Capítulo XLIV

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Com a tenda montada e o piquenique pronto, Chuuya espalhou protetor solar em seu mais novo namorado oficial, e o outro casal fez o mesmo. Como esperado, Dazai e Akutagawa ficaram na tenda, se recusando a ir ao mar. Osamu não gosta da praia, principalmente porque a areia costuma grudar em suas cicatrizes, então ele não queria sair da tenda e correr o risco de ter milhares de grãos de areia em suas pernas. Akutagawa não gosta de sol, muito menos de tomar banho no mar, ele considera uma atividade inútil e um esforço sem sentido por tão pouca diversão. Assistindo os namorados se divertindo na água, os que estavam na tenda começaram a conversar sobre suas experiências no namoro, compartilhando conselhos, sem necessariamente dizer algo íntimo sobre os relacionamentos. Já Atsushi e Chuuya estavam brincando na água salgada, nadando de um lado para o outro, pulando ondas e rindo enquanto faziam testes para saber quem aguentava mais tempo embaixo d'água. 

— Acha que dá pra gente puxar eles pra água? Nunca vi pessoas com tanto medo de tomar banho no mar. — Perguntou o ruivo de bochechas rosadas, e o albino logo negou derrotado. Akutagawa estava cansado pelos exames, e ficaria irritado se fosse forçado a fazer algo que não quer. Dazai é o mais pesado e escandaloso entre eles, seria um desastre tentar puxá-lo estando tão longe da água. — Você tem razão. — Resmungou entristecido, avistando um grupo de amigos chegar, três garotas e dois garotos, o que fez o ruivo franzir o cenho confuso. — Vocês não disseram que ninguém vem pra praia na primavera?

— Não costumam vir. Acho que eles vão ficar do outro lado, aqui é perto das pedras e as pessoas não gostam muito. — Comentou as encarando por um momento até desviar o olhar para Nakahara e ouvir o mesmo ser chamado por Osamu. — Acho que eu entendi. — Murmurou o albino, acompanhando o ruivo que caminhava até o namorado com suas pernas curtas. — Você anda devagar, né? A gente tá sempre parado quando tá junto, e graças a Deus. Eu ia te deixar pra trás. — Brincou o mais novo, recebendo um empurrão do ruivo irritado, parando de frente para os outros dois. — Aku, me dá um sorvete? Eu tô morrendo. — Disse o albino dramático, e seu namorado apenas virou o rosto cruzando os braços irritado. — Foi só um comentário! A diferença de altura deles é gritante.

— Não é tão grande assim. — Resmungou o ruivo, e Dazai enfim levantou com sua ajuda, exibindo a diferença de altura realmente gritante. 15cm não podem ser ignorados. — O que você quer? Eu não tô tão vermelho, não preciso de mais protetor. — Explicou dando uma voltinha, afirmando não estar com o corpo avermelhado. Dazai lhe pediu para ficar quieto, e vestiu a camisa no namorado como se fosse uma boneca, fechando o zíper sem dificuldade. O ruivo franziu o cenho em confusão, afinal, ele pretendia voltar para a água e Nakahara não costuma usar camisa quando está em piscina ou praia. — Eu vou tomar banho de novo. — Resmungou com as mãos na cintura, e o outro tocou a ponta de seu nariz com o indicador com o objetivo de chamar sua atenção.

— Foda-se. Você pode tirar a camisa assim que aquele grupinho decidir onde vai ficar, meu bem. Estão secando você e o Atsushi só com o olhar. Eu sei que é irritante, mas espere um pouquinho. A gente vai partir o bolo, não vai? — Perguntou tentando desviar o assunto, mas o ruivo irritado apenas cruzou os braços em desdém a pergunta feita, entretanto, vendo que Atsushi também se vestiu, Chuuya deixou sua raiva se esvair. — Quer comer? — Perguntou curioso, e Nakahara ainda parecia irritado por precisar se vestir apenas por conta de um grupo confuso, então, não pareceu sequer ouvir sua pergunta. — O que você quer fazer?

— Brincar na água. — Respondeu emburrado, formando um bico nos labios e deixando o cenho franzido ainda com os braços cruzados. — Por que é normal pra vocês encararem outras pessoas sem dizer nada? Eu sei que meu cabelo é estranho, mas precisa olhar assim? Isso é esquisito e desconfortável. — Reclamou, e Akutagawa apenas disse ser algo cultural, e que Nakahara era o esquisito da situação. — Eu sei, foi mal. Tô irritado porque estragou minha diversão. — Explicou, e Atsushi concordou ser algo chato, se jogando na toalha estendida no chão e perguntando se os outros gostariam de jogar. — Jogo eu gosto. Senta, Dazai. A gente parte o bolo. — Disse já se sentando de frente para Atsushi, que abriu um largo sorriso empolgado com sua bolsa, retirando de lá baralho, uno, quiz, uma bola de vôlei que ocupava quase todo o espaço da bolsa, além de um jogo de tabuleiro, chamado Detetive e um jogo de xadrez.

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