Capítulo XX

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Ainda como um bebê mimado, Dazai continuou resmungando sobre como gostava de estar com Chuuya, como sua pele era macia, como sempre estava cheirando bem e era cuidadoso com as coisas enquanto o abraçava. Nakahara comentou sobre como Dazai parecia uma criança mimada, e Osamu rebateu que Chuuya quem o estava mimando. Bom, não era mentira. Desde que chegou, Chuuya vem paparicando Dazai da maneira que pode. Conversa bobeiras, participa de suas brincadeiras bestas, prepara o almoço e café da manhã, às vezes até mesmo o jantar, cuida de seus machucados, troca os curativos, o faz desabafar, elogia, abraça, o induz a participar das aulas, e até mesmo ajuda com distrações quando Dazai está com pensamentos intrusivos pensando em cometer alguma tolice.

- Achei fofo você todo besta. Eu vou falar um negócio em francês, se você acertar o que eu disse, faço alguma coisa que você mandar. - Propôs, e Dazai imediatamente se sentou, aceitando e coçando os ouvidos com o mindinho na tentativa de limpá-los. - Je te veux. - Disse calmamente, e Osamu então franziu o cenho, parecendo pensar, e lhe pedindo para repetir. - Je pense que je veux être avec toi. - Repetiu, mas sem sucesso. Dazai não entendeu uma única palavra, chutou ser algo semelhante a abraço, e abriu os braços esperando Nakahara vir. - Errou feio. - Reclamou, abraçando o moreno, que finalmente pegou o álbum pedindo que traduzisse. - Jamais.

- Você é tão chato. - Resmungou, assistindo Chuuya deitar a cabeça em seu colo, esperando Osamu abrir o álbum para verem juntos, e assim foi feito. Dazai abriu, e a primeira foto tinha Chuuya, ainda bebê, sentado com seus grandes olhos azuis encarando quem quer que estivesse tirando a foto. Sua roupa vermelha estava coberta por um casaco de lã, com dois pompons, estava uma fofura. - Meu Deus, olha você pitiquinho. Literalmente a mesma cara, só muda que agora você tem um monte de estrelinhas no rosto.

- Estrelinhas? Desde quando eu tenho tanta espinha? - Perguntou, tocando o próprio rosto, e Dazai apenas soltou uma risada, respondendo serem suas sardas as estrelas, e que certamente formariam várias constelações se fossem ligadas. - Entendi. - Murmurou, assistindo o outro olhar curioso para as fotos. Dazai é o primeiro que faz tamanha associação. Chuuya costuma ter suas sardas ligadas a falta de higiene, não a estrelas.

- Você com uniforme da escolinha! Meu Deus, que preciosidade. Você era um amor. Seu cabelo nem era tão enrolado, achei um fofo. São seus desenhos? Você sabia pintar sem borrar, eu fazia um estrago. Minha coordenação motora é um horror. - Comentou, acariciando a foto por um momento antes de passar para a próxima página. Nela, Chuuya usava roupas escuras, segurava uma ovelha de pelúcia e alguma mão de luvas lhe entregava um chapéu. - De quem é essa mão de luvas? São iguais as que você usou no primeiro dia. Eu lembro. E você também disse naquele dia que gostava de chapéis, nunca te vi usar um, só o Verlaine.

- Eu tenho vários. Estão guardados, costumo usar no verão. Antes eu usava o tempo todo, mas parei um pouco. - Explicou, tocando aquela mão de luvas com a ponta de seu indicador, sendo questionado sobre de quem eram. - Mainha. Mainha usava luvas o tempo inteiro por costume de viver na fazenda. - Comentou, e Dazai imediatamente enfiou o álbum no rosto, analisando a foto de perto, afirmando serem luvas bonitas. - São aquelas mais gastas que usei no primeiro dia mesmo.

- Muito bom gosto o dela. - Elogiou, passando a folha e levantando imediatamente, fazendo Nakahara bater com a cabeça no chão. - Desculpa, mas, meu Deus. Você tá tão fofinho! Chibi de pinguim! Ai, meu coração. - Disse dramaticamente, segurando o álbum no peito enquanto balançava o corpo de um lado para o outro o abraçando. - Vem cá, tampinha.

- Não, nem vem. - Negou enquanto se sentava, massageando sua cabeça, mas logo Dazai o agarrou, abraçando o menor com força, apertando seu corpo até ouvir um grunhido de dor vindo do mesmo. - Eu não consigo respirar. Sai, sai. - Murmurou, sufocado, e enfim foi solto, mas Dazai o agarrou com o intervalo de cinco segundos, retirando os pés do outro do chão. - Dazai, a gente vai cair. Você não tem força pra me segurar, me põe de volta.

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