Capítulo XXVIII

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Mesmo com o dia de aula finalmente chegando, Chuuya ainda pedia para que Dazai não voltasse para casa, e que ficasse com ele e a família. Ele fez isso algumas vezes até levar uma bronca do moreno que lhe pediu para ficar mais calmo antes que tivesse um colapso nervoso. Dazai vem aguentando isso há anos, e o comportamento de seu pai nunca mudou. Depois das atrocidades que cometeu, ele bebe, espanca Osamu, xinga, quebra algo, sai, e todo o processo se repete algumas vezes na semana. Dazai deixou de se incomodar há tempos, e não gosta quando as pessoas criam uma preocupação sobre porque, para ele, é uma reação exagerada. Apesar de ter recebido a bronca e toda a desavença tenha acontecido, Chuuya não ficou magoado, apenas aceitou o que o outro queria no momento, e seguiu o primeiro dia da semana daquela forma. De qualquer modo, eles teriam um passeio no dia seguinte, e já tinham planejado lugares para ver, o que comprar, comidas para experimentar, etc, ele obviamente não jogaria o plano inteiro fora por uma discussão em que não concordavam com as decisões e opiniões do outro, afinal, isso é um relacionamento, e eles são amigos que se gostam o suficiente para tentar fazer aquilo funcionar.

Finalmente chegou o dia do passeio, todos estavam com suas bolsas e o uniforme completo para não haver confusão sobre aquelas crianças. Dazai estava vendo Chuuya com o uniforme completo pela primeira vez, era tão fofo e esquisito, quase não se pode ver sua pele. Os braços cobertos pela terceira peça, as mãos pelas luvas de sempre, a única coisa que Osamu podia visualizar era o pescoço pálido do pequeno rapaz, que ainda estava enfeitado pela gargantilha de couro preta. Com todos prontos na porta da escola, a caminho da estação, Chuuya finalmente pôde ver Sayaka, ela parecia um pouco nervosa, o que lhe fez recuar com a ideia de conversar para saber se estavam bem. Kenzaburo também estava cabisbaixo, parecia melancólico, mas não era importante o suficiente para fazer Chuuya despender tempo pensando no que ocorreu.

Os alunos enfim saíram rumo a estação com os professores, e Chuuya estava dividindo os novos airpods com Dazai, por não pretender usar os de fio durante essa viagem que eles certamente irão querer se afastar vez ou outra para ver tal coisa. Dentro do trem, que era um pouco diferente dos que estão acostumados, pois além dos que utilizam no dia a dia, aqueles com vários bancos presos em um único batente onde você é forçado a conviver com pessoas de ambos os lados, este era semelhante a um ônibus com um banco de cada lado, eles ficaram obviamente juntos. Foi tirado jokenpo para saber quem iria à janela, Dazai venceu, mas ainda deu lugar ao ruivo que lhe agradeceu com um afago na cabeça, fazendo-o sorrir. Sayaka estava ao lado de Kenzaburo, atrás da dupla, e conversava tranquilamente com o rapaz, enquanto os dois a sua frente revezavam seus planos sem prestar muita atenção na conversa das pessoas atrás.

Dazai já esteve em Tokyo, e conhece parte da cidade, mas era a primeira vez que Chuuya estava indo para lá, então estava clara toda sua empolgação com o lugar. Enquanto o professor explicava novamente a rota que fariam, onde poderiam parar e quanto tempo eles ficariam, pontos de encontro caso alguém acabasse se perdendo, como não deveriam aceitar coisas de estranhos, etc. Dazai estava explicando e ensinando ao ruivo algumas coisas que fariam, e também afirmou que, devido ao número exorbitante de estrangeiros na capital, ele deveria ter um pouco mais de cuidado.

[...]

Diante do templo Senso-ji, os olhos de Chuuya estavam bem abertos assim como sua boca, estava em choque, era um dos únicos assim. Vez ou outra, desde seu fundamental, as crianças estão acostumadas a fazer excursões e acampamentos, então não era novidade estarem em Tokyo, o que tornava as reações de Chuuya ainda mais engraçadas para os outros. O que chamou a atenção do estrangeiro, foi ver o portão de entrada, grande, imponente e vermelho, sua cor favorita, o que deixava tudo melhor. Dazai mostrou algumas pessoas que estavam vestidas de kimono, prontas para tirarem fotos, assistindo o ruivo dar alguns pulinhos bobos, as observando de longe e comentando sobre como estavam bonitas e bem produzidas. O professor explicou um pouco da história do templo, e como era o mais antigo da capital, construído em 645. Todos tiraram fotos, e foram soltos no lugar, tendo 30 minutos para explorar livremente até irem ao próximo ponto.

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