Capítulo LXXXIX

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Ainda reunidos no sofá, Verlaine estava contente em ver que ao menos a maioria ali estava de bem com seus relacionamentos e sexualidades. Kenzaburo era o primeiro adolescente que Verlaine conhecia e realmente não tinha interesse algum em outras pessoas, mesmo tendo relação com muitas. Chuuya, por outro lado, apesar de ainda se sentir um pouco incomodado, parecia bem melhor desde que começou a se relacionar com Osamu. Então, Kenzaburo comentou outra vez sobre Tokyo, garantindo a atenção dos adultos e, principalmente, de Chuuya. O ruivo queria saber o que fariam para conseguir saber se ficaria ou não perto de seu namorado, apesar de não entender se conseguiria conversar com ele. Estando tarde, eles conversaram e comeram um pouco mais, com as contribuições de Kenzaburo sendo quase nulas quando se tratava de interagir com Verlaine. Eles permaneceram na sala até que Chuuya estivesse sonolento e acabasse conseguindo que Kenzaburo também fosse dormir. Alimentados e banhados, eles dormiram no mesmo quarto. Chuuya demorou um pouco mais para dormir, estava ansioso, mas fez isso segurando a manga do pijama de Kenzaburo, que tinha a barriga apalpada por Leno Brega. Oe mexia no celular, trocando mensagens com Nikolai para marcar o que precisavam fazer, e não se incomodou com Chuuya segurando sua roupa justamente por não estar tocando em sua pele. 

[...]

Pela manhã, Chuuya e Kenzaburo acordaram exatamente no mesmo horário, cumprimentando o outro enquanto Leno Brega lambia as bochechas do moreno, apalpando seu pescoço. Oe afirmou que iriam sair às sete da manhã, e Chuuya o encarava com os olhos grandes, escondendo as bochechas rosadas. Havia algumas coisas escritas na varanda de Dazai, assim como diversos corações de papel espalhados. Osamu acabou dormindo sozinho, afinal, ele iria sair e abandonar seu amigo em casa não é legal. Além disso, Gin convidou Akutagawa para um piquenique. Sendo cinco da manhã, acostumado a não conviver com outras pessoas e quando convive essas acordam tarde, Kenzaburo se assustou ao ouvir passos vindo da escada, então, ele pegou Leno Brega nos braços e abriu a porta do quarto, assistindo Paul e Rimbaud passarem.

— Vocês não dormem? — Perguntou, fechando a porta, mas sem obter resposta. Chuuya precisava carregar até poder falar com outra pessoa, por não saber disso, Kenzaburo colocou Leno no chão e arremessou um travesseiro no garoto. — Responde, seu merda. 

— Não. — Resmungou, se escondendo nas cobertas. Oe usou daquele tempo para organizar suas coisas, no caso, documentos, celular e dinheiro. Chuuya observou aquilo até finalmente conseguir raciocinar. — A gente vai demorar? — Perguntou, aguardando uma resposta positiva. 

— Tá preocupado com hora por quê? Vai tomar remédio? — Perguntou irônico, e Chuuya lhe arremessou o travesseiro de volta. — Cala a boca, espirro de pica. Gente com menos de 1.60 não tem opinião aqui. — Disse o mais velho, e Chuuya afirmou ter 1.60, logo, ele tem opinião. — Nossa, achei que você tinha 1.50, mas mesmo assim não tem opinião. Estrangeiro não fala nada. Vai tomar banho, você demora. — Ordenou, e Chuuya afirmou estar cedo. — Tinha que ser inglês. 

— Francês. Eu sou francês. — Corrigiu, irritado, e Kenzaburo afirmou serem todos iguais. — Eu vou enfiar uma tora de madeira no seu cu e você me diz se é a mesma coisa que-- ai, garoto, você me estressa. — Reclamou, levantando a contra gosto e se dirigindo ao banheiro. De fato, Chuuya demorou quase uma hora no banho e parecia irritado ao sair dele por não fazer as unhas no dia anterior. Havia um esmalte vermelho descascando, e aquilo era um incômodo. Kenzaburo ainda estava no quarto, brincando com Leno Brega e completamente arrumado. Os fios ainda estavam molhados, ele vestia uma bermuda retro japonesa preta e uma camiseta verde com um pequeno desenho de "A Viagem De Chihiro" no peito. — Que banho rápido. 

— Você que fica enrolando no banho. Parece que tá é fazendo a água. — Resmungou, fungando no pescoço de Leno Brega. — Viagem logo, eu quero ficar com o Leno. — Reclamou, e Chuuya recordou da viagem que não fez. Ele pensou nela por alguns segundos antes de questionar como Oe sabia falar o nome do gato. — Com a boca? Nossa, você e seu namorado fazem perguntas muito burras. Vai se vestir. E se você for de jaqueta, vai passar muito calor. 

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