Capítulo XCI

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Ouvindo os gritos naquela casa enquanto escrevia uma carta, Chuuya se direcionou a varanda, tentando ver onde estavam, mas não era possível. Ele passou alguns minutos na varanda até desistir, voltando a deitar no chão e escrever sua cartinha. Era escrita para Dazai, ele colocaria no all star de madeira junto a caixa de sapatos vermelhos. Um pedido de desculpas por ter se afastado, e uma explicação por escrito do que aconteceu em sua mente nos últimos tempos. Apesar da caligrafia e vocabulário do ruivo serem admiráveis, Chuuya estava frustrado por escrever algo tão longo, ele visava ser prático, mas sua vida não foi prática e ele precisava transcrever isso. Chuuya estava orgulhoso de si por ser corajoso o suficiente para sair de casa e ver seu namorado, interagir com outras pessoas mesmo que estivesse nervoso e comer sem dificuldade coisas que gostava. Ele queria ver Dazai outra vez. Abraçar, beijar, trocar carícias ou apenas olhar para ele até sentir seu coração doer por tanto amá-lo. Talvez Chuuya quisesse uma ou todas essas coisas, mas não sabia como transcrever para o papel.

[...]

- Oda, tem um na poltrona! - Gritou Dazai, fazendo Kenzaburo se perguntar como raios aquele bicho parou ali. - E se ele subir no sofá?

- Não joga praga, merda! - Gritou Akutagawa, batendo em Dazai, que se assustou, segurando em Kenzaburo para não cair, e fazendo os três caírem um em cima do outro.

- Depois apanha e eu que sou o homofóbico, puta viado burro do caralho! - Reclamou o mais velho, empurrando Akutagawa para o lado e socando o íntimo do amigo que lhe deu uma cabeçada ao tentar se encolher. - Dazai, eu vou te matar.

- Você que me bateu! - Reclamou, subindo no sofá enquanto Kenzaburo checava o bem-estar de Akutagawa. - Eles vão beliscar você.

- Eu acho que já acabou. - Não havia acabado. - Oda, vem cá! Tem um na poltrona!

- Tô indo! - Afirmou o mais velho, correndo até a sala. Ele estava com uma armadura de almofadas presas em seu corpo por fita crepe, pantufas do sobrinho nos pés, um gorro de frio, luvas de cozinha, armado com um pegador de aço e uma vassoura. Ele não queria fazer aquele trabalho, mas foi forçado pelos adolescentes por ser o mais velho. - Onde ele tá?

- Nessa. - Disse Akutagawa, apontando para a poltrona que estava o crustáceo enquanto era avaliado por Kenzaburo para saber se havia ou não se machucado.

- Foi o último? - Perguntou Oe, assistindo Odasaku pegar o animal com o pegador, colocando-o no balde alto onde estavam os outros. Haviam mais alguns espalhados, mas estavam escondidos e os rapazes não encontrariam todos tão cedo.

- Acho que sim. Podem me ajudar a tirar as almofadas? - Perguntou, e os adolescentes negaram totalmente, mas Kenzaburo levantou para ajudá-lo. - Por que você sempre faz isso mesmo? - Perguntou, curioso, e o outro questionou o que fazia. - Fala não e depois faz.

- Não sei. É legal. - Afirmou, e, sem razão nenhuma, respondendo aos pensamentos intrusivos, Dazai chutou o íntimo do tio que praguejou se encolhendo. - Do nada?

- Achei que ele tinha colocado uma almofada. - Implicou, se jogando no chão, onde recebeu um soco no íntimo pelo tio. - Porra, já foi duas vezes! - Resmungou, sendo esmagado por Akutagawa, que foi jogado por Kenzaburo, o mais velho logo se deitou por cima dos outros dois, rindo como uma criança travessa. - Meu Deus, agora entendi o que o meu bem fala quando diz que eu esmago ele. Socorro!

- Deixa de drama, a gente nem pesa isso tudo. - Disse Kenzaburo, antes de ser esmagado por Oda, que fez todos os outros reclamarem. - Oda, você vai quebrar meus ossos! Meu Deus, caralho, eu não consigo respirar direito!

- Acho que eu vou morrer. - Resmungou Akutagawa, ouvindo Dazai gritar e começar a se debater como louco após ser beliscado. - Tem mais? - Perguntou Ryunosuke em desespero, finalmente sendo livre do peso que estava em cima dele. Eles correram para o sofá, e começaram a procurar o que havia beliscado Osamu.

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