Capítulo LXVII

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Ao fim de sua despedida com o sol e o mar, Chuuya suspirou, parando de cantar e chamando Oe para voltar, ouvindo o maior afirmar, vestindo a camisa e também pegando as próprias coisas. Rumo a estação, eles caminharam sem conversar, a lua já estava no céu e eles apenas passaram na conveniência outra vez, já que Chuuya precisava de mais água e um bolinho de arroz, o que Oe também comeu. Chegando finalmente no vagão, sentados lado a lado, Kenzaburo retirou o celular do bolso e seus fones, recebendo a atenção de Chuuya que também queria ouvir música. Sem querer negar, o moreno entregou um dos lados do fone ao ruivo curioso e lhe emprestou o celular, deixando que o mesmo escolhesse algumas músicas da playlist.

Apesar dos gostos semelhantes em diversas coisas, música não era exatamente uma delas. Enquanto Kenzaburo prefere músicas tranquilas, Chuuya gosta das agitadas que o fazem querer dançar, mas sabiam chegar em um acordo. "Santa Kaya - Ponto de Equilíbrio", "Chase the Devi - Max Romeo", "Eduardo E Mônica - Legião Urbana", "Lágrimas (part. Gal Costa) - Baco Exu do Blues" "Starry Eyes - Cigarettes After Sex" e " Je Te Laisserai Des Mots - Patrick Watson", Kenzaburo preferiu as últimas do que as primeiras, mas também elogiou a música de Legião Urbana, curioso a respeito, ele mexeu no celular por um tempo, adicionando algumas músicas famosas em sua playlist para ouvir em outrora. Entretanto, enquanto fazia isso, recebeu uma enxurrada de mensagens de Dazai surtando porque Chuuya havia desaparecido e não atendia ao telefone. 

— Você não avisou pro Dazai que tava bem, seu filhote de ariranha? — Perguntou o moreno indignado, e o ruivo claramente demorou para raciocinar que passou o dia inteiro com o celular desligado. Nakahara explicou que havia desligado no metrô quando ficou nervoso no início do dia, e não o tocou desde então. Desesperado, o mesmo buscou pelo celular no bolso da calça, que estava na bolsa, e ligou o mesmo de volta, assistindo o número de notificações chegar nos três dígitos. Havia ligações perdidas de Verlaine, Dazai, Rimbaud e Oda, todos preocupados enviando mensagens. — Espera, eles mandaram agora pouco. Sério que você passou o dia fora e só notaram sua falta agora? 

— Dazai me obedece quando eu digo que não quero que ele mande mensagens. — Resmungou, e Oe revirou os olhos, ordenando que o mesmo enviasse mensagens e ligasse de uma vez para os demais notificando que estava bem. — Eu não, tá doido? Eles vão brigar comigo. — Disse nervoso, guardando o celular outra vez. Entretanto, já estavam em casa, o vagão abriu suas portas e Kenzaburo o puxou para fora antes que os outros pudessem fazê-lo, enquanto isso, ligava para Dazai, a fim de avisá-lo para vir a estação. — Eu resolvo isso, me solta. — Resmungou irritado, mas Kenzaburo ordenou que ficasse quieto. Apesar de precisar ficar sozinho, Chuuya tem pessoas que se importam consigo e merecem ao menos uma mensagem para saber que está tudo bem. Passar o dia inteiro longe não era um problema, não notificar que estava seguro era. — O que você tem a ver com isso? 

— Se eu estivesse no lugar dele, eu estaria pirando. E você não pode ser irresponsável com suas atitudes ao ponto de deixar o seu namorado e seus pais sem notícias suas o dia inteiro, garoto. É tão óbvio. — Reclamou Oe, largando Nakahara, que franziu o cenho irritado. — Eles podem ficar irritados, mas só porque estão preocupados. Querer adiar o seu sofrimento não vai te ajudar em nada, ele vem uma hora ou outra e nada que você faça pode impedir isso. Só aumenta a sua ansiedade. Você vai precisar sentir, nesse caso, você vai precisar ouvir meia hora de bronca. — Reclamou o mais velho, e Chuuya suspirou irritado, amarrando os fios e se preparando de fato para ouvir a bronca de seu irmão. 

— Você tá ficando doido de sumir por um dia inteiro e não dar notícias? O que foi que eu te ensinei desde sempre? — Perguntou Verlaine irritado, descendo do carro que acabara de pegar para procurar pelo irmão. O loiro caminhou em sua direção com passos pesados, esticando os braços e o puxando para si no mesmo instante, envolvendo o ruivo em um abraço apertado, beijando o topo de sua cabeça. — Eu achei que você tava com o Dazai, Chuuya. Faz ideia do que eu senti quando ele disse que você tinha saído de lá tão cedo? Nunca mais faça isso. — Resmungou o loiro, segurando o rosto do irmão que estava com os olhos marejados, com receio de levar uma grande bronca. — Eu que fiquei preocupado e você que tá chorando, incrível. Por que você tá aqui? — Perguntou ríspido para Oe enquanto Chuuya escondia o rosto em seu peito o apertando pelo susto, Kenzaburo explicou o que ocorreu, deixando Verlaine um pouco mais aliviado. — Obrigado. 

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