Capítulo XXXII

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Depois de tanto pensar, Chuuya levantou, pegou toalhas, roupas, e bateu na porta, recebendo o pedido que esperasse um pouco, pois Osamu ainda não tinha conseguido retirar a calça. O ruivo novamente bateu, e Dazai pediu que esperasse mais um pouco, perguntando se havia algo errado quando finalmente retirou a calça e procurou uma toalha, cobrindo sua cintura e finalmente abrindo a porta, pondo apenas a cabeça para fora. Chuuya estava com as bochechas vermelhas, roupas e toalhas dobradas, mais toalhas que o normal e roupas que não eram de Osamu. O moreno franziu o cenho, pensando por alguns segundos até liberar a porta, se escorando na pia e cruzando os braços, o ruivo realmente entrou, e trancou a porta, deixando o outro surpreso. Mesmo que tenha dito o que disse, Dazai pensou que aquela seria apenas mais uma provocação que passaria batido, mas não foi.

— Eu posso fazer hidratação no seu cabelo? — Perguntou o ruivo, e Dazai afirmou. Osamu estava sem calça e camisa, apenas com a roupa íntima e a toalha o cobrindo. Não era a primeira vez que ficava sem camisa na frente de Nakahara, mas parecia, o ambiente frio parecia ser tão quente. Eles estavam nervosos, era de se esperar. Até mesmo quando Chuuya retirou as roupas e cobriu o íntimo com a toalha, Dazai virou de costas para deixá-lo mais a vontade, e Chuuya fez o mesmo quando Dazai retirou a cueca. A banheira estava com água morna, temperatura que Nakahara não costuma usar, mas parecia adequada naquele momento. Chuuya entrou primeiro, e Dazai logo depois, um em cada ponta, com as pernas semi curvadas e entrelaçadas. — Isso é estranho?

— Acho que não, mas não achei que você fosse realmente aceitar. — Explicou, e o outro questionou se tudo não passava de uma brincadeira, parecia apreensivo. — Não, não é isso. Quando eu falo essas coisas, você só ignora. Achei que fosse acontecer de novo. — Explicou, e Chuuya se afundou um pouco mais na água, até que apenas os seus olhos estivessem de fora. Era uma banheira espaçosa, então não houve problema com aquilo. — Quando você soube que gostava de mim? Ou suspeitou. Eu quero te beijar desde a festa da Sayaka, mas tive crush em você umas semanas antes. Naquele dia que eu contei os seus gominhos e te dei um beijo no queixo, você tinha dito "ainda não", tava falando de beijo naquela hora? — Perguntou curioso, pronto para quebrar o gelo.

— Como interesse amoroso? Eu tava pensando que gostava de você antes de ir pra festa, porque sou mais próximo de você do que de qualquer outra pessoa. E aquele "ainda não" era porque eu não tinha certeza, não ia arriscar. — Explicou, brincando um pouco com a água enquanto pensava no que dizer até começar a rir sem motivo, deixando o outro confuso. — Quando você acordou com a anestesia, ficou fazendo birra pra eu não te tocar porque você tava "namorando". Você teve a audácia de dizer que eu, Chuuya, era menos bonito que o seu namorado. Mas quem era o seu namorado? Isso mesmo, eu. — Implicou, assistindo às bochechas do mais novo se avermelharem. O garoto então lhe empurrou um pouco d'água, e Chuuya fez o mesmo em seguida. — Você ficou falando da minha bunda até com a anestesia, tu precisa se tratar.

— Eu não lembro de nada disso, mas deve ter sido verdade. Eu falei que era grande e bonita? Ou macia? Ai, eu adoro apertar ela. É muito bom, tipo uma bolinha anti stress, mas que só eu posso pegar. — Brincou, e Chuuya revirou os olhos, pedindo que Osamu se aproximasse. Hesitante, o moreno fez. Dazai fechou as pernas, e Nakahara fez o mesmo, sentados um de frente pro outro. — Você tem ciúmes de mim e da Sayaka? Eu tenho de vocês, quando sumiram na festa, eu cheirei umas cinco carreiras de pó porque não tava aguentando nem imaginar vocês juntos. — Comentou irritado, apesar de já saber que não havia acontecido nada, Dazai não podia evitar seus ciúmes. O moreno não se orgulhava daquilo que dizia, mas estava sendo sincero. Chuuya encarou Dazai por alguns segundos e suspirou, virando-o de costas e começando a lavar seus fios.

— Acho que sim, mas quando você me disse que vai tava mais ficando com ela, meio que passou. Eu não queria falar que gostava de você porque achei que você fosse tentar transformar isso numa amizade colorida igual você tinha com ela. — Explicou, espalhando o shampoo no cabelo do outro, massageando seu couro cabeludo. Dazai estalou a língua no céu da boca, e franziu o cenho negando com a cabeça, dizendo ser um pensamento bobo, apesar de compreensível. — Ah, você era específico ao mesmo tempo que não era, tava parecendo eu. Você pelo menos entendeu o que eu quis dizer com Spiderpool?

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