já é de tarde! - Apontou para o relógio na cabeceira dele, fazendo Alfonso arregalar os olhos. - Vai tomar seu banho antes que a gente se atrase, ela não gosta de esperar. - Disse mandão e Alfonso se levantou rindo, Samuel era tão mandão quanto Anahí e ele amava isso no filho.

Três anos se passaram desde a última e definitiva conversa que teve com Anahí, desde então as conversas tem se limitado ao básico sobre a vida de Samuel, que escolheu passar com Alfonso o tempo que Anahí ficaria fora do país. O que era pra ser apenas um ano acabou emendando em vários outros, tinham projetos e mais projetos para desenvolverem por todos os lados, o que a fez viajar por boa parte do mundo e dominar não apenas as Américas, mas também boa parte da Europa.

Muita coisa mudou durante todo esse tempo, incluindo o estilo de vida de Alfonso. Como havia prometido a Anahí, sua vida durante esse tempo se resumiu a Samuel, tudo o que fazia era pelo filho, eram raras as ocasiões que tirava um tempo para si, e quando fazia a rotina era praticamente a mesma, estava com Christopher, Ethan e Théo em algum bar bebendo, falando de esportes e reclamando da vida, ou com Laura fazendo o que ela mais gostava, cozinhando e fofocando.

Se sentia quase uma dona de casa quando isso acontecia, mas não reclamava, simplesmente adorava tudo aquilo por mais que as vezes o fizesse questionar a própria masculinidade. Até mesmo crochê tinha aprendido a fazer em uma das vezes em que Laura insistiu que precisavam sair e fazer coisas novas, o que a principio Alfonso achou que fosse ser algo completamente diferente, como boliche ou até mesmo dançar por ai. E apesar de reclamar, ele adorava as aulas que fazia com ela, nunca confessou mas achava aquilo algo bem divertido. Sem contar de que fazia para ajudar Laura que passava por um momento bem delicado, e aquilo acabou virando algo deles.  

A amizade com Laura vinha sendo uma surpresa boa Alfonso e muito bem vista por ele, estavam cada vez mais próximos, cada vez mais amigos, ele tinha muito carinho e admiração por ela, e hoje isso era totalmente reciproco, Laura aprendeu com o tempo e a convivência que Alfonso tinha seu valor. 

Por isso abriu um sorriso enorme ao ver o nome dela na tela do seu celular e atendeu da forma mais espontânea possível, mesmo sabendo que ela estava ligando justamente para provoca-lo. 

Alfonso: Fala. - A risada dela foi a primeira coisa que ele ouviu e já imaginava o porque, o que com toda certeza estava por vir. 

Laura: Já está indo buscar minha irmã? - Disparou sem cerimônia e foi a vez de Alfonso rir.

Alfonso: Sabia que tinha me ligado pra me torrar a paciência. - Apoiou o aparelho no ombro enquanto passava seu melhor perfume, o mesmo de treze anos atrás que Anahí sempre adorou. - Não tem ninguém melhor pra você encher não? Não sei, seu noivo talvez? 

Laura: Até tem, mas escolhi você. - Ele sorriu e tinha certeza de que ela fazia o mesmo. - Quem melhor que meu padrinho de casamento pra me aturar? - Ele gargalhou. - Só quero saber como está se sentindo. 

The last chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora