Capítulo XLV

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Parado com a água do mar na altura da cintura, Dazai checou os arredores, e abraçou o ruivo sorridente, contente consigo próprio por conseguir entrar na água mesmo que movimentada. Balançando com as águas, Chuuya ameaçou soltar a mão de Dazai, que imediatamente o apertou, se recusando a fazê-lo. O ruivo pensou um pouco, e flexionou os joelhos, agachando na água, sugerindo que o outro fizesse o mesmo e, mesmo com receio, Dazai o fez. A maré que balançava seu corpo lentamente, deixando Osamu preocupado com a ideia de vir alguma onda violenta e lhe machucar novamente, entretanto, mesmo sem dizer isso, Chuuya avisou que eles estavam onde as ondas começam a se formar, ou seja, não há com o que se preocupar além do leve empurrão e, além disso, estando agachados, eles podem apenas levantar e ter a água na cintura novamente. Ainda segurando a mão do outro dentro d'água, Osamu verificou os arredores, a praia vazia e tranquila, apenas com o yin yang caminhando ao longe e o grupo que cumprimentava outro membro de cabelos avermelhados. 

— Acha que consegue se soltar agora? Eu vou deixar a mão estendida, se não aguentar você segura de novo. — Sugeriu o ruivo, e Dazai começou a pensar. Ele está seguro, tem alguém ao seu lado e pode apenas levantar que nenhuma gota de água entrará em seu corpo. Analisando estes pontos, ele levantou as mãos entrelaçadas até que estivessem na superfície e enfim as soltou. Livre e só, mas não solitário. — Tá vendo? Você tá bem, não tá? É só água, não vai machucar você. — Disse o ruivo sem se mover, se Osamu quisesse segurá-lo, ele estaria ali. O moreno se tranquilizou concordando com o outro, e pareceu pensar por um momento, se afastando do namorado aos poucos. — Quer tentar nadar?

— Não, isso é demais. Tá bom assim. — Respondeu, e o outro aceitou, perguntando se poderia sair do lugar. — Pode. Mas não vai muito longe, por favor, se eu ficar com medo quero poder tocar você. — Ao fim de sua frase, o outro apenas lhe puxou para perto e pousou um selar em seus lábios, sem checar se havia alguém perto. Paralisado, Osamu assistiu seu namorado começar a nadar ao seu redor, apenas um ponto laranja se movendo enquanto o restante do corpo pálido se misturava com a areia, entretanto, enquanto assistia, algo lhe mordeu, o fazendo levantar assustado chamando pelo namorado, que subiu poucos segundos depois com um largo sorriso no rosto. — Meu bem, tem bicho aqui. Alguma coisa me mordeu. Alguma coisa me arranhou, eu senti, era afiado. Não quero mais ficar aqui. — Resmungou segurando os ombros do namorado que afastava os fios para trás batendo a lateral da cabeça com receio de ter entrado água em seu ouvido, em seguida, o ruivo esticou uma das mãos ao namorado formando uma pinça com o indicador e polegar, se agachando e fazendo Osamu sentir a mesma sensação de alguns segundos atrás, o tranquilizando sobre o que seria. — Eu não vou mais abraçar você quando for dormir. 

— Quê? Por quê? — Resmungou, e o outro negou segurando sua mão e caminhando para fora d'água. — Foi só uma brincadeira, Dazai. Não era pra você ficar com raiva. — Reclamou, sendo ignorado pelo namorado que não queria suas justificativas. — Era pra dar um sustinho, meu amor, não quis machucar você. Perdão, não foi a intenção te irritar. — Justificou, e Osamu parou de caminhar quando a água chegou em suas panturrilhas. — Você tá bem? Desculpa. Eu não devia ter feito isso, sinto muito. — Disse o ruivo balançando o corpo como uma criança mimada, então, sem aviso algum, Dazai o apertou em um abraço, escondendo o rosto do outro em seu peito. — Tá tudo bem? Não devia ter feito isso, não era pra te irritar. Achei que você fosse só se assustar um pouco, não queria te deixar desde jeito. Perdão. — Murmurou o ruivo, apertando o namorado usando força até recordar que o mesmo estava sem gesso, ou seja, também poderia lhe apertar com força, e foi isso que aconteceu. — Não acredito que caí nessa. Vai se foder. Me solta. Não vou mais pedir desculpas. Socorro, eu vou morrer. Tô sem ar. 

— Eu desculpo, meu bem. Não fiquei com raiva, é que me assustou. Tá tudo bem. — Disse o mais novo apertando o namorado que se debatia em seus braços pela força exercida, fazendo Osamu rir antes de soltá-lo. — Você tá rosa, meu bem. Tem que passar mais protetor. Cadê o Akutagawa e o Atsushi? Meu Deus, que caminhada longa essa deles. — Reclamou enquanto o namorado o xingava, ainda procurando pelos amigos, Dazai levou um susto tão grande quanto Chuuya quando sentiram mãos frias em suas costas, e algo beliscar em seus calcanhares. Em um pulo alto correndo em direção à margem, eles ouviram as risadas de seus amigos. Akutagawa que estava com as mãos frias em suas costas, e Atsushi que os beliscou. Eles haviam entrado no mar depois que Dazai se distraiu e, por estarem próximos, se aproveitaram do drama e barulho para assustá-los. — Bando de arrombado, filhos da puta. Venha, meu bem. Não fique perto dessa gentalha. — Resmungou o moreno, e seu namorado instantaneamente mostrou o dedo ao casal que estava rindo do drama feito. 

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