Capítulo LXXX - A História de Nakahara Chuuya (Parte 10)

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⚠️ Esse capítulo contém cenas/menções a assédio sexual, violência física, violência sexual, fobia social, abuso de álcool, cigarro, drogas, bullying, abuso de autoridade, surtos de psicose, descriminação de gênero e orientação sexual, cyberbullying, pornografia, falsa identidade, automutilação, dependência emocional, entre outros gatilhos. Se você é sensível há algum desses temas, não leia. ⚠️

⚠️Se foi vítima de algum desses absurdos, denuncie. ⚠️

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Chegado o novo ano, junto a terapeuta, Chuuya foi instigado a tentar estudar, já que aquela criança tinha fascínio em aprender. Após alguns dias cogitando, Chuuya conversou com Elise e a mesma se deu o trabalho de pesquisar diversos profissionais para ensinar o garoto. No início, Chuuya exigiu que ela continuasse com ele durante as aulas e elas sempre fossem em um cômodo aberto, quase desistindo algumas vezes. Verlaine também passou a ter um papel importante, o de ajudar Chuuya tirando suas dúvidas durante os exercícios. Chuuya era um excelente matemático, mas tinha dificuldade em gramática, sempre teve, o que Verlaine estranhou. Para ele, aquele em sua frente era Chiya, e Chiya era o destaque nas aulas de francês. Conforme o tempo passava, Chuuya começou a estudar sozinho quando Verlaine não estava em casa. Na cabeça machucada daquela criança, ela precisava substituir o irmão e a própria presença. Chuuya precisava viver por dois, ser melhor do que seu irmão foi, ser a expectativa do que o irmão poderia ser.

Sendo assim, ele se esforçou para continuar com a fisioterapia e para entender as matérias de que não gostava. Em alguns meses, enquanto a sepultura de seu irmão era feita, Chuuya voltou a sentir os dedos dos pés, e conseguia movê-los com muito esforço. Verlaine e Chuuya estavam na sala, sem conversar, o mais novo lia uma história em quadrinhos enquanto o irmão mexia nas redes sociais. Chuuya estava completamente torto no sofá, o que Verlaine achava engraçado e até tirou uma foto para mostrar para sua mãe que estava fora. Enquanto se remexia como uma lagartixa no sofá, Chuuya acabou escorregando, o que Verlaine esperava, e deixou diversas almofadas jogadas no chão, onde Chuuya caiu. O loiro estava rindo do irmão que lhe jogava a HQ, sem tentar se levantar.

— Vai mesmo ficar no chão? — Perguntou, levantando e sentando ao lado do outro, que usou o loiro como travesseiro, deitando a cabeça em sua coxa. Paul estava surpreso, estático, tentando não gritar de emoção naquele momento. Chuuya o estava tolerando com mais facilidade, e agora o usava de apoio. — Quer assistir alguma coisa? Que não seja Homem Aranha, você só assiste isso.

— Preconceito com o Homem Aranha por acaso? Monster High então. — Resmungou, entregando o controle ao outro. Verlaine não tardou a acatar a ideia, então ele assistiu às bonecas com a moda dos anos 2000 em aventuras aleatórias, incluindo numa em que ele não prestou tanta atenção, mas falava sobre catacumbas. — Tem catacumbas aqui, né? Raphael falou uma vez sobre as catacumbas de Paris. Eu quero ir pr--

— Não. Você não vai. — Impôs, e o outro franziu o cenho, se afastando de Verlaine e se afastando emburrado. Como bom parisiense apocalíptico, Verlaine já esteve nas catacumbas e nas raves que tinham nela, ele não seria louco de deixar o irmão fazer o mesmo. — É perigoso, Clair. Você não pode ir. Muita gente se perde lá dentro. Raphael não é aquele menino que bateu em você e no Ciel? Por que você daria ouvidos a ele?

— Cala a boca. — Ordenou, e o outro afirmou que Chuuya não deveria dar ouvidos a esse tipo de coisa, e que poderia perguntar se Elise o deixaria ir às catacumbas. — É claro que ela vai deixar. Você que é insuportável. — Reclamou, e usando a força dos braços para subir no sofá, ele demorou um pouco para conseguir, e só com o apoio de Verlaine conseguiu se sentar corretamente. — Isso é tão-- irritante! Eu não posso fazer o que eu quero, não posso sair pra onde eu quero, não posso nem subir no sofá sem ajuda! Preferia não ter voltado se significasse viver desse jeito. — Reclamou irritado, e Verlaine logo lhe corrigiu, afirmando que não deveria pensar dessa forma. — Cala a boca, Verlaine! Você não tava lá e não é você que tá assim.

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