Capítulo LX

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Na manhã seguinte, a única coisa que Chuuya sentiu antes de abrir os olhos foi algo esmagar seu corpo como um pão na chapa, então, iniciado-se assim, uma série de abraços e carícias. Ele realmente não estava entendendo o que acontecia, e por isso empurrou aquele que o abraçava para longe, se enfiando entre as cobertas e se encolhendo como uma bola. Logo ele foi puxado e abraçado como um ursinho de pelúcia, finalmente raciocinando que era seu namorado pelo tom de voz, e aceitando aquilo apesar do corpo estar dolorido. Entretanto, ao entender que era Dazai, ele levantou, batendo suas testas e se assustando enquanto o outro lhe xingava pela dor.

— Por que você acordou cedo? Alguém morreu? — Perguntou em pânico, e o outro franziu o cenho, negando sua pergunta, aparentemente confuso. — Então por que você acordou cedo? — Perguntou confuso, e Dazai afirmou não ser cedo, Chuuya que passou o dia dormindo, então, o moreno lhe mostrou o celular, apontando para o céu. — O dia inteiro? Eu? Por que ninguém me acordou? Quem achou que era normal eu dormir o dia todo? — Reclamou indignado, e Dazai explicou que Chuuya realmente não parece ter saído da cama, mas que Verlaine o medicou e alimentou, perguntando se o ruivo realmente não lembrava. — Acabei de acordar, como você quer que eu lembre de alguma coisa?

— Calminha, vida. Vem aqui, eu vou te explicar enquanto você carrega. Senta. — Pediu, e o ruivo de fios selvagens se aproximou, com a típica cara de sono. Dazai deu dois tapinhas na própria coxa, e o menor deu mais alguns passos até que estivesse a poucos centímetros do moreno, sendo assim, Osamu passou uma das mãos pela cintura do outro, e a outra em sua coxa, o forçando a curvar os joelhos e finalmente sentar, o que o ruivo não negou. — A gente acordou vocês antes de sair, e o Kenzaburo ficou realmente acordado, mas você não quis sair da cama, e ele disse que vinha checar se você tava respondendo, mas você não queria levantar e ele não ia mexer. O Verlaine até veio fazer o almoço e te acordar, ele disse que você não queria comer, então te fez uma vitamina. Você realmente não lembra de ter comido, meu bem? — Perguntou, e o outro, de olhos arregalados, negou, recebendo um afago nas costas. — Você aparentemente dormiu de novo, porque o Kenzaburo disse que te monitorou e nada de você levantar. Eu fui pra escola, tem uns 40 minutos que a gente chegou e foi deixar o Kenza na casa da Sayaka.

— Eu não lembro. — Resmungou, e Dazai deu risada, afirmando saber, enquanto beijava as mãos do ruivo. — To com sede. — Reclamou, e o namorado precavido lhe ofereceu a água que ele próprio trouxe, e estava na escrivaninha. — Não quero pegar. — Reclamou, e o outro disse que pegaria, cessando os beijos em seus braços. — Não quero levantar. — Resmungou, ouvindo o outro dizer que Nakahara não precisava levantar. — Não quero mais água. Deita, Dazai. Eu tô com sono ainda. — Pediu, já empurrando o outro e se aconchegando em seus braços, sentindo o mesmo começar a acariciar suas costas, comentando sobre a possibilidade de Nakahara dormir outra vez. — Eu não vou dormir de novo.

— Vai sim. — Retrucou, ouvindo a respiração tranquila do outro. A febre já tinha baixado, como se Chuuya tivesse se recuperado durante suas longas horas de sono, e ele estava bem, aparentemente. Dazai ficou em silêncio ouvindo os sons que seu namorado fazia, como o ronronar do início e fim de sono que Nakahara sempre fazia, que Dazai achava uma graça. — Viu só? Você dormiu. Amor, você me deixou tão preocupado hoje. Não leu minhas mensagens de manhã, não respondeu quando eu chamei, e não atendeu nenhuma das minhas ligações. — Resmungou, beijando o topo da cabeça do mais novo, fazendo carinho em suas costas. — Eu sei que é só uma gripe, mas meu Deus. Não fique doente outra vez, se alimente direito. — Reclamou, e o outro finalmente respondeu, em um suspiro pesado, Chuuya se encolheu, apertando Osamu e relaxando o corpo. — Vida? Você acordou?

— Se você ficar quieto por uns segundinhos, acho que consigo dormir de novo. — Resmungou, suspirando cansado, e Dazai realmente ficou quieto, fazendo carinho nos fios do menor, que abriu um sorriso bobo com aquilo, se aninhando nos braços do namorado. — Eu gosto disso. — Comentou, o que deixou Osamu animado. Considerando que Dazai quase não recebeu abraços no dia anterior e nem sequer teve permissão para beijar Nakahara, ouvi-lo dizer que gostava do carinho no cabelo era motivo mais que suficiente para ter um grande surto, ainda mais considerando que Chuuya estava em seu colo pela primeira vez em muito tempo. — Acho que eu tô carente. Ficar doente me deixou esquisito. Quero dizer que amo você, mas não parece suficiente.

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