Capítulo LXXIII - A História De Nakahara Chuuya (Parte 3)

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Com 6 anos, eles acabaram voltando para Nancy. Verlaine se formou com sucesso na escola militar, assim como Rimbaud, que não era lá o melhor aluno. O loiro resolveu seguir os passos de seu pai, entrando na faculdade de advocacia, enquanto Rimbaud estava na de relações internacionais. Kansuke estava orgulhoso do filho e empolgado pelo mesmo, Verlaine ainda namorava a mesma garota de quanto tinha 17, e realmente via naquele casal um futuro promissor. Paul seria um futuro advogado, enquanto sua namorada era uma soldada militar tentando tornar-se tenente. Kansuke gostava daquilo, e Chuuya aprendeu a conviver com sua cunhada, embora ainda não gostasse dela. Chiya estava um pouco mais tolerável, eles tinham amigos em Nancy, Paris e Marselha, sendo estes os principais lugares que frequentavam. Embora não fossem tão próximos, ainda era uma boa relação. Os gêmeos eram possessivos com o outro, sentindo realmente ciúmes e inveja que o outro interagindo com terceiras pessoas. Rimbaud agora os visitava mesmo sem Verlaine, os levando para passear ou apenas brincado com eles. Paul ainda saía com seus irmãos, mas com menos frequência, o que feria Chuuya, que sentia falta do mais velho.

Era inverno, próximos ao fim de ano, e Chloé amava levar seus filhos para a pista de gelo na cidade de Nancy, era grande e atrativo. Chiya era um excelente dançarino, interessado em instrumentos como piano e violino, Chuuya dançava bem, mas era nítido que jamais acompanharia o ritmo do irmão, já os instrumentos que gostava eram bateria e guitarra. Alguns, grandes demais para a idade, mas mesmo os infantis possuíam boas melodias. Chloé, amante do teclado e piano, estava orgulhosa de ambos os filhos, embora realmente dedicasse mais tempo a ensinar o mais interessado em aprender piano, vulgo Chiya, enquanto Chuuya apenas ouvia. Kansuke estava empolgado novamente com o natal, já que não comemorava no Japão, amava a data no exterior. Verlaine estava com sua namorada, Rimbaud e Elise estavam cobertos de presentes para as crianças mimadas, e a família estava inteiramente reunida, incluindo a tia dos gêmeos, irmã de Chloé.

— Vai logo, Clair. Eu quero patinar. — Resmungou o ruivo ansioso, e o irmão afirmou não estar no controle, afinal, os patins não eram eles quem amarravam, e sim as babás. Chloé repreendeu Chuuya, afirmando que o garoto deveria esperar de forma paciente, já que patinaria de qualquer forma, então, Chuuya se aquietou a contragosto. Ao ver que seu irmão finalmente estava livre, Chuuya agarrou a mão do outro, e a babá que estava pronta para segui-los foi barrada por Chloé. A ruiva sabia que a babá não conseguiria impedir algum acidente de acontecer, e seus filhos sabiam mais que qualquer um que não havia problema algum em cair, afinal, há uma boa rede de apoio para acudir caso necessário. Outros interessados em patinar eram Verlaine, Rimbaud e Marion, embora a garota não fosse das melhores, Rimbaud e Verlaine estavam mais que dispostos a ajudar. Não eram exatamente como patinadores profissionais, óbvio, mas eram bons professores. — Verlaine, me levanta? — Perguntou a fim de dividir a atenção de seu irmão, enquanto Chiya falava baboseiras para Marion e Rimbaud.

— Levantar? Agora? — Perguntou ao outro que afirmou, e Verlaine analisou se valia a pena fazê-lo. Com seis anos, Elise já não o pegava no colo se Verlaine pedisse, então, ele decidiu não fazê-lo. — Não. — Respondeu, e Chuuya o encarou descrente. Embora recebesse não de sua mãe e pai, as outras pessoas dificilmente lhe negavam algo, e Verlaine nunca negou, apenas direcionava a atenção para outra dinâmica. — Vem, me dá a mão. — Pediu, e Chuuya o fez, curioso, apesar de ainda estar irritado. — Eu já volto, tá? — Avisou, e sua namorada concordou, interessada em conversar com Chiya, o que Rimbaud também amava. — Eles pararam de implicar com vocês na escola? — Perguntou curioso, patinando devagar com o ruivo que afirmou, triste por Verlaine ter lhe negado colo. — Você tá crescendo, Ciel. Logo, logo vocês vão estar do tamanho da Chloé, e aí vão ficar do meu tamanho. Eu não vou poder te pegar no colo sempre.

— Você vai casar com ela? — Perguntou preocupado, e Verlaine segurou a risada, parecendo entender finalmente os ciúmes do irmão. — Vai casar com ela e ir embora? Aí você vai parar de me ver? — Perguntou assustado, fazendo o loiro franzir o cenho, perguntando de onde Nakahara tirou aquele pensamento. — Tinham algumas meninas na escola falando que os irmãos delas foram embora quando se casaram. Você também vai embora? — Questionou, e Paul se agachou em um canto, sentando no gelo e deixando o ruivo sentar a sua frente, esperando uma explicação. — Eu não quero que você vá embora, quero que continue aqui. O Clair também concorda comigo.

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