Capítulo XXXIV

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Na manhã seguinte, ao acordar, Chuuya passou um bom tempo encarando o teto, esperando seu cérebro fazer o favor de finalmente funcionar. Dazai ainda o abraçava, e dormia tranquilamente com o ruivo nos braços, mas por tê-lo se mexendo, ele murmurou algum pedido tosco para que Chuuya ficasse quieto, o que funcionou, por conta da noite anterior, Nakahara não tinha a menor vontade de levantar. Eles ficaram quietos e em silêncio tentando dormir um pouco mais quando enfim ouviram um telefone tocar, era o celular de Osamu, o toque mais escandaloso possível de "Butterfly - Smile" que assustou aos dois rapazes. O moreno praguejou um pouco antes de levantar e pegar o celular que estava jogado com suas fotos da noite anterior, enquanto rastejava de volta para a cama, ele ouviu a voz de Akutagawa soar do outro lado da linha perguntando sobre sua localização e a de Nakahara, pois Kenzaburo estava em sua porta, acompanhado de Sayaka, perguntando sobre os dois dizendo ser algo importante. 

— Quem? Por quê? Aku, na moral, não são nem dez da manhã e tu já tá me ligando? — Resmungou enquanto coçava os olhos, guardando o restante das fotos que estavam jogadas e empilhando seus álbuns. Chuuya, apesar de não estar a fim de levantar, se apressou para guardar a foto em família e a foto de sua mãe, fechando a caixa e a pondo de volta embaixo da cama, indo ao banheiro escovar os dentes. — O tampinha tá aqui. Por que caralhos o Kenzaburo tá na tua porta? — Questionou confuso, e Akutagawa apenas disse que o rapaz estava avisando ser algo importante, e queria que se encontrassem. — O Kenzaburo disse que é importante ou a Sayaka disse? — Questionou, ajudando o ruivo a arrumar a cama, ouvindo o amigo explicar. — Tá bom, tá bom. Manda eles pra loja, o Kenzaburo sabe chegar. Valeu. 

— Pra onde cê vai? — Perguntou o ruivo, finalizando a cama e ouvindo o maior dizer que ambos se encontrariam com Kenzaburo e Sayaka já que a garota queria conversar com ambos e, nas palavras de Ryunosuke, ela estava com uma aparência deplorável. — Akutagawa não é bom de elogios. — Comentou, bebendo um pouco de água enquanto Dazai escovava os dentes, perguntando se Nakahara havia feito algo para os dois que queriam lhes encontrar. — Pera, então eu tenho que ir mesmo? Eu achei que tu tava brincando. O que eles querem? Amanhã tem aula, não tinha como esperar? 

— Akutagawa disse que a Sayaka parecia nervosa, mas nenhum dos dois quis dizer o motivo. — Explicou, terminando de lavar o rosto e puxando o ruivo pela cintura, pousando um selar em seus lábios. — Eu posso me acostumar com isso.— Brincou, fungando no pescoço alheio enquanto seguia o ruivo pelo corredor, chegando na cozinha, o café estava sendo finalizado, então, eles apenas tiveram o trabalho de arrumar a mesa. — Eu preciso perguntar pro Oda se posso sair igual você faz? Nunca fiz isso.

— Provavelmente. — Respondeu, sentando-se com os outros e ouvindo o irmão questionar onde planejavam ir. — Eu não sei direito. Sair com uns colegas? É quase isso. Dazai que chamou. — Disse jogando a responsabilidade no mais novo, que recebeu a atenção dos dois adultos curiosos. Mesmo com toda a convivência e relação amável que construíram, Dazai não podia negar que sente um frio na espinha quando Verlaine o encara com a face fechada, o que acontece com frequência por Paul não ser exatamente uma pessoa sorridente se não estiver conversando com seu irmão, ao contrário de Rimbaud, que tem um semblante gentil e suave mesmo com o rosto relaxado.

— A gente vai se encontrar na loja, eu não tenho certeza de onde vamos ficar. Mas ele vai mandar foto, e prometo trazer ele sem nenhum arranhão. — Disse o mais novo, e Verlaine pareceu convencido. Em todas as vezes que saíram, Chuuya nunca voltou machucado, na verdade, voltava falante e sorridente, o que Paul adorava. Ouvir seu irmão jogar conversa fora e contar animado sobre seus passeios são uma conquista para Verlaine, o que deixa aos dois contentes. 

— Foi bom o banho? — Perguntou o loiro, fazendo os adolescentes engasgarem envergonhados, o mais velho apenas ria enquanto auxiliava para se acalmarem. — Eu não precisei sair com o Arthur e nem ouvi nenhum barulho estranho, suponho que tenha sido tranquilo. — Implicou, recebendo bronca do namorado para deixá-los em paz, e assim foi feito. Apesar do constrangimento, eles comeram tranquilamente e, ao fim, enquanto retiravam os pratos, Verlaine avisou. — Dazai, se você ousar fazer o Chuuya sofrer, eu corto seu pinto fora. — Ameaçou, ele não parecia estar brincando, mas recebeu bronca tanto do namorado quando do irmão por estar ameaçando o garoto. 

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