Capítulo LI

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Relaxados após terminarem de comer, Verlaine apenas relembrou ao irmão sobre o horário e que deveria voltar para casa, não para a casa de Oda. Eles teriam uma conversa, e Chuuya ficou apreensivo, pensando sobre a estadia de Oe em sua casa. O casal saiu acompanhado de seu filho adotivo, vulgo Kenzaburo, que os acompanhou enquanto falava com Sayaka ao telefone, a garota nervosa já estava na clínica, seu pai estava com ela, a tranquilizando sobre todo aquele nervosismo. Os rapazes foram de metrô, o casal dividia o fone enquanto Kenzaburo continuava trocando mensagens com a garota, enviando fotos de bichinhos e mais coisas aleatórias para distraí-la. Chegando na clínica, todos se cumprimentaram, e Sayaka apresentou seu pai aos amigos, o que o fez ficar um pouco irritado ao ver Chuuya, o confundindo com o rapaz que estava no tribunal. Após uma breve explicação, eles se tranquilizaram, e sentaram aguardando a garota ser chamada.

O pai de Sayaka não era tão alto, na verdade, ele tinha a altura de Dazai, mas todos os itens que usava eram de marcas caras, o que chamou a atenção de Chuuya, que começou a conversar com ele sobre o quão boas e ruins eram tais marcas. E isso fez o pai da garota se interessar pelo rapaz, elogiando sua filha por fazer amizade com alguém inteligente, o homem apontou sobre as luvas da Prada que Nakahara utilizava, e o garoto comentou sobre o quão gastas estavam, mas como as adorava. Sayaka estava quieta e um pouco aflita, estava usando um vestido branco com estampa de flores lilas, junto ao colete da mesma cor, e sapatilhas fechadas também lilas, havia um grande laço em sua cabeça, prendendo os fios para não interferirem em sua visão. Ela estava com a mão na barriga, insegura e frustrada, estava totalmente assustada. Ao ser chamada, foi permitido que a garota fosse acompanhada, já que primeiramente fariam alguns exames. O pai da garota acabou por ir resolver mais algumas coisas a respeito da papelada, enquanto Dazai e Kenzaburo gastavam dinheiro na máquina comprando coisas para Sayaka, deixando apenas Chuuya acompanhá-la nos primeiros exames.

- Sayaka, eles ofereceram pra fazer um ultrassom antes de você assinar os papéis confirmando que quer abortar. - Disse o ruivo, voltando com a enfermeira que entregou os papéis e caneta, os deixando a sós para pensar. A garota travou o maxilar, e segurou o próprio choro, fazendo Chuuya abraçá-la, afagando seus fios enquanto a mesma tremia assustada. - Tá tudo bem, você vai ficar bem. Nós já estamos aqui, você não precisa ver se não quiser. - Disse o rapaz, sem saber o que fazer. Nenhum daqueles acompanhando Sayaka tem útero, ninguém ali sabe a dor que a garota está sentindo ou como confortá-la. Sua mãe e irmã a ignoram, estão sem falar com ela por sua decisão de não prosseguir com a gravidez. Suas amigas não sabem sobre, Sayaka não quer ser lembrada como a garota que engravidou na adolescência, ou "assassina de bebês", como sua mãe a chama. Chuuya estava conflituoso, tentando recordar do rosto do tal sujeito tão parecido com ele, afinal, se Chuuya não tivesse saído do quarto, ou esperado um pouco para ficar sóbrio como Sayaka pediu, talvez nada disso tivesse acontecido. A garota demorou um tempo para se acalmar, e se desculpou por abraçar Chuuya, enquanto o ruivo ainda afagava seus fios e segurava sua mão.

- Eu tô tão, tão cansada! - Resmungou, escondendo o rosto choroso. - Minha vida tá um caos, minha mãe e minha irmã me chamam de assassina, meus pais estão se divorciando, e eu tô grávida. Eu tô cansada. Não quero esse bebê, não quero nada que tenha a ver com ele. Aquele cara me usou, ele me estuprou. Eu não queria que fosse desse jeito, me sinto tão estúpida por usar droga naquele dia. É péssimo que eu não tenha impedido ele, mas, ao mesmo tempo, é tão bom que eu não lembre com detalhes de nada daquilo. - Resmungou frustrada, e Chuuya ouvia atentamente enquanto pensava em que tipo de conselho poderia dar, estava perdido. Para Nakahara, se Sayaka não quer ter o bebê, ela pode apenas assinar os papéis e prosseguir com aquilo que eles vieram fazer. Todavia, ele entende que a garota não pode usar só a lógica quando seu emocional está no controle, Sayaka precisa de apoio. - Eu posso ver os bebês e só decidir não ficar com eles? Eu não quero eles, mas acho que quero ver. - Perguntou confusa, enquanto Chuuya enxugava as lágrimas em seu rosto, afirmando sua pergunta. - Se eu levantar, vou querer ir embora. Não gosto desse lugar. Você pode chamar ela, por favor?

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