Capítulo L

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Após Dazai ficar pronto e Chuuya decidir qual camisa levar, eles desceram as escadas e Nakahara buscou Oda para cumprimentá-lo, mas logo recebeu o aviso de que o homem dormiria até tarde. Osamu já havia dito o que faria, mas de qualquer forma deixou uma mensagem, assim, ainda de pijama, Chuuya voltou para casa acompanhado de Dazai. O ruivo logo foi recebido por Verlaine, que estava passando o aspirador, avisando que Kenzaburo ainda estava dormindo, mas que sua febre baixou. Rimbaud logo surgiu, questionando se eles haviam tomado café e se comeriam em casa, o casal se entre olhou, e pensou a respeito de Kenzaburo, comida caseira com certeza é melhor, respondendo o mais velho, eles subiram as escadas, e passaram no quarto de Dazai, assistindo Kenzaburo dormir com Leno ao seu lado.

Kenzaburo parecia um pouco melhor, não estava tão pálido e suas olheiras pareciam mais suaves, ele estava realmente cansado. Oe vestia um pijama novo, que Rimbaud comprou para Osamu quando montou o quarto junto a várias outras roupas que ainda estavam no guarda-roupa, sem uso, já que Dazai não via necessidade de usar tantas coisas. O moreno dorminhoco dos fios lisos e bagunçados estava enrolado na coberta, encolhido em posição fetal como sempre, suas bochechas estavam com a marca da fronha do travesseiro, rosadas pelo frio que o envolvia. Chuuya, sem motivo algum, tocou o nariz gelado do mais velho com a ponta do indicador, argumentando que o nariz pequeno de Kenzaburo parecia tentador para apertar naquele momento, e isso quase o acordou. Oe esticou um pouco os pés, revelando os pés grandes e rosados, portando algumas veias marcadas, os dedos estavam encolhidos pelo frio, e Osamu o cobriu ao vê-lo tremer um pouco. Chuuya tentou regular melhor a temperatura do ar condicionado, e fez um afago nos fios do rapaz, pondo o celular do mesmo para carregar e saindo do quarto.

O casal orgulhoso caminhou até o quadro de Nakahara, e fechou a porta, revirando os olhos e sorrindo abobados comentando sobre como Kenzaburo estava adorável dormindo, mesmo que ainda fosse um rapaz irritante. Chuuya analisou a situação do quarto, e estava totalmente organizado, o fazendo relaxar. Dazai logo se jogou na cama, dando tapinhas na nádega do namorado e o apressando. Ao mostrar-lhe a língua, Chuuya adentrou no banheiro, fechando a porta e logo começando a se despir. Durante o banho, ele pensou sobre o que fazer. Por mais que não goste de Kenzaburo pelo que ele fez, Nakahara entendeu o que Rimbaud disse, e entendeu que ele não pode analisar apenas um ponto que o machuca, deve analisar a situação como um todo. Por mais que não vá perdoar Oe, até porque o rapaz entende que perdão jamais irá resolver nada, ele também não pode negar que de Kenzaburo não o tivesse ajudado na festa, e se permitido ser machucado em alguns momentos para continuar um teatro que Nakahara não sabia fazer parte, considerando o tamanho e número de pessoas, Oe poderia ter feito muito pior e escolheu não fazê-lo, mas sempre deixou claro que Chuuya devia detestá-lo.

Óbvio, Chuuya não irá esquecer o que aconteceu, e absorveu o impacto que aqueles dois dias de violência física trouxe, revelando profundas lembranças. Oe não foi um bully violento como Nakahara estava acostumado, e isso foi algo marcante. Ele era inconveniente por querer afastar Dazai de Chuuya, mas nunca deixou que outras pessoas o fizessem e, ao entender que os rapazes nutriam sentimentos um pelo outro, fosse amizade ou paixão, liberou caminho, afastando outros de seu caminho. No passeio, quando Sayaka pretendia sentar-se com Chuuya para conversar sobre a festa, Kenzaburo tomou a frente, e deixou os rapazes conversarem e se divertirem, distraindo Sayaka. No geral, Kenzaburo nunca foi importante, mas sempre esteve ali, por trás das cortinas fazendo coisas que pareciam inofensivas, e que tinham grande impacto. Por outro lado, coisas que pareciam importantes, como ter cortado a própria palma e a de Nakahara preocupado com os comentários que Osamu fazia sobre suicídio, pareciam ser irrelevantes.

Saindo do banheiro vestindo uma cueca e a camiseta social da cor salmão que pertencia a Dazai, o ruivo que estava com os fios enrolados em uma toalha, estava decidindo o que usaria nas pernas. Osamu comentou sobre calças, e Nakahara realmente cogitou a ideia, mas não sabia se valia a pena usar calças só para ir a uma clínica abortiva. O ruivo sentou-se no chão, e colocou suas opções ao lado de seu corpo, chama do a atenção do namorado curioso. Chuuya planejava algo simples, mas sendo quem é, Chuuya Nakahara é sempre extravagante, está sempre sendo o centro das atenções com suas roupas e se sente confortável estando nessa posição. Entretanto, dado o contexto da situação, que ele estava acompanhando uma amiga a ir à clínica abortiva tirar um feto indesejado colocado lá sem seu consentimento, ele realmente não deseja chamar atenção.

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