Capítulo CXXI

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Não há muito o que explicar. É música instrumental. Dazai e Kenzaburo estavam empolgados, realmente prestando atenção e comentando sobre o que sabiam e não sabiam tocar. Kenzaburo é bom no piano, enquanto Dazai, por incrível que pareça, tem coordenação motora o suficiente para tocar bateria. Não fazem um bom encaixe por usarem ritmos diferentes, então, se Dazai tocar bateria, Kenzaburo se obriga a tocar baixo, e, se Kenzaburo tocar piano, Dazai recorre ao outro único instrumento que sabe tocar, e combine melhor, o triângulo. Durante, Dazai comentou um pouco com Chuuya e Kenzaburo. Theodore já estava cansado, ele abandonou o jogo de celular, estava brincando com a coxa de Odette. Em algum momento da música, ele colocou a perna da garota em cima da sua, e apalpou a mesma, fazendo carinho, corrigindo o caimento do vestido, brincando com o tecido. Kenzaburo desviou o olhar para eles por um momento, e se distraiu com as mãos grandes de Theodore nas coxas grossas de Odette, brincando totalmente distraído. A garota parecia acostumada, visto que não se incomodou em momento algum com os toques que recebia, não havia malícia neles.

Conforme o tempo passava, a música se estendia, Chuuya brincava com os fios de Rimbaud, Elisa e Ayo estavam concentradas na apresentação, enquanto Rimbaud e Verlaine estavam de mãos dadas, perdidos em seus mundos enquanto brincavam com os dedos um do outro. Atrás, Dazai estava segurando a mão de Kenzaburo e Chuuya, comparando os tamanhos, checando a textura, os fazendo entrelaçar os dedos, etc. Parecia interessante para ele, e, quando enfim chegou um intervalo não programado, Chuuya os arrancou de lá com Theodore, ambos afirmando sobre a necessidade de ir ao banheiro. Assim, fizeram como a maioria. Com os quatro no banheiro, Odette precisou esperar do lado de fora, estava conversando com Elisa e Ayo, ambas curiosas sobre o que estava acontecendo com aquela amizade.

— Theo não me disse nada, me sinto meio abandonada. Nós sempre falamos de tudo. Você não pode me explicar? Nem um pouco? — Perguntou a menor, curiosa. Ayo tem exatos 1.53cm, perto de Odette, que tem 1.72cm, e Elisa, que tem 1.78cm, ela quase desaparece. Também é uma mulher negra de cabelo crespo, como sua mãe é, tatuagens brancas espalhadas no corpo, seios fartos, como sua irmã tinha, e o estilo semelhante ao de Elisa, sofisticado. Era curiosa e falante, tal qual seu filho. — Vamos. Sei que tem um dedo seu no meio disso tudo. Só não se machuquem, tudo bem?

— Tudo bem, Ayo. Fica tranquila. — Disse a garota, acalmando a mesma. Elisa estava olhando ao redor, procurando onde raios Verlaine havia se metido. — Acho que ele deve estar no banheiro. — Comentou, e Elisa negou. Ela sabe que Verlaine não está lá porque não o viu passar por lá.

[...]

— Aí foi isso, sabe? Mas é uma lição que eu levo pra vida. — Theodore concluiu, após contar sobre como um bode lhe perseguiu na fazenda para um completo estranho no banheiro que tentava pedir seu número por achar que era um homem adulto. O outro se afastou ao notar que, pela forma que falava, era bem mais novo do que parecia. Então, Theodore ganhou um tapa forte de Kenzaburo, perplexo pela forma que o rapaz contou sobre sua vida para uma pessoa aleatória. — Puta que pariu. Você bate também? Achei que fosse só o Ciel. Credo.

— Quem não vai bater? Você é burro assim mesmo ou se faz? Quem conta a vida toda pra quem acabou de conhecer no banheiro? Tá ficando maluco? — Perguntou o japonês, realmente preocupado. Visto que na primeira festa com Chuuya o rapaz foi drogado numa simples conversa, Theodore, simpático que é, seria facilmente induzido por alguém, ao menos na visão de Kenzaburo. — Não fale com estranhos. — Ordenou, apontando o dedo para o peito do rapaz. — É perigoso. Aqui, no Japão, seja onde for.

— Como você é mandão, não achei que fosse ser assim. Credo. Ciel, o Kenza tá querendo mandar em mim. — Resmungou, e Chuuya afirmou que Kenzaburo faz isso com qualquer pessoa, ainda na cabine. — Ai, se manca, Kenza, você tem meio metro de altura, tá achando que é quem pra mandar em mim? E outra, eu te conheci assim.

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