Capítulo II - Linha Azul

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Após se acalmarem em seus lugares, Chuuya retirou o celular do bolso e enviou uma mensagem para seu irmão, avisando ter conseguido entrar no metrô. Após fazer isso, ele guardou o aparelho novamente e encarou o garoto ao seu lado pelo reflexo do vidro. Dazai estava de fones, e estava quieto. Chuuya logo notou que não havia prestado atenção no que haviam feito ou qual metrô estavam pegando, então queria perguntar como funcionavam essas linhas. O ruivo virou o rosto em direção ao moreno que fez o mesmo, o mais novo então tirou um dos lados do fone de ouvido e o entregou para Nakahara, que agradeceu pondo na orelha. Era kpop, mas não sabia dizer qual música. Chuuya era introvertido, mas não era tímido, então ele cutucou a coxa de Osamu e o fez retirar o fone que lhe restava, assim o menor fez o mesmo procurando em sua bolsa um dos papéis com as linhas de metrô e sobre como elas funcionam, coisa que não entrava na cabeça de Nakahara.

— Você pode me explicar como funciona, por favor? Devagar. Fala devagar. Eu ainda tô me acostumando. — Nakahara pediu, e Osamu aceitou ainda sorridente. Ele logo levantou o olhar, parecendo ignorar o papel e atraindo a atenção do ruivo. O moreno estava encarando um homem de meia-idade que olhava em desdém para o ruivo, sem pensar duas vezes, o mais novo mostrou o dedo do meio para o estranho, que pareceu se assustar pela falta de educação do garoto e rapidamente desviou o olhar, Nakahara nunca faria nada assim em um país que não conhece, então estava surpreso também. — Por que fez isso?

— Pra ele se tocar. É desconfortável. Você desce no mesmo lugar que eu, espera. — O mais novo respondeu, guardando os fones e desbloqueando o celular antes de pesquisar o mapa da rede de metrô a internet. Ao abrir as imagens no Google, ele deixou o celular na horizontal para visualizarem melhor, trazendo o aparelho para o centro e fazendo Chuuya se aproximar um pouco mais de si enquanto encarava a tela. Eram apenas duas linhas, mas eram extensas. — Nós pegamos o da linha azul, essa maior.

— Nós viemos daqui, certo? B20. — Nakahara perguntou, apontando para o canto da tela onde havia a estação de Yokohama. Dazai então respondeu de forma positiva, podendo ver um sorriso fraco se formar nos lábios do ruivo que estava contente por acertar. Sinceramente, não tinha ideia de onde estava e provavelmente ainda estaria na estação tentando ligar para seu irmão se não fosse por Osamu.

— E nós vamos descer quase no fim da linha do metrô. Aqui, B29. Center Minami. Cuidado pra não confundir as linhas, okay? Aqui a linha azul e verde param na mesma estação, se pegar a verde vai bater na puta que pariu. — O avisou, e desviou o olhar por um momento para ver o rosto alheio, o que lhe fez dar risada pelo nível de concentração que o ruivo tinha. Chuuya acabou não entendendo o porquê aquele rapaz estava rindo, então fechou a cara irritado. — Desculpa, é que lembrei de um negócio agora.

— Hã... É só isso que eu preciso saber? — Perguntou voltando a se encostar nas paredes do metrô e encarar o outro afirmou com a cabeça guardando o celular no bolso. Osamu se virou para Chuuya, que pendeu a cabeça para o lado, demonstrando a curiosidade que tinha em saber o porquê aquele rapaz estava lhe encarando, bom, além de sua aparência. Pelo olhar curioso de Dazai, parecia querer fazer perguntas, então Nakahara deu espaço para que fizesse, assim iniciando uma conversa um pouco mais longa que a anterior. — Pergunte o que quiser.

— Ficou muito óbvio? Acho que sim, né? Eu te faço uma pergunta e você me faz uma pergunta, os dois saem ganhando. Tudo bem assim pra você? — O maior questionou, recebendo uma resposta positiva do ruivo. Então, os dois pareciam se acomodar melhor, para estarem de frente para o outro. Só então Dazai começou. — De onde você veio?

— Nancy, França. Você gosta de kpop mesmo?

— Gosto, girl grup em específico. Por que veio pro Japão?

— Trabalho do meu irmão. Por que ficou me encarando na aula?

— Você é novo e saiu correndo depois de pisar no meu pé. Quando começou a falar japonês?

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