Capítulo LXXIX - A História De Nakahara Chuuya (Parte 9)

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⚠️⚠️Esse capítulo contém cenas de violência. Se for sensível a esse tipo de conteúdo, não leia. ⚠️⚠️

• Informação importante para os lerdos de plantão: Chiya sumiu, foi de F no chat, fez cosplay de morto, foi assistir o show do Michael Jackson de camarote. Chuuya tá com a pulseira com o nome de Clair(nome francês do Chiya), as pessoas acham que ele é o irmão dele.

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Mesmo após alguns dias, Chuuya ainda estava surtando com os médicos, não suportava olhar para o rosto do irmão e repudiava qualquer toque de Rimbaud. Gritava com todos, fazia bagunça, às vezes comia e às vezes não. Elize voltou quando o governo a liberou, e precisou conversar com os médicos e o filho para entender a situação de Chuuya. Psicologicamente, ele estava destruído, e seu estado físico não era dos melhores. Para uma criança que estava sempre correndo, pulando e se escondendo no pasto, não poder andar deve ser, no mínimo, desesperador. Certa madrugada, enquanto Elize estava no hospital para que Verlaine e Rimbaud pudessem ter o merecido descanso, Chuuya estava fazendo mal ao próprio corpo. Com um garfo disponibilizado pelo hospital para comer, ele estava marcando o próprio corpo para lembrar quem era, ou tentar se misturar com o que poderia ser. Elize entrou no quarto de repente, se deparando com o sangue manchando os lençóis e a perna curvada como se o osso estivesse quebrado. Ela teve a reação imediata de arrancar o garfo das mãos de Chuuya e segurá-lo, questionando o porquê havia feito aquilo. 

— O que foi dessa vez? Isso nem dói. O que você quer? Pra quê tudo isso? Eu cansei também. — Reclamou, e Elize se apressou para chamar a enfermeira tocando o botão. Era um corte raso, garfos de plástico não podem fazer muito contra uma criança sem força. Elize, embora fosse adulta, não sabia como lidar com o surto psicótico daquela criança. Perdeu os amigos, um dos filhos, um que está vivo constantemente, tem crises de ansiedade e pânico, o outro, tenta tirar a própria vida ou machuca o próprio corpo. — Eu tô cansado. Me solta. — Ordenou, e a mulher afrouxou o aperto, assistindo às enfermeiras chegarem, avistando o problema e se apressando para resolver. Cansada, a loira sentou-se na poltrona e encostou a testa próximo ao braço de Chuuya, suspirando cansada, o que chamou a atenção da criança que, pela primeira vez, não estava tentando espancar outras pessoas. — Vai embora. Eu não preciso de você. De nenhum de vocês.

— Precisa. Você não quer, mas precisa. — Resmungou frustrada, contendo as próprias lágrimas. — A gente vai viajar hoje de tarde. Você vai fazer fisioterapia em Paris. — Avisou, e o outro reclamou sobre não querer, já que não precisava. — Você vai fazer fisioterapia em Paris, nós vamos viajar hoje de tarde. — Avisou novamente, e a criança voltou a contradizer. — Hoje de tarde você sai desse hospital, e vai pro aeroporto com a gente. Vamos acompanhar você na fisioterapia em alguns meses. — Avisou, ouvindo as enfermeiras abandonando o quarto. Feito isso, ela segurou as mãos de Chuuya com força para não arrancar os curativos e suspirou, cansada. — Eu sinto muito por não estar com você quando você precisou tanto de mim.

— Vocês abandonaram a gente. Abandonaram meu irmão. Mataram ele. É culpa de vocês. Você sentir e se desculpar pelo que não fez não vai trazer ele de volta, nem vai trazer meus pais. — Reclamou, e Elize concordou com ele, pedindo o perdão daquela criança. — Conviva com a culpa daquilo que vocês permitiram que fizessem. — Anunciou, irritado, ele fechou o punho e o puxou ao sentir Elize afrouxar, batendo na cabeça da mais velha sem medir esforços, cortando a mesma que bateu contra o ferro da cama. Elize voltou a segurá-lo, e checou a quantidade de sangue que saía de seu corpo. Embora Verlaine tenha sentido vontade de agredir o próprio irmão algumas vezes durante aqueles dias, Elize era madura o suficiente para sequer ter esse tipo de pensamento. A loira suspirou, irritada, e encarou a criança. Chuuya tinha o olhar de mil jardas, olhar que ela viu poucas vezes em tantos anos de vida dentre militares combatentes de pequenas guerras.

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