Capítulo XLVI - Aniversário de Dazai Osamu (Parte 1)

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Enquanto Nakahara mexia nos fios do namorado, aquele que recebia a mordomia lutava para permanecer acordado, o que era engraçado para o casal da frente. Dazai é acostumado a dormir tarde e dormir pouco, seu cérebro o preparou para estar sempre atento a qualquer mínima mudança no ambiente para sua segurança, e todos sabiam disso, entretanto, desde que começou a dormir e passar tempo com Chuuya, Osamu relaxa, e consegue ter um sono decente, podendo tirar cochilos nos lugares se receber afago na cabeça por alguns minutos. Vê-lo fechar os olhos e cochilar até pender a cabeça e acordar fingindo que não estava dormindo era motivo de risada para Atsushi e Akutagawa. Chuuya terminou de organizar as ondulações do mais novo e lhe deu um afago breve na lateral de seu rosto, perguntando o que deveriam fazer. 

— Vocês escolheram o rolê, supus que tinham planos. Minha casa não tem muita coisa interessante, a sala de jogos tá em manutenção porque alguém, cujo qual não irei citar nomes, derramou leite de banana no fliperama e minha mãe me deixou de castigo. — Resmungou o moreno de braços cruzados, e Dazai reclamou dizendo que já havia pedido desculpas. — Mimimi, seu fedido imundo. Você é o mais estabanado de nós três e temos quase a mesma altura. Tô excluindo você, Chuuya, porque não é algo discutível nossa altura. — Explicou, e o ruivo apenas disse que não havia se ofendido, comentando que Atsushi também era estabanado. — Você tem razão. Gatinho, você destruiu seu celular em menos de um mês. 

— Foi sem querer! Eu não era acostumado com essas coisas, okay? Chuuya, me entende, eu tinha acabado de ser adotado, tava todo nervoso ainda, cuidando do celular como se fosse minha vida. Só que teve um dia que eu sem querer coloquei ele na bolsa depois da aula de teatro, e esqueci que tava lá porque não tinha costume. Eu tava com um monte de livro na bolsa porque ia estudar pra prova, meus pais queriam se encontrar comigo porque a gente ia sair, e eu logo pensei "hm, eu consigo ir de metrô, preciso mostrar que tenho algum valor", sendo que nunca tinha saído do orfanato, sabia nem onde eu tava. Eles se ofereceram pra me buscar na escola, mas eu não queria que eles perdessem tempo indo me buscar e dando a volta de novo só pra ir num lugar. Dazai me disse em qual trem tinha que ir e eu fui, só que as portas estavam fechando, eu tava apressado e joguei minha bolsa lá dentro e corri pra me espremer na porta. Entrei e peguei o celular pra avisar pros meus pais que tava tudo certo. A tela tava acabada. — Explicou, e Akutagawa começou a rir, dizendo que Atsushi escondeu o celular por dias até que Ryunosuke o pedisse e levasse para o conserto escondido dos pais de Nakajima. — Eu tava com muito, muito medo. Achei que eles não fossem me querer mais. Dazai riu da minha cara por um bom tempo. 

— Foi hilário você contando essa história, Atsushi. — Zombou, puxando a cabeça de Chuuya para pousar em seu ombro, usando-a de apoio para colocar a sua, e Nakahara murmurou sobre como Akutagawa era um rapaz generoso por fazer aquilo. — Meu bem, tem um negócio muito fofo que o Aku faz e nunca admite. Sabe daquele Nintendo que ele te deu? Ele só fez isso porque quando o Atsushi levou o dele pra escola, você ficou curioso e dizendo que não tinha um. Ele sempre faz isso. Sério. Eu gosto de cereja, ele tem vários potinhos e sempre me dá quando eu passo aqui. O Atsushi tava com medo dos pais dele brigarem e consertou o celular. Ele tá fazendo bolo pra irmã dele porque ela passou no teste e sabe que ela vai ficar animada com isso. Akutagawa não vai dizer que gosta de você ou te abraçar o tempo todo igual eu faço, ele vai ficar quietinho na dele e do nada te dar algo que um dia você comentou bem rápido e que ele com certeza vai lembrar. É tão fofo. Olha o rostinho dele vermelhinho. — Brincou Dazai, apontando para o rosto do moreno que estava com as bochechas vermelhas negando todas essas coisas e afirmando que só os fez por estar no tédio.

— Eu não faço isso, é só coincidência. — Resmungou Ryunosuke, puxando uma almofada para esconder o rosto vermelho enquanto segurava risada das cócegas que Dazai fazia. Todavia, não segurou por muito tempo, os outros dois logo se juntaram a ele e Akutagawa foi forçado a se defender. A melhor defesa é o ataque, e ele fez questão de atacar todos os amigos com o travesseiro em mãos até que estivessem longe dele. — Gin, estão me batendo! Cadê você? — Gritou o rapaz, e sua irmã surgiu em instantes no quarto com um travesseiro e um lançador de dardos, jogando o travesseiro para o irmão e acertando boa parte dos dados em Dazai, que estava desarmado e era o principal suspeito a ser agressor de Akutagawa. — Isso mesmo! Mas os outros dois também são culpados! 

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