Capítulo LXXXII

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Em casa, Chuuya não fez muita coisa. Na verdade, desde que se deitou na cama, ele sequer se moveu. O único movimento feito era o de piscar, nada além. Ele ouviu Verlaine falar, Rimbaud convidá-lo para o jantar, sua boca seca e a sede virem e nada disso o fez sair da cama. Imóvel, Chuuya estava duvidando do próprio nome, da própria identidade, do surto que teve e como magoou Dazai. Com a chegada da noite, Verlaine precisou intervir, indo ao quarto de Chuuya e o fazendo comer. Claro, o estômago de Chuuya não aceitou nem comida, nem vitamina, então, ele finalmente levantou, indo ao banheiro vomitar e deixando Verlaine preocupado. O loiro se sentiu mal por tentar fazer o irmão comer e consequentemente vomitar, ele sabia que Chuuya não estava vomitando para perder peso, mas não podia afirmar, então, estava desconfiado. Chuuya acabou não dormindo sozinho, Verlaine e Rimbaud moveram colchões e futons confortáveis para ficar no quarto do ruivo, afirmando que ele poderia desabafar se quisesse. Nakahara suspirou, oferecendo as costas para Verlaine. Ele não disse uma única palavra. Com a chegada de seu horário para dormir, Chuuya não tardou a adormecer, mas Verlaine passou quase uma hora esperando que ele se virar ou mexer para contar algo. Rimbaud precisou acalmá-lo, lhe fazendo cafuné e carinho para o loiro relaxar o suficiente para adormecer.

[...]

— Não acredito que você ganhou de mim. — Dazai reclamou, fungando após uma pausa de choro.

— Você é ruim nesse jogo, não é preciso muito pra te vencer. — Afirmou Oe, se encostando no sofá e assistindo Oda pegar mais um pedaço de pizza.

— Eu perco toda vez. — Apontou o ruivo, e Dazai sorriu como uma criança travessa.

— Você quer mais um lenço? — Perguntou Kenzaburo, pegando o hambúrguer que estava na mesa e entregando a caixa de lenços para o amigo chorão. — Já tá com sono? — Perguntou, desconfiado, e o outro negou, comendo algumas batatas e resmungando estar com saudades de Chuuya. — Você literalmente viu ele hoje. Que porra de saudades é essa? Você não nasceu grudado com ele.

— E o que tem? Você não namora, então não sabe como é, mas é muito difícil, tá? — Resmungou, recordando que havia dado um tempo no namoro, voltando a chorar. Dazai estava bem mais calmo do que durante a tarde, então, aquele choro não preocupava tanto Oda e Oe por saberem que Dazai não iria esquecer de respirar como Verlaine disse que fez com Chuuya quando conversaram após o aniversário do ruivo.

— Calma, Dazai. Você tá bem. — Afirmou, e o outro resmungou sobre querer seu namorado. Kenzaburo estava acostumado com aquele choro e discurso, então, não se preocupava tanto. — Ei, Oda, você sabia que o Ango tá lá na escola? — Perguntou, e o outro questionou o porquê era importante. — Ah, o Dazai falou qu-- — Sem completar a frase, Kenzaburo teve uma grande porção de batatas fritas enfiadas em sua boca pelo amigo, assustando o mais velho. Oda encarou o sobrinho, e Dazai se encolheu no sofá. Kenzaburo mastigou o mais rápido que pôde, e enfim deu um tapa no ombro do amigo. — Vofê prefifava ter feifo isso? Efa só ter dito que não efa pra falar, seu forra. — Resmungou ainda de boca cheia, fazendo Dazai rir de sua indignação enquanto recebia alguns tapas nas costas.

— O quanto você sabe, Kenza? Não é uma história mirabolante nem nada. A gente só namorou um pouco e acabou. — Disse Oda, assistindo Kenzaburo conseguir terminar de mastigar enquanto explicava.

— Tifo, eu fei que vofês namofafam, fó ifo. — Resmungou, batendo em Dazai por estar enfiando mais comida em sua boca. Kenzaburo precisou socar o íntimo de Osamu para que o garoto parasse, lhe deixando comer em paz. Então, conseguindo engolir a comida sem interrupções, ele suspirou. — Deve ter detalhes. Foi um romance tipo Studios Ghibli? Eu espero que não, mas seria legal também. Você pode contar? Como começou, quem se declarou primeiro, como se sentiu, porque terminou e tal. Sai porra! — Gritou irritado ao sentir Osamu morder seu braço com força sem estar a fim de soltar. — Eu vou tacar sua cabeça nessa mesa.

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