Capítulo LXIII

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Chuuya entregou sua escova para Osamu, e deixou que o mesmo penteasse seu cabelo, um voto de confiança. Dazai nunca foi tão cuidadoso com o próprio cabelo, seus fios são grossos e fortes, pela boa genética, não são tão carentes de cuidados, ele nem mesmo se importa com isso. Entretanto, Chuuya tem muito cuidado com os próprios fios quando não está em crises depressivas que afetam sua autoimagem. Dazai estava penteando os fios do outro com delicadeza, mais delicado do que com os próprios fios, e Chuuya estava encolhido a sua frente, brincando com as próprias unhas em silêncio.

- Dazai, sabia que painho gostava de tirar fotos? E que eu tenho várias guardadas, além daquela que te mostrei? - Perguntou ciente da resposta, e Dazai perguntou se Chuuya gostava de fotos quando criança. - Sempre gostei de câmeras. Tinta, maquiagem, telas, música, fotografia. Arte visual no geral. Eu gosto, sempre gostei. Quando eu era pequeno, eu era muito bravo, então vivia brigando quando falavam sobre o nosso cabelo. - Explicou, e Dazai abriu um sorriso frouxo, comentando sobre ser engraçada a existência de um mini Chuuya irritado. - Reze que nossos filhos tenham o seu comportamento, se tiverem o meu, a gente toma no cu.

- Eu só faço bagunça, mas sempre fui calminho. Como precisava ajudar a minha mãe, eu não pensava em tanta coisa que uma criança deveria pensar.- Explicou, e Nakahara comentou sobre querer que Dazai não tivesse passado por aquilo, querer ter conhecido sua sogra. - Você ia gostar muito dela, vida. A minha como era? Você disse que ela era brava, era brava igual você? - Perguntou curioso, e o ruivo afirmou ser bem mais calmo que sua mãe, mas que a outra parecia impor limites com mais facilidade. - Acho que é porque ela era mãe, né. Mãe tem essa moral. Se você é mais calmo que ela, eu não imagino nem como seria a sua casa.

- Eu sou um doce. Mainha já era estressada, e foi casar logo com painho que vivia perturbando ela. A Elise é mais quieta, mas o Verlaine conta que painho perturbava igual. - Disse risonho, recordando dos almoços em família. Osamu parou de pentear seus fios quando o embaraço sumiu, e ele levantou o rosto de Nakahara, lhe oferecendo um beijo na testa, que foi muito bem aceito. - Mas se você inventar de me perturbar, eu meto a bicuda em você. Era legal brincar na fazenda, eu gostava bastante. Você que é todo frescurento não vai gostar muito, eu acho. - Implicou, mostrando a língua ao outro que secava seus fios com uma toalha, tentando entender como funcionava o secador.

- Tem lugar pra gente se pegar? - Perguntou, e o outro afirmou rindo da pergunta tosca. - Então eu vou amar. - Disse orgulhoso, e Chuuya revirou os olhos, o chamando de idiota. - A gente vai primeiro conhecer seus avós daqui e depois os de lá, né? - Perguntou, e o outro afirmou, se virando para Osamu para lhe ajudar com o secador, mas que Dazai logo pensou bobagem. Chuuya estava de joelhos com o rosto entre suas pernas, com preguiça demais para levantar e roubar o secador, então, ele preguiçosamente encostou o rosto na coxa do outro, lhe mostrando como o secador funcionava com o difusor. - Meu bem, você não acha melhor levantar e sentar do meu lado?

- Por quê? Você faz isso comigo, e ainda dorme. - Respondeu implicando com o outro, pondo o secador na extensão e demonstrando como amassar os cachos. - Presta atenção. Não é porque eu não tô definindo que quero ele parecendo um ninho de rato. - Explicou, entregando o secador para Osamu e virando de costas outra vez. - Eu tô entediado. Não quero mais fazer nada. - Reclamou, e Dazai estava realmente concentrado em secar seu cabelo, afirmando que Chuuya precisava suportar aquilo. - Verlaine me disse que é importante aprender a ficar no tédio junto. Eu não quero agora. A gente fica no tédio depois. Dazai, eu tô no tédio. Eu te dou cinco minutos pra fazer o que quiser comigo. - Avisou, e o outro continuou secando seus fios, o ignorando. - Sério? Nem um abraço? Um selinho? Um beijo na bochecha?

- Primeiro seus cachinhos. Eu vou ver mais vídeos de como cuidar do cabelo cacheado, você vai ver. Meu bem, você começou a gostar de mim quando? Não lembro se a gente já falou disso. - Dito isso, Chuuya explicou que foram algumas semanas após a festa de Sayaka. - Eu queria te pegar antes dela já. Desde que a gente saiu pro parque. Quando a gente tava na roda gigante, você foi incrível. - Comentou sorridente, e o outro disse não ter feito nada. - Você existiu, vida. Ficou lindo. Mas eu só fui gostar mesmo de você depois que eu vi aquele álbum de fotos, não supero você vestido de pinguim.

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