Capítulo VII - Cosmo World

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Chegado o tão esperado fim de semana, Chuuya preparou o café da manhã e separou o de Dazai, sentando na mesa para conversar com Rimbaud e Verlaine. Estava com sono, noite passada, ele passou horas trocando mensagem com Dazai. Apesar de ter feito a comida, Nakahara estava no momento de processar que havia acordado, e não no que estava acontecendo. Então, demorou um pouco para ouvir Arthur chamando seu nome, e mesmo ouvindo não conseguiu entender muito do que ele tinha a dizer.

— Chuuya? Ei, você tá legal? Tá com raiva? Fez o café e ainda tá com sono, como isso é possível? — Rimbaud perguntou, balançando mão na frente do rosto do ruivo, que estava com a cara emburrada e um bico nos lábios. Verlaine riu da situação, aparentemente, Chuuya dormiu menos que o normal, ou teve um sono ruim. 

— Ele fica assim quando dorme pouco ou tem sono ruim, não se lembra? Chuuya, pode voltar a dormir. Você disse que só iam sair mais tarde, tem tempo de sobra pra tirar um cochilo. — O loiro disse, se aproximando do irmão e afagando seus fios. O mais novo então abaixou a cabeça, fechando os olhos enquanto bocejava, afirmando estar bem, fazendo Paul rir mais um pouco.

— O rosto dele tá inchado, é muito fofo. — Rimbaud brincou, cutucando a bochecha de Nakahara que estava exposta. Verlaine confirmou, tomando um gole de café enquanto pensava sobre a conversa que teve com seu irmão alguns dias atrás. Era verdade que Arthur estava sempre com eles, e Paul sentia certa atração pelo amigo, mas Rimbaud é como Chuuya, nunca chegou a demonstrar interesse por alguém, então era arriscado "se declarar" e estragar a amizade que tinham, ainda mais tão distante de casa, onde não podem simplesmente se afastar por um tempo.

— Eu tô legal, eu tô legal. — Chuuya falou de repente, levantando a cabeça como um bêbado, atrapalhando os pensamentos de Paul e assustando Arthur, que estava cutucando sua bochecha avermelhada. — Eu vou comer o banho e tomar um pão pra ir pra escola. — Anunciou, buscando um dos pães com chocolate que Rimbaud fez e mordendo enquanto mastigava preguiçosamente. Chuuya continuou rendendo algumas pérolas até lavar o rosto, no caso, até tomar banho.

— Chuuya, vai dormir! Se eu te vir aqui nos próximos três minutos, te proíbo de ir passear. Eu aposto que ele dormiu bem depois do horário normal. Ele vai sair com o Dazai, você quer fazer alguma coisa? Posso te mostrar a cidade pra você ir se acostumando. Ele só vai voltar às dez, mas acho provável demorarem mais, então a gente pode dar uma volta. — Verlaine propôs, e Arthur aceitou imediatamente, rindo do processamento lento de Nakahara. Chuuya levantou lentamente, parecendo assustado com a ameaça do loiro. Ele deu alguns passos preguiçosos, até que simplesmente se jogou no sofá e dormiu lá mesmo.

Após algumas horas, o ruivo foi acordado pelo irmão, que o mandou se aprontar por estar próximo do horário de saída. Chuuya se levantou apressado, correndo para o quarto e começando a arrumar-se. Era seu momento de confiança e narcisismo, o banho e todo o processo de se arrumar. Nakahara acredita que por ser jovem seu estilo não seja lá tão firme, então está sempre tentando coisas diferentes. Oversized o faz parecer menor do que realmente é, apesar de ser confortável. Grunge não é lá tão atraente quanto parecia anos atrás. Alternativo realmente não é para ele, principalmente quando tentou usar saia uma vez, foi desastroso. E apesar de gostar do clássico, não é exatamente algo que o atrai por si só, já que muitas vezes o mistura com o sensual. Nos últimos três anos tentando entender o próprio estilo, Chuuya descobriu algumas coisas; gosta de alfaiataria, couro, látex, e estar o mais próximo do famoso "fem fatale" que conseguir sem perder sua essência. De qualquer forma, é apenas um passeio pela cidade, então não é como se precisasse pensar no que vestir tanto assim. 

Nakahara buscou em seu guarda-roupa uma camisa preta sem mangas, ficava colada em seu corpo, e exibia alguns centímetros de seu abdômen. Seu inferior foi coberto por uma calça cargo, também preta, que carregava algumas correntes de tamanhos variados. Nos pés, um coturno pesado. E em seu pescoço sua gargantilha de couro que sempre estava ali, e nas mãos um par de luvas de couro sem dedos. Olhando-se no espelho e percebendo a predominância da cor preta em suas vestes, Nakahara franziu o cenho, e colocou um brinco de ampulheta azul nas orelhas como se aquilo bastasse para dizer que sua roupa não era um completo breu. Além disso, os fios encaracolados do ruivo estavam soltos, e propositalmente bagunçados. 

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