Capítulo VI

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Chuuya adentrou no auditório seguindo Dazai como um rato, estava envergonhado vendo o número de alunos. Para sua felicidade, Akutagawa estava lá com Atsushi, e para sua infelicidade Kenzaburo também fazia essa aula. Era uma mistura de turmas. Todavia, o nono ano e o primeiro ficavam juntos por serem recém chegados no ensino médio, poderiam se sentir mais confortáveis entre si. Chuuya se sentou ao lado de Atsushi, que estava ao lado de Akutagawa, e Osamu sentou ao seu lado. Akutagawa, Atsushi, Chuuya, Dazai e... Kenzaburo? O último citado estava ao lado de Osamu e da professora, que começou a se apresentar para os alunos. Dazai então embolou seu moletom, e o colocou no ombro de Nakahara, que ao virar-se para checar o que seria, viu apenas o amigo pousar a cabeça ali. Poucos minutos depois, Dazai dormia como um bebê. 

A professora se apresentou como Kouyou Ozaki, enquanto ela fazia uma pedindo aos alunos para se apresentarem, Chuuya só conseguia pensar na aparência dela. Era alta, magra, possuía longos cílios negros e as pálpebras parcialmente tingidas de rosa, seus lábios finos carregavam um vermelho vibrante, mas, o que mais chamou atenção foi seu cabelo, os fios ruivos em um tom rosado tinha a mesma cor das sobrancelhas, fazendo com que o garoto ficasse animado em ter outra pessoa parecida com ele. Era uma farsa? Sim, mas uma farsa confortável. Entretanto, mesmo que quisesse chegar um pouco mais perto, não estava a fim de acordar o amigo dorminhoco ao seu lado, então o garoto se aquietou encarando as lentes rosadas que a mulher usava.

O início da aula foi um momento para que as turmas se conhecessem melhor, então Dazai usou aquele tempo para dormir. Depois de meia hora de bate-papo, Osamu já estava deitado com a cabeça apoiada nas coxas de Chuuya, que acariciava seus fios enquanto ouvia a professora falar sobre a lista de peças que ela gostava, após certo tempo de pura discussão, duas peças de William Shakespeare tinham empatado na votação como as que mais viram. Romeu e Julieta, e Um Sonho de Uma Noite de Verão; que parte considerava ultrapassada e tediosa, a outra considerava um clássico e digno de reproduzir em quantas peças forem possíveis. A professora então decidiu distribuir algumas falas para quem quisesse tentar.

— Você sabe atuar, tampinha? — Dazai perguntou, lendo as falas que tinha em mãos enquanto Chuuya ainda parecia distraído com a professora que conversava com uma aluna. — Qual das duas te chamou atenção? Kouyou ou Sayaka? — Perguntou curioso, tentando ter a atenção do ruivo, que abaixou a cabeça o encarando.

— Sayaka é a menina? O cabelo da professora é tingido, né? — Chuuya questionou, voltando a encarar as duas que sorriam enquanto se falavam. Ambas com sorrisos bonitos, Sayaka tinha um diferencial, seus caninos eram acentuados. Dazai, detestando ter suas perguntas ignoradas, tapeou a perna do rapaz, ou tentou onde estava descansando a cabeça. Feito isso, viu o mais velho se fechar como uma bolinha, cobrindo o colo com as mãos e colando a testa na sua.

— Oh, acertei no seu amigo? Foi mal, era pra ser na sua coxa. — Osamu perguntou, tendo a preocupação espantada pela vontade de rir pela forma que Nakahara estava, o moreno nem se importou com a situação que se encontrava. Estava com a testa colada com a de Chuuya, que sofria em silêncio, então evitou se levantar e acabar gerando outra dor de bater suas cabeças.

— Eu vou te castrar, Dazai. Tu se cuida. — Ameaçou, levantando sua cabeça e empurrando o amigo para que saísse de seu colo. O ponto ruim de ter feito isso foi que jogou Dazai exatamente nas costas de Kenzaburo, que se virou irritado, avistando a face dos dois que o ameaçaram no dia anterior, ele nada disse, apenas empurrou Dazai para trás. 

— Por que estão me jogando como se eu fosse um saco de batatas? Eu sou um ser humano também! — O mais novo reclamou ao ser empurrado de volta contra Kenzaburo por Chuuya, e os três só pararam de se empurrar ao terem a atenção chamada pela professora. O olhar de Kouyou caiu sobre o ruivo, que abriu um sorriso amigável para ela, a mesma sorriu de volta. — Então foi a Kouyou. 

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