Capítulo XXI

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Após brincar com o felino que estava bem alimentado, os adolescentes voltaram para o quarto, onde Chuuya finalmente começou a tal skin care. Dazai estava novamente sendo paparicado, estava amando os toques em seu rosto. Por mais que Chuuya tivesse unhas grandes e afiadas, elas não arranhavam, então era uma massagem além de bem-vinda em seu rosto, pescoço e até mesmo mãos. Conforme o ruivo apresentava os produtos e tocava em Osamu, mais perto o moreno queria estar, chegando a ficar apenas com alguns centímetros de distância de seu rosto. Nakahara sentia sua respiração, e aqueles olhos castanhos que costumam estar sempre cansados brilharem. Dazai tem os olhos castanhos mais belos que Chuuya sequer sonhou ser capaz de conhecer. Era inevitável sentir frio um frio na barriga sempre que olhava para as iris escuras, Dazai tinha um tolo olhar apaixonado, era a primeira vez que alguém olhava daquela forma para Chuuya, e, se quiser saber, é a coisa mais confortante que se pode receber sendo alguém que é sempre mau-olhado e julgado pela aparência e personalidade.

— Eu posso te pedir um favor? — Perguntou, e Nakahara afirmou, pondo a máscara de rosto no amigo, aguardando o pedido. — Pode mentir pra mim? — Pediu, e o outro franziu a testa, confuso. Em toda a relação que construíram, Chuuya nunca mentiu para Osamu, então era um pedido estranho. — Minta. Minta pra mim. Diga que não vai embora, e que não quer ir pra sua casa. — Explicou, mas Chuuya não parecia contente com o pedido.

— Desculpa, mas não vai rolar. — Respondeu, mas Dazai pareceu não entender. — Eu não vou mentir pra você. Sinto muito, Dazai. Não vou fazer isso. Eu não posso. Se vai se envolver comigo, precisa estar ciente disso. Eu não vou mentir só pra você se sentir confortável. Se quiser, pode ir embora. Não vou te prender. Eu gosto de você. Não vou te olhar e fingir que vou ficar pra sempre se nós dois sabemos que não é verdade. — Explicou, assistindo Dazai travar a mandíbula, irritado. Chuuya estava calmo enquanto falava, apenas acertando a máscara de rosto.

— Só um pouco. — Pediu, sem sucesso. — Você tem que fazer alguma coisa que eu mandar, você perdeu. Minta pra mim. — Ordenou, mesmo assim, Chuuya não obedeceu. — Por quê? É só fingir um pouquinho. Você precisa me obedecer, é o meu cachorrinho. — Resmungou, derrotado, assistindo Nakahara de aproximar e puxá-lo pela cintura, o pondo em seu colo, lhe assustando e seu coração acelerar. — Eu só fiz uma pergunta, não precisa de tudo isso. Meu coração quase saiu pela boca. — Reclamou tentando descontrair, mas ele estava verdadeiramente nervoso. 

— Agora eu entendo porque você faz isso, é legal. — Comentou, acariciando a cintura do outro. — Me peça qualquer coisa, mas não pra mentir pra você.— Disse retirando a máscara do outro, apalpando suas bochechas macias, logo tirando a sua própria. — E não se preocupe com as férias, faltam dois meses até lá, e eu ainda vou voltar. — Tranquilizou o outro, mesmo que não tivesse certeza do que dizia. Verlaine nunca lhe deu a certeza de que terminaria o ensino médio no Japão, e Chuuya também nunca teve interesse em perguntar. Suas viagens em outros países duravam alguns meses, um ano no máximo. Todavia, eles viajam há mais de cinco anos, Nakahara nunca teve dificuldade em desapegar das pessoas que convivia, então era novo estar próximo de alguém que quer que ele fique. 

— Me toque mais vezes, então. Em qualquer lugar, quando quiser, quantas vezes _você_ quiser. Tudo bem? — Perguntou, recebendo uma resposta afirmativa, o deixando com um sorriso contente enquanto sentia Nakahara passar hidratante em seu rosto e pescoço. — Tem cheiro de morango, mas não é o que você usa no dia a dia. Você cheira a baunilha, e usa um perfume que parece canela. Mas o que você passou em mim é diferente, e o que usou hoje também. 

— Fico surpreso que seu nariz funcione tão bem pra quem usa tanta cocaína. — Resmungou, sentindo Osamu esconder o rosto na curva de seu pescoço, e começar a fungar ali, elogiando o quão bem Chuuya cheirava. — Eu tenho três perfumes e três hidratantes, fora esse. Uso a lógica do nível de importância. Mais caro pra eventos importantes. Mediano pra quando eu for sair. E o mais baratinho pro dia a dia. Os hidratantes não têm tanta coisa. Esse de morango é porque eu fico em casa, então sinto por mais tempo. Mas tem um óleo muito bom também, depois a gente passa ele, é tão cheirosinho. 

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