Capítulo I - Aluno Novo

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Era o primeiro dia de aula na cidade de Yokohama, Chuuya estava animado e nervoso simultaneamente, era uma escola nova e ele estava ingressando no ensino médio, teria que fazer novos amigos e isso não era exatamente de seu agrado. Sempre foi recluso, apesar de ser incentivado por seu irmão mais velho a fazer amizades, então, ele prometeu para si mesmo que tentaria fazer ao menos um amigo. Enquanto se distraia com a imensidão do lugar, ele acabou pisando no pé de um rapaz. Ao virar-se para pedir desculpas, notou a feição irritada, e ele não queria confusão para o primeiro dia de aula, então fez o lógico para não apanhar; correu. Sem olhar para trás, ele adentrou na escola nova e correu pelos corredores esbarrando em algumas pessoas e se desculpando por isso, mas ao virar para trás notou que aquele rapaz alto também corria atrás dele. Que ótimo primeiro dia!

— Eu só pisei no seu pé, 'pra quê todo esse ódio? Eu já pedi desculpas! — Dizia enquanto corria, e logo entrou em uma das salas abertas enquanto jogava algumas mesas contra a porta, percebeu um armário que com certeza o caberia. Abandonando as mesas, rapidamente se escondeu dentro do armário visando despistar aquele rapaz, mas não contava com o mesmo abrindo a porta sem tanta dificuldade pelas mesas mal colocadas. Conteve a própria respiração, mas estava agoniado naquele lugar. Chuuya não era claustrofóbico, ao menos nunca fez exame para saber, mas detestava lugares apertados, então ele se segurou ao máximo para não sair. Xingou a si mesmo por ser burro em entrar ali e esquecer disso. Ao ver aquele rapaz pouco maior que o armário se aproximar dele, preparou-se para abrir as portas e correr, mas logo fora surpreendido pelo mesmo que abriu a porta e se jogou no armário, que já estava apertado.

— Eu juro que foi sem querer. Não quero ir pra detenção no primeiro dia de aula, colabora comigo. — Pediu vendo o quão próximo estava do peito dele, o rapaz nada disse, apenas tapou a boca do ruivo sinalizando que olhasse para fora. Havia um funcionário, o zelador, que adentrou confuso pelas carteiras bagunçadas. Chuuya baixou a mão do garoto, e então teve sua respiração cada vez mais acelerada, queria sair dali ou iria acabar passando mal. O outro rapaz logo viu o quão mal o ruivo estava, e sussurrou pedindo que aguentasse um pouco mais. Foi um erro, Chuuya que já não aguentava mais, tinha os olhos marejados, e enfim o outro rapaz desistiu abrindo a porta. O zelador se assustou ao ver os dois, e logo soltou uma risada nasal.

— Aprontando logo no primeiro dia, Dazai? Quem é esse? Seu novo amigo? Os dois pra diretoria comigo, anda. Sabe que não pode entrar nessas salas de reunião. — Brincou o mais velho, realmente os chamando para a diretoria. Dazai pegou a bolsa que largou no armário e começou a andar, ao olhar para trás notou o péssimo estado do ruivo, e decidiu o ajudar. Segurou seu pulso para andar mais rápido, mas levou um tapa em sua mão ouvindo o menor dizer que poderia fazer sozinho.

— Tanto faz. — Resmungou ao virar-se, sentindo o garoto segurar a barra de seu colete enquanto caminhava atrás de si. Ele até cogitou bater em sua mão, mas com aquele estado era o mesmo que dar um tapa em seu rosto. Sendo assim, preferiu não fazer. Diminuiu os passos, observando o quão curtas eram as pernas daquele que andava devagar.

[...]

— Diretor, trouxe esses dois que estavam... Presos no armário da sala de reuniões, se é que me entende. — Informou o zelador ao diretor que pediu aos dois que sentassem. Assim fizeram, mas Chuuya não queria saber de ficar em mais uma sala abafada, então pouco importava o que diria, ele queria sair.

— Não aconteceu nada no armário, eu juro. Nem conheço esse cara. É que ele acabou derrubando uma pulseira quando pisou no meu pé, e eu tive que devolver. Mas ele se escondeu, e fiquei com medo de acabar aqui. Pelo visto não ajudou em muita coisa. — Osamu começou a falar, mostrando uma pulseira que Chuuya desconhecia. Ele não usa nada além de luvas um pouco gastas e uma gargantilha, o diretor parecia não acreditar na história de Dazai, então virou-se para o novato que encarou o garoto desconhecido começando o teatro.

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