Capítulo XXXI

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Passando os dias no hospital sem nenhuma inconsistência em seus exames, Dazai foi levado para casa, suas pernas não doíam tanto, eram cortes rasos, então ele podia caminhar normalmente. Apesar das costas doloridas, ele tinha energia e remexia bem, fazendo o que queria, apesar do braço machucado. Chuuya foi importunado por ele como se nada tivesse acontecido, Akutagawa e Atsushi passaram mais tempo com Dazai, repassando coisas que estavam acontecendo na escola como Kenzaburo estar mais divertido, ter parado de implicar com os outros, sua proximidade com Sayaka ter aumentado, entre outras bobagens do clube de teatro. Chuuya e Dazai faltaram por dois dias, e enfim era o fim de semana, Osamu se sentia disposto a ir à aula na segunda, apesar de Chuuya e todos os adultos estarem hesitantes. De qualquer modo, eles não ousariam interferir, se Dazai se sente bem em ir à escola, ele irá. Oda não se importou em ter Chuuya dormindo em sua casa, ou em deixar Dazai dormir na casa de Verlaine. Eles eram grudados, e Nakahara fazia um bom papel de enfermeiro, eram fofos, e era amável a forma que Osamu conversava com Oda sobre Nakahara. Enfim, na casa de Chuuya, deitados no chão, eles estavam teorizando sobre a possibilidade de viajarem juntos, já que Oda havia permitido que aquilo acontecesse, desde que obedecessem a Verlaine e Rimbaud em sua ausência.

Nakahara deu novos lírios a Osamu, que o deixou em um vaso na casa de Oda, em sua própria casa, Dazai não estava mais preocupado em abandonar as coisas de sua mãe, todas elas estavam em seu nome, e ele tomaria posse aos 18 anos. Não era muito, uma casa velha, uma certa quantia de dinheiro que sua avó depositou na conta, o suficiente para pagar uma boa faculdade, e algumas outras coisas de valor sentimental. Ele não voltou naquela casa desde que apanhou lá pela última vez, e não estava com pressa alguma. Sua bolsa com as coisas que iria levar na fuga estava no quarto que Rimbaud lhe fez, os discos estavam no quarto de Chuuya com os DVDs e CDs, eles passaram um bom tempo os ouvindo. Chuuya estava remoendo o que ouviu de Dazai com o efeito da anestesia, e sobre o que leu na carta que não deveria ter lido ainda, tentando achar um meio de introduzir aquilo na conversa. Entediado, o garoto sugeriu que fizessem um jantar para Rimbaud e Verlaine, certamente cansados depois do trabalho, hospital e delegacia. Apesar de não conhecer absolutamente nada na cozinha e estar com um braço inutilizável, se Chuuya sugeriu, significa que Dazai tem utilidade, o que é bom.

Após colar um aviso com uma figurinha do Ben10 escrito um grande "não entre" na porta da cozinha, os adolescentes se trancaram na mesma, e Chuuya começou a listar o que utilizaria, e Dazai colocou tudo no balcão. O cardápio será massa fresca e strogonoff de carne, é fácil e rápido. Uma boa primeira receita para ensinar Dazai a fazer, e ele parecia além de animado em aprender. Chuuya limpou o balcão, e com a ajuda de Osamu, despejou bons 100 gramas de farinha de trigo no mesmo junto à 150 de semolina, uma mistura da moagem incompleta de cereais, fazendo um mini vulcão. Eles nem haviam começado direito e o rosto de Dazai estava totalmente sujo de farinha por soprar a mesma tentando limpar, foi inevitável não rir de sua situação. Chuuya se aproximou, e o ajudou a limpar o rosto, ao menos parte dele, deixando suas bochechas rosadas.

— Você realmente nunca cozinhou, né? Quem sopra farinha? — Perguntou irônico, assistindo o moreno espirrar pela provocação feita em seu nariz. — Você sabe quebrar ovos pelo menos? Sem estourar as gemas. — Disse, e Dazai pegou um dos ovos, batendo contra o balcão com um pouco mais da força necessária, estourando a gema ao colocar no recipiente que o ruivo pediu. — É devagar, se fizer com força vai estourar. Mas tá tudo bem, nós vamos usar dois ovos inteiros e três gemas. Quer que eu te ensine a separar a clara da gema?

— Quero, e desculpa por ter quebrado. Eu sou uma negação na cozinha. — Resmungou entristecido, e Chuuya lhe fez um afago na cabeça afirmando estar tudo bem, sujando-o de faria sem perceber. Sem ser pego no crime que cometeu, Chuuya lavou as mãos novamente na surdina e pegou um dos ovos, batendo com delicadeza no balcão, e despejando na tigela vazia, já que o ovo quebrado foi anteriormente introduzido na massa. Dazai repetiu o processo, e ficou além de animado ao ver que o ovo que quebrou estava inteiro, fazendo uma dancinha boba de comemoração. — Meu bem, qual o nome da parte amarela do ovo? — Perguntou, e mesmo confuso, Chuuya respondeu. No momento em que "gema" saiu de seus lábios, Dazai realmente soltou um gemido tosco, seguido de risada enquanto Chuuya estava tentando entender o que aconteceu.

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