Capítulo XLVII - Aniversário de Dazai Osamu (Parte 2)

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Mesmo que estivesse sendo massacrado pelo olhar do namorado que lhe implorava por um único selar, Nakahara não teve problemas em se vestir. O ruivo estava com um novo par de coturnos, vermelho vinho com detalhes em preto e um pouco maiores que os de costume, uma calça de alfaiataria preta enfeitada por correntes e um cinto de couro largo, haviam duas tiras coladas na cintura do garoto, vindo de seu íntimo, a camisa era uma social branca, cortada cinco dedos de sua cintura, um cropped de manga longa. Sua gargantilha de sempre estava lá, junto as luvas sem dedos que ainda escondiam sua aliança. Os diversos piercings que usava na orelha eram prateados, além de um brinco de taça de vinho e o outro da garrafa alcoólica, seus snake bites finos eram harmônicos com o restante dos adereços. Seu cabelo estava solto e arrumado, os cachos abertos e volumosos chamavam atenção, mas Nakahara não achava mais aquilo tão estranho visto que ninguém lhe ofereceu uma face desagradável, ele não estava com maquiagem na bolsa, mas tinha o gloss que Osamu lhe deu, deixando seus lábios brilhantes e fazendo o namorado se sentir ainda mais tentado em beijar-lhe. 

Chuuya não foi o último a se arrumar por sorte, afinal, Atsushi ainda estava no banho. Dazai estava sentado na cama, inclinado para trás se apoiando nos próprios braços, assistindo seu namorado se aprontar. Como sempre, lá estava sua calça jeans de barra dobrada, o novo par de all star azul-claro que ganhara do pai de Akutagawa, uma camisa social branca por baixo do moletom azul com estampa de nuvens que cobria sua munheca a joia de sua mãe estava presa no pescoço do garoto como um colar, e nas mãos havia apenas uma única aliança dourada que o fazia sorrir bobo sempre que a observava, os fios estavam hidratados, penteados e definidos já que Chuuya se apressou para fazer, deixando Osamu dormir durante o processo. Akutagawa não estava no quarto, ele estava arrumado do lado de fora conversando com o motorista para explicar o cronograma. Vestia uma camisa vitoriana branca, calça preta cintura alta com botões dourados que marcava sua cintura magra, além de sapatos sociais pretos e um sobretudo preto que segurava nos braços cruzados contra seu peito. Os fios tingidos estavam o mesmo de sempre, escorridos e levemente bagunçados, ele não usava nada nas mãos, apenas uma aliança prateada em seu pescoço que estava no colar. Atsushi ainda estava no banho, então, enquanto Chuuya estava de pé admirando a própria aparência no espelho, Osamu passava o mesmo filme na mente, o filme em que ele agarrava o namorado e ganhava uma bronca após borrar todo o gloss do outro por lhe roubar um beijo. 

— Meu bem, vem cá. — Chamou, fazendo o namorado virar em sua direção, cruzando os braços desconfiado. — Você tá se secando aí, daqui a pouco não sobra nada pra mim. Vem cá. Você é todo cheiroso, eu tô sentindo daqui. Quero dar uma fungada nesse seu pescoço. — Pediu, e Nakahara se aproximou ainda desconfiado, parando alguns passos antes, por saber que Osamu o apertaria, ele logo pediu que não o fizesse com tanta força ou seu corpo acabaria ficando marcado. Dazai não negou, mas também não concordou, ele se aproveitou da próxima agilidade ganhando e deixou de se apoiar nas mãos, esticando os braços e agarrando a cintura do menor, puxando-o para si. — Você me deu um susto hoje cedo, meu bem. Não faça isso de novo, por favor. — Resmungou, escondendo o rosto no peito do mais velho, que concordou se desculpando. — Eu acho que você podia me recompensar de outro jeito, hein. E meu beijo? Meu aniversário e você não me deu um mísero selinho. Isso lá é coisa que se faça? E se eu desfalecer aqui porque você não me deu um beijo? Tô sentindo minhas forças indo embora, socorro. — Resmungou dramáticamente, acariciando a cintura do mais velho que segurava a risada pelo teatro feito. — É sério, vida. Eu acho que não consigo mais ir pro shopping se você não me der um beijo, e tem que ser um beijão porque você só me deu selinho ontem. — Exigiu retirando o rosto de onde estava, abraçando a cintura do ruivo em uma tentativa fracassada de trazê-lo para o colo. Chuuya balançou o quadril de um lado para o outro tentando se soltar, mas não conseguiu, Osamu se recusava a soltar-lhe. — Um beijo e eu te solto.

— Você tá muito abusadinho hoje exigindo as coisas. — Resmungou, e o outro voltou a pedir por um beijo. — Mas e se o Atsushi sair do banheiro? Ou alguém abrir a porta? — Argumentou, e o namorado disse não importava, deslizando uma das mãos por dentro da camisa enquanto segurava sua cintura com a outra, Osamu prosseguiu até encontrar a gargantilha, puxando-a levemente em sua direção, implorando por um beijo. O corpo de Nakahara ainda estava formigando pela sensação de ter os dedos de Osamu tocando seu corpo, francamente, tão boa quanto a vez em que Dazai contou seus gominhos. Chuuya deixou o ar escapar de seus pulmões por um momento, surpreso com a situação, ele teve um pequeno trailer do constrangimento que seria se fossem pegos, mas Osamu é convincente o suficiente para tranquilizar Nakahara e dizer que eles certamente acabariam rindo do quão toscos são. Pretendendo não demorar com aquilo, o ruivo segurou o rosto do mais novo e tomou seus lábios. Osamu apertou sua cintura com pouco mais de força, trazendo o garoto para perto até que estivesse quase sentado em sua coxa, e Nakahara quase o mordeu ao fazer isso, sentindo um formigando no ventre que o surpreendeu, causando um arfar involuntário entre o beijo, que Osamu julgou ser uma tentativa fracassada de puxar ar. 

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