Capítulo XXIX - Um Dia Com Osamu Dazai

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⚠️ Esse capítulo contém cenas explícitas de violência física, pressão psicológica, assédio sexual, incesto e menções a violência sexual, se você for sensível a algum desses temas, não leia.⚠️

• Adianto que o capítulo é longo, peço desculpas pelos erros ortográficos. E, por favor, não levem em consideração a parte do psicólogo porque eu não tenho formação nenhuma. Aproveitem o capítulo.
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Após sair do trabalho, Dazai colocou seus fones e caminhou fazendo suas danças ridículas no percurso, cumprimentando seus antigos colegas que há tempos tiveram a resposta de que ele estava disposto a parar de usar drogas, então não havia algo que os interessasse em conversar. Ele estava com algumas sacolas de coisas que comprou tanto na loja quanto na excursão, e planejava enfim entregar o restante dos presentes ao ruivo ansioso que vez ou outra lhe pedia para ler o caderno. Chegando na rua de casa, ele checou em alguns bares se seu pai estava por lá e se tranquilizou ao ver que o homem estava lá, significa que ele pode ficar algumas horas em casa sozinho. Ele correu para casa, destrancando a porta velha de madeira, e passou pelos corredores, ignorando as paredes ainda sujas pelo sangue seco que ele já nem sabia serem seus ou de sua falecida mãe. Dazai adentrou no quarto que adotou como seu, e fechou a porta, empurrando uma cômoda pequena para sustentar a porta sem tranca. Era uma casa velha e gasta, grande, porém mal cuida. O sangue de sua mãe ainda manchava as paredes de papel e todo o bambu, as bitucas de cigarros espalhadas por aí, concentradas principalmente na cozinha, repleta de garrafas de vidro quebradas, todas garrafas de bebida alcoólica baratas e vazias. O cheiro de maconha estava impregnado em toda a casa, coisa que nunca incomodou Osamu por ser ele o usuário, e seu progenitor sempre usava aquilo como um argumento válido enquanto estava lhe batendo. E, ainda em seu banheiro, o vaso sanitário estava sem a tampa de porcelana da caixa e um pouco manchado, o sangue de sua mãe havia batizado todo o chão, e corroído o branco nos cantos da parede que tocava o chão. Dazai tentou limpar quando voltou para casa nas primeiras semanas, mas não conseguia tirar aquela mancha. E apesar do trabalho de proporcionar dinheiro que ele poderia ter usado para colocar um novo piso e colocar uma nova tampa, ele jamais se daria ao luxo de esquecer o que aconteceu naquele banheiro, e muito menos outra oportunidade para seu progenitor quebrar outra tampa daquelas. Aquele era o lembrete que sempre estaria ali para lembrar Osamu do dia que fracassou, do dia que não pôde defender e proteger aquela pessoa que ele tanto amava. Aquela marca estaria ali todos os dias pelo resto de sua miserável existência para jogar lhe culpa suficiente para fazê-lo tentar cumprir o que disse a si próprio após visitar sua mãe no cinerário, prometendo para si e para ela que lhe faria companhia em breve.

Dazai havia preparado um pequeno caderno, repassando a história curta que estava escrevendo desde que se conheceram, afinal, Chuuya era um personagem novo, era um novo ciclo. Lá, ele colou algumas fotos que tinham juntos, e algumas que tirou de Nakahara, incluindo a do gato de botas, utilizando uma foto pequena do personagem para comparar. Ele havia se dedicado e praticado caligrafia por dias para fazer a letra mais bonita que conseguisse, e finalmente finalizou aquele pequeno caderno. Era um presente para que, se ainda mantiverem contato quando Nakahara se for, ele possa escrever as partes que quer sobre o que acontece em sua vida com novos personagens e, se por acaso voltarem a se encontrar, eles possam ler o que escreveram. Também havia alguns pacotes de gelatina de melancia e morango que Dazai assistiu a vários tutoriais no YouTube para montar três pequenos buquês de flores de gelatina no palito de dente, guardando-os cuidadosamente em uma pequena sacola após colocar algumas frases bobas de piadas internas e o arriscado "Sherek - 1:04:20", que ele certamente pensaria em tirar da sacola. Guardando-os dentro da cômoda para que caso seu pai insistisse em abrir a porta para agredi-lo, não acabasse estragando e amassando os pequenos presentes que estariam protegidos nas gavetas do móvel. Dazai também escreveu uma longa carta sobre como gostava de Nakahara, sua amizade, suas brincadeiras, etc. Havia também um pequeno rabisco onde ele dizia gostar de Chuuya além de apenas amizade, mas estava riscado em linhas grossas pela caneta que usava, com receio de ser algo arriscado. Há alguns dias, mesmo antes do aniversário de Nakahara, Osamu pediu para Rimbaud lhe perguntar sobre suas flores favoritas, e uma receita de bolo que pudesse fazer, mas ele falhou em suas três tentativas de fazer um bolo, algo na massa sempre dava errado, ou queimava. Seus dedos estavam com alguns bandaids por suas tentativas de cortar os papéis dos buquês, de tentar fazer os bolos, e dos vales que escreveu. Vale desejo, vale beijos e abraços ilimitados, vale massagem, etc. Havia vários, um envelope grande e mal colado, porém feito com grande esforço e desenhos bobos com as máscaras do Homem Aranha para enfeitar. Feito tudo isso, estava faltando apenas a flor que Osamu pegaria antes de ir ao psicólogo na floricultura. Não era um grande buquê, estavam fora do orçamento, era uma rosa-vermelha que ele passou alguns dias buscando nas floriculturas que via mais movimentadas. Guardando todas essas coisas, Dazai pegou sua bolsa, retirou de lá a marmita que Verlaine lhe deu no trabalho quando passou por lá, e acendeu um incenso, pondo ao lado do pequeno santuário que fez para sua mãe, se ajoelhando diante da mesma ao desabotoar parte do uniforme.

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