Capítulo LXXVI - A Historia de Nakahara Chuuya (Parte 6)

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⚠️ Esse capítulo contém cenas explícitas de violência física, pressão psicológica, assédio sexual, canibalismo e menção a estupro se você for sensível a algum desses temas, não leia.⚠️

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Preso naquela gaiola, Chuuya passou dias, se recusando a comer. Se seu irmão está morto, assim como seus pais, para ele, de nada vale viver.  O cheiro naquele lugar era insuportável, para alguém que se acostumou a tomar banho todos os dias, passar quase quatro dias e noites sem tomar um único banho era terrível, além disso, o prato de comida que recebeu no primeiro dia, contendo uma carne crua, o fazendo lembrar do pai, que tinha os órgãos expostos de forma vivida em sua memória. Os gritos daqueles que morriam lentamente o estavam atormentando, assim como as palavras de sua mãe, que Chuuya não entendeu uma palavra sequer, tinha a impressão que a mais velha estava apenas tentando gritar seu nome. Ele sequer teve tempo de se despedir deles. As alianças de seus pais não estavam consigo, ele não tinha nada além de uma peça íntima muito maior que ele, era de adulto. Em suas costas, Chuuya tinha uma marca, cortes profundos que rasgaram sua pele expondo a camada fina de gordura, era semelhante a um olho, ou tribais indígenas, em formas modernas, um cybertribal. Eram marcas feitas de propósito, como uma tortura birrenta para a criança que se recusava a comer. Naquele meio tempo, estavam discutindo sobre o que fazer com Chuuya, o resgate deixou de ser atrativo, mas vendê-lo ao tráfico renderia bem mais. Além de tudo, não estavam mais na França, estavam na Espanha, a caminho de Marrocos.

— Então, não acham que a gente precisa fazer ele comer? Sei lá, tem quatro dias que ele não come e nem bebe nada, chora mudo. Esse garoto fala mesmo? — Perguntou um dos sequestradores, Chuuya o apelidou de frango, por ter pernas finas e o tronco forte, seus lábios eram finos, ele tinha barba rala, era um branquelo com síndrome de chefão. Não passava de um louco com uma arma. — Omar, me dá essa faca e essa colher. — Pediu, recebendo-a em seguida. Chuuya o encarou com o olhar vazio que os outros acostumaram, e que Said, o frango, detestava. Parecia o olhar de um perfeito esquizofrênico, mas não passava de psicose, não que isso diminuísse a gravidade da situação. Said pegou o prato de comida que estava lá há quatro dias, um cheiro forte e estava claramente estragado, mas se recusavam a dar outro prato se Chuuya não queria comer o que tinha. Said cortou a carne em pequenos pedaços, ignorando os vermes que lá estavam, ele realmente amassou toda a comida até que virasse uma pasta gosmenta e azeda. Então, o homem soltou seus braços e pernas, o retirando da gaiola. Após quatro dias em uma posição desconfortável sem poder se mover e prendendo o próprio intestino e bexiga, Chuuya estava completamente travado, ele não conseguia movimentar o próprio corpo, Said teve que sentá-lo e prendá-lo outra vez, retirando a fita de sua boca.

Chuuya fala apenas três línguas; francês, japonês e inglês. Ele não entende o que os palestinos dizem, e apenas dois deles sabem falar um pouco de francês, a maioria deles fala apenas árabe ou inglês. Chuuya, confuso com o que acontecia, encarou o frango e que encheu a colher muito maior que a boca do adolescente e pressionou suas bochechas até que eventualmente o ruivo cedesse pela dor que sentia, recebendo uma colherada generosa da comida em sua garganta, ela desceu de forma inconsciente, e o ruivo teve reação, a de querer vomitar quando sentiu alguns dos vermes parecendo a fim de subir em sua garganta o passeando entre a língua. Said não permitiu que o ruivo regurgitar, apenas enfiou os dedos em sua garganta a fim de fazer a comida descer completamente, e obteve sucesso, mas ao ver que o garoto realmente iria vomitar, ele tampou a boca de Nakahara, fazendo o garoto não apenas engolir o próprio vômito quanto "vazar" a comida que voltou, passando pelo nariz do menor, que não conseguiu puxar o ar e começou a chorar, então, Said recebeu um tapa, sendo obrigado a deixar o outro vomitar para não matá-lo. Chuuya vale muito se estiver vivo, morto não tem tanto o que se possa fazer com ele. Bom, não sem infringir tantas leis.

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