Capítulo VIII - Cosmo World (Parte 2)

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Após saírem daquele momento de silêncio apreciando reciprocamente os rostos um do outro, Dazai e Chuuya voltaram a sentar no chão, encarando os brinquedos. Eles não foram em boa parte deles, mas, em contrapartida, podem usar a mesma desculpa para virem outra vez. O parque era grande, e cheio de pessoas, mas a atenção dos dois estava em um só, na roda gigante que acabava de acender suas luzes visto que o pôr do sol estava começando.

— O sol vai se pôr, quer ir na roda gigante assistir e depois brigar nos carrinhos bate-bate? A gente compra alguma coisa pra comer e come lá. O dia passou rápido, vem senão ele se põe e a gente nem vê. — O mais velho levantou, ajudando o amigo preguiçoso a fazer o mesmo. Os dois bateram a poeira da roupa, e Chuuya entregou a garrafa de água para Dazai, ficando com a outra. — Takoyakis são feitos de carne? — Perguntou ao avistar uma barraquinha, e Dazai respondeu ser carne de polvo. — Você gosta de polvo? — Questionou ao entrar na fila, com a afirmação do outro, Chuuya esperou sua vez chegar.

— Seus cachinhos agora estão cheios de folha, idiota. — Osamu resmungou, retirando as folhas do cabelo do mais velho. Chuuya o ignorou, estava distraído. Tendo a visão apenas de suas costas, Dazai deu um passo para trás e cruzou os braços, analisando o menor. Devido à idade, o corpo de Chuuya não era tão musculoso quanto poderia ser, mas era definido. As costas eram um pouco marcadas na camisa, os braços bem desenhados e a cintura fina. Se a calça não fosse tão larga, Dazai ousaria analisar o resto. Chuuya tem o corpo de um perfeito bailarino, sendo franco, é atraente, julgava ser a razão por Kenzaburo e Sayaka estarem tão interessados. Sem pensar muito, levou as próprias mãos a parte exposta da pele do menor, já que a camisa deixava que parte do abdômen de Nakahara estivesse a mostra. Chuuya, óbvio, se assustou, mas reconheceu as mãos e deu de ombros. — Sua cintura é fininha, tampinha. Dá pra fechar ela com mais um palmo.

— Na real, é sua mão que é muito grande. Me dá. — Chuuya segurou uma das mãos de Osamu e as comparou. A diferença de tamanho era visível até para quem estivesse longe, Dazai tinha cerca de cinco centímetros a mais que Nakahara. Vendo aquilo, o moreno tentou fechar a mão, prendendo os dedos de Nakahara. — É muito besta mesmo, hein. — Brincou, soltando suas mãos e direcionando sua atenção a atendente. Ao fazer seu pedido, Nakahara recebeu uma ficha e se direcionou para a outra moça que lhe daria os Takoyakis. — Depois dos carrinhos você quer dar uma volta? Passar naquele parque de novo, é bonito.

— Quero. Tem o Chinatown também se você quiser ir passear. — Respondeu após verificar as horas no celular, ao receberem o pedido, os dois se direcionaram a fila da roda gigante. Chuuya entregou as sacolinhas para Dazai e sumiu por um momento, voltando com duas latinhas de refrigerante. — Você não ouviu o próprio conselho? Não saia sozinho assim! Eu deixo você sair, alguém te pega, põe dentro de um saco preto, leva, ó eu chorando com seu irmão, na televisão.

— A gente tá num parque com seguranças, e do lado do mar, pra onde vão me levar? Nossa vez. Como faz pra ficar lá no topo? Sorte ou suborno? — Nakahara perguntou enquanto entrava em uma das cápsulas, Osamu deu um tapa em sua cabeça e sentou a sua frente, entregando uma das sacolas. — Chega mais, seu cabelo tá com folha ainda. — O menor colocou suas coisas no banco e levantou, se aproximando mais de Osamu ao ver que mesmo com o outro se inclinando, o espaço vago complicaria. — Seu cabelo é tão fofo, qual o nome do corte? 

— É literalmente isso. Short fluffy. Faz tempo que eu não vou no barbeiro, fico picotando ele em casa quando tô entediado. O seu é mullet, né? — Perguntou, com Chuuya de pé diante de si, Dazai estava com o rosto localizado em seu peito, seus olhos correram sob o abdômen, e voltaram ao rosto do garoto. — O que você fazia depois da aula em Nancy? A gente volta de metrô junto, mas depois não sei o que você faz. 

— É que agora eu tô sem fazer nada. Em Nancy, eu vivia fazendo aula. Muay Thai, Jiu-jitsu, balé e boxe. Em minha defesa, sobre o balé, era legal e eu sou flexível. Ele só fode tua autoestima, mas de resto é divertido. E sim, é um mullet. Pronto pra sujar de novo. — Brincou ao terminar de remover a folhagem, explicando o que fazia. Ao sentar novamente, Chuuya estava no alto, podendo ter a visão perfeita do pôr do sol. Ainda que não estivesse no topo, a altura era boa. — Olha só, é a primeira vez que vejo ele se pôr por aqui. Eu fazia isso na praia antes.

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