Capítulo CVI

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Na casa de Elisa, Kenzaburo ficou confuso com o número de funcionários, mas eles não pareciam nada descontentes com o emprego. Era cotidiano para eles, mas a surpresa era terem visita. Desde que Verlaine saiu de casa levando Chuuya, Elisa não recebeu visitas que fossem dormir lá, o que mais acontecia era visitas rápidas dos pais de Rimbaud ou de seus ex colegas militares. Chuuya queria que Dazai e Kenzaburo também gostassem da comida, e eles estavam. A sala de jantar também era bem decorada, a mesa era grande, comportando facilmente 10 pessoas ou mais, Elisa estava na ponta, Chuuya estava ao seu lado esquerdo com Dazai e Kenzaburo no direito, sozinho.

— Elise, amanhã a gente vai dar uma voltinha, tá? — Chuuya avisou, e a mais velha concordou enquanto comia, perguntando para onde foram, embora já soubesse. — A gente só andou um pouquinho no rio Sena e pegamos um barco, foi rápido. Mas foi legal, eu gosto de estar aqui. — Comentou, e Dazai concordou que a cidade era bonita, apesar das pessoas não muito simpáticas. — Isso é verdade. — Comentou, observando Kenzaburo tendo um tanto de dificuldade para segurar o garfo, ele não tinha esse costume, mal sabia segurar uma colher, então Elisa o ajudou, demonstrando como deveria fazer e assim conseguindo fazer o garoto entender. — Elise, eu não te contei! — Disse o ruivo empolgado, chamando a atenção de todos. — Sabe a Odette? Então, ela e o Kenza ficaram grudadinhos hoje, e ela até chamou ele pra sair. — Ao ouvir aquilo, Kenzaburo afirmou ser apenas um convite para passear como Albatross fez, e que não ficou grudado com Odette. — Aham, tá certo. Continua assim pra você ver.

— Que menino idiota, não entendo como você atura. — Resmungou, e Dazai afirmou que Chuuya era um amor, o que deixou Elisa sorridente. Ela gostou de Kenzaburo. Um adolescente firme em suas palavras, mas algo que a incomoda em Oe é sua dificuldade em ser um adolescente em certos momentos como ela viu ele tentando controlar Dazai para não se perder no aeroporto, indo checar sua mala para ver as coisas e não reportando aos adultos seu problema, mas ao amigo. — O Lin vem pra cá amanhã?

— Quem é Lin? — Elisa perguntou, e Chuuya explicou ser a forma que Oe pronunciava o nome de Rimbaud. — Rimbaud, Lin, Limbaud. É. Faz sentido. Ciel falava assim quando era criança. Enfim, ele vem. Disse que quer sair com você. — Explicou, e Oe questionou onde o adulto estava. Elisa raciocinou automaticamente, ela sabia onde seu filho estava, com quem estava, e podia supor o que ele estava fazendo. Ela quase disse em voz alta, mas recordou estarem em um jantar, e não seria nada legal pensar o que estava acontecendo com Rimbaud. — Bebendo. — Respondeu, não era uma mentira, Rimbaud bebeu bastante com seu namorado. — Kenzaburo, eu não sei dizer que horas ele chega. Tem algo na cidade que você queira ver especificamente? — Perguntou curiosa, e Oe afirmou não saber muito sobre o país, já que Adele não morava nele. — Adele? A cantora? — Perguntou, e Chuuya explicou que Oe tinha fascínio por essa artista. Elisa realmente se perguntou se Kenzaburo precisava ir a um neurologista, um rapaz de 16 anos tem hiperfoco em animações desde sua infância, numa cantora britânica que, aparentemente, fala muito sobre para decorarem a informação, tem um pouco de dificuldade em interagir, estranha dependência na mãe e é inflexível na maior parte do tempo. — Kenzaburo, você já foi em um psicólogo? — Perguntou a loira, fazendo Oe franzir o cenho com a pergunta repentina e Chuuya afirmar que não deveria falar daquela forma. — Calado, Ciel. Eu não estou falando com você. — Dito isso, Chuuya realmente ficou quieto, e Kenzaburo afirmou não ter ido a nenhum psicólogo, e ter grande desinteresse. — Certo. — Soprou, realmente pensativa enquanto comia.

— Elise, você e a minha sogra tomaram alguma coisa pra fazer os filhos serem a cópia de vocês no sexo oposto? — Perguntou curioso, e Kenzaburo concordou ser tanta semelhança que chegava a ser estranho. — Né? Não faz sentido. Eu olho pra você, parece que tô olhando pro Verlaine. — Resmungou, e fazendo a loira dar risada, afirmando não ter tomado nada durante sua gravidez. — E hoje em dia? Calma. Você tem quantos anos? — Perguntou, e Elisa respondeu ter 52 anos. — O quê? 52? — Perguntou surpreso, e a outra confirmou. Kenzaburo a analisou por completo, sua aparência não denunciava sua idade realmente. — Isso é mais de meio século, você tem 52? — Questionou novamente recebendo outra resposta positiva. — Vida, a gente vai ficar assim com 52? Sério? Nossa. — Perguntou surpreso, começando a encarar a mais velha como Kenzaburo fazia, já haviam terminado de comer, Chuuya ainda estava lutando para terminar.

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