Capítulo XLVIII - Aniversário de Osamu Dazai (Parte 3)

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Deixados na porta de Oda, Chuuya já estava vestindo o casaco de Osamu, que observava alegremente o namorado confortável com sua roupa. Apesar de Oda não ser o melhor com surpresas já que nunca chegou a fazer uma, ele teve ajuda de Verlaine e Rimbaud, que estavam em casa e, no instante em que Dazai passou pela porta, um estalo foi ouvido, e diversos confetes azuis caíram. Havia um grande bolo a mesa, feito por Rimbaud, também era de floresta negra. Entretanto, havia um bolo reserva, caso Osamu estivesse enjoado por comer o bolo de cereja pela manhã. Arthur explicou não ser um bolo tão doce, já que Dazai não é tão chegado. Ele recebeu abraços, presentes, beijos na testa e bochecha, além de toda aquela festa. Estava surpreso, e super animado, óbvio. Duas festas em um único dia, depois de anos detestando a data por ser um lembrete de seu fracasso em tirar a própria vida. Agora, era uma celebração. Ele fez mais um ano de vida, está com pessoas que o amam e finalmente consegue entender. Isso é uma conquista. A maior que Dazai poderia ter, e a única que ele desejaria querer. Chegada a hora dos parabéns, Verlaine posicionou as câmeras. Uma para foto e outra para gravar, e deixou Osamu atrás do bolo, iniciando a canção tradicional, mas que ao fim sofreu alteração, uma parte que Oda e Dazai desconheciam. 

— Com quem será? Com quem será? Com quem será que o Dazai vai casar? Vai depender! Vai depender! Vai depender se o Chuuya vai querer! — Cantou o casal alegremente, e Chuuya imediatamente se escondeu, enfiando o rosto na almofada do sofá como se ele pudesse desaparecer dali. Dazai estava processando o que ouviu, já que não conhecia aquela parte da música, afinal, não existe em sua cultura. Aquilo era resultado outra vez das amizades brasileiras que Chuuya fez, acabando por ensinar isso ao irmão e Rimbaud, que gostavam de cantar, mas era a primeira vez que Chuuya tinha o nome citado naquele trecho da música. Ao entender o que aconteceu, Oda começou a rir, Dazai ficou com as bochechas vermelhas e Chuuya continuou escondendo o rosto vermelho. — Ai, como vocês são bestas. Vamos tirar fotos. Se beijem, noivos. — Brincou Verlaine, puxando o irmão para perto de Dazai, retirando a almofada de suas mãos.

— Você tá super vermelho. — Comentou Osamu, e o menor disse o mesmo. Eles se olharam por um tempo até darem sorrisos bobos e involuntários, registrados pela foto de Verlaine, que foi parabenizado por conseguir no tempo certo. — Eu gostei dessa parte da música. — Comentou, e Chuuya revirou os olhos com um sorriso, dando início a sessão de fotos. Verlaine ama fotos, adora registrar momentos. Então, eles se juntaram e tiraram diversas fotos em família, de casal, sobrinho e tio, sogros e enteado, e mais algumas em família, além daquelas que Dazai fez questão de mostrar as alianças. Dazai estava rindo e sorrindo tanto que suas bochechas doíam com sua barriga, mas ele não podia evitar toda aquela alegria. Enfim, chegou o momento de partir o bolo. Oda não sabia sobre a tradição da primeira fatia, então não entendeu o porquê aquilo era importante. Apesar de ser o tio de Dazai, sua família, um homem que o ajudou sempre que pôde, ele ainda não receberia a primeira fatia. O pedaço de bolo fora entregue para Chuuya, que foi a peça principal para Osamu conseguir chegar onde está. Emocionado, o ruivo abraçou o namorado força, deixando que as comidas fossem servidas enquanto recebia um afago nas costas, entretanto, Dazai continha sendo Dazai. Ao separar-se do ruivo, e vê-lo levar a fatia para perto do rosto a fim de morder, Osamu segurou o prato, e afundou a fatia coberta com chantilly e cereja no rosto rosado do namorado, que entrou em estado de choque tentando raciocinar.

— O que você fez? — Questionou descrente, segurando o restante da fatia amassada na mão. Dazai encarava o ruivo segurando a risada até que o puxou pelo pescoço, lambendo o chantilly que Nakahara tinha no rosto, desde o maxilar até o côncavo, afirmando que o bolo estava delicioso. — Minha bochecha da babada. Eu tô todo sujo. Dazai, eu vou acabar com você. — Ameaçou, e Osamu ofereceu um sorriso bobo, retirando a fatia das mãos do mais velho e segurando seu rosto, começando a lamber todo o chantilly. Para sua surpresa, Chuuya não resistiu tanto, ele apenas desistiu de tentar, aceitando a baba que recebia. — Sua língua é quente e babada. — Resmungou o mais velho, dando um tapa forte no ombro do namorado, que finalmente terminou o trabalho com um sorriso largo. — Eu tô muito bravo com você, mas do jeito que você tá feliz, tudo bem. Vou deixar essa passar. Não acostuma. — Resmungou, se segurando para não começar a xingar. A sensação da baba no rosto estava lhe dando agonia, mas estava paralisado demais para ir se limpar. Chuuya permaneceu quieto durante alguns segundos, pondo o bolo na mesa de centro e acertando um tapa forte o suficiente para ecoar sobre a coxa de Osamu, levantando para se limpar enquanto o outro agonizava pela dor. Chuuya não tardou a voltar, mas Dazai já estava falecido no chão, ou fingindo estar, resmungando sobre como estava machucado e como apenas um beijo poderia acordá-lo. — Que pena, acho que vou ter que enterrar.

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