Capítulo LII

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Sayaka estava de fato bem, o que deixou todos aliviados. Ela fez um aborto, não uma cirurgia. A médica explicou que ela sentiria muita fome e alguns sangramentos poderiam ocorrer por alguns dias, mas era completamente normal, além das cólicas. Sayaka estava de fato animada, ela acaba de tomar uma decisão por conta própria. Ela pode, sim, contrariar sua irmã e sua mãe. Não há problema nisso. Agora, Sayaka entende que as poucas relações que tem podem fazê-la evoluir ou entrar em desespero. Chuuya a mostrou que pode impor limites, mesmo que Kanae diga o contrário. Ela não precisa viver sendo pressionada, pode escolher fazer ou não fazer. Claro, em relação ao abuso que sofreu, apesar de tratar na terapia, é um trauma para a vida toda, coisa que ela agradece profundamente por não recordar completamente. Eles logo saíram da clínica, e o pai de Sayaka pretendia fazer os gostos da filha, mas não sabia como realizar todos eles, então, ela apenas sugeriu que ele fosse descansar, ela estava bem acompanhada. Murata é um pequeno ímã daquele quarteto, por mais que não se deem bem, Chuuya e Kenzaburo conseguem conversar tranquilamente e conseguem chegar a alguns acordos silenciosos. Por exemplo, Kenzaburo não negou a ajuda de Nakahara sobre o celular, já que os arquivos contidos nele seriam de grande utilidade. 

A caminho do estúdio, Oe sugeriu que comprassem logo os absorventes para Sayaka, o que foi bem aceito, mas Chuuya não tinha a menor ideia do que fazer. Ele foi criado por pessoas que não menstruam, e os absorventes que vês ou outra estavam em sua casa eram por Verlaine comprar para algumas namoradas que vinham lhe visitar, então, ele estava completamente perdido. Sayaka não achava nada daquilo estranho já que cresceu com tais colegas, e eles ficaram próximos quando sua primeira menstruação veio bem no dia da aula. Foi um caos, os três perdidos tentando entender o que estavam acontecendo e procurando por uma pessoa de ajuda, no caso, a mãe de Murata. Dazai sabia o que deveria comprar, sua amizade colorida o fez passar uns bons meses comprando absorventes de todos os tipos, e Kenzaburo o fazia vez ou outra, fosse para sua mãe ou Murata. Os adolescentes entraram na farmácia, e a primeira coisa que Chuuya e Sayaka fizeram foi se pesar, sendo julgados pelos outros dois. 

— Perdi dois quilos, sempre fui feliz. — Disse o ruivo animada, e Murata disse ter encontrado os quilos que o ruivo perdeu, fazendo os outros rirem por sua indignação. Dazai encarou o namorado de cima a baixo, e cerrou os olhos antes de receber um tapa no ombro por aquilo. Chuuya estava contente, mas Osamu não parecia muito animado. Não importa o quanto minta, o peso continua sendo uma insegurança de Nakahara. — Então, onde nós compramos absorventes? Eu não sei comprar isso, só convivo com pessoas sem útero. — Explicou o ruivo, e Sayaka caminhou entre os corredores, buscando encontrar e dar uma grande palestra enquanto era seguida por seus amigos que mais pareciam crianças atentadas. — É tanto assim? Meu Deus. Como assim interno? Você literalmente põe lá? 

— Vamos evitar pensar nisso, Chuuya. É muito pra sua cabecinha. Na dúvida, se algum dia você tiver uma filha ou precisar comprar um absorvente seja lá por qual razão, compre um noturno com abas. Mas só se não especificarem pra você. Eu gosto desse, meu fluxo é grande. — Explicou a garota, e Chuuya estava ouvindo atentamente, mas parou de prestar atenção novamente surpreso com o absorvente interno. Sayaka franziu o cenho por um momento, tendo um flash do que foi aquela noite antes de Chuuya sair, ele a tocou em um lugar sensível, a possibilidade daquilo incomodá-lo visto que namora alguém que dormia com Sayaka é grande, então, a garota ficou preocupada. — Ei, Chuuya. Você tá bem? Digo, com tudo o que aconteceu? 

— Eu que devia estar perguntando isso. Tem certeza que você tá legal? — Perguntou, ficando na ponta dos pés para tentar encontrar o namorado que sumiu com Oe. Sayaka se aproximou dele, e retirou o absorvente de suas mãos, segurando o polegar do garoto e o fazendo recordar do que foi a bagunça daquele dia. — Ah, isso. É, eu tô. É esquisito que eu tenha te tocado e nós nunca sequer tenhamos nos beijado. — Comentou, e a garota pensou um pouco antes de concordar risonha. A morena suspirou aliviada, explicando que Nakahara, apesar de ser atraente, não despertava a famosa paixão em Sayaka. Ela se comportou da forma que se comportou por culpa de sua irmã. Por não ter tantas amigas mulheres que consiga de fato desabafar, o exemplo que Sayaka tinha era de sua irmã. Uma mulher sedutora que conseguiu ficar amiga de vários caras já que, segundo Kanae, mulheres são falsas. Sayaka discorda, gosta de ter amigas femininas e não as acha falsas, embora não tenha intimidade suficiente. Embora Murata não saiba que sua irmã conseguiu as amizades que conseguiu dormindo com os amigos, ela se sente contente em ter conquistado suas amizades, mesmo tendo dormido com uma delas. — Aliás, isso não é um segredo pro Dazai. Te incomoda que ele saiba disso? 

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