Capítulo LVIII

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A noite foi totalmente tranquila para todos os rapazes, Kenzaburo estava em um colchão macio, dormindo o mais confortável possível, Chuuya estava sendo abraçado pelo namorado, e Dazai estava abraçando seu namorado enquanto era feito de sanduíche pelos outros dois. Nenhum deles acordou, mas se movimentaram até que Dazai estivesse esmagado entre eles, mas tudo corria bem. Chuuya acordou primeiro que todos, e Kenzaburo logo após ele, Chuuya apalpou as costas de Kenzaburo, que deu um tapa em sua mão, levantando o rosto para checar se o rapaz estava bem. Eles se encararam por alguns segundos, decidindo que aquilo era estranho, Chuuya sentou, e Kenzaburo franziu o cenho pouco antes de rir. Os fios de Nakahara estavam desgrenhados, altos e totalmente selvagens, era algo obvio, como de costume, Dazai puxou Chuuya de volta enquanto Kenzaburo dava risada da face perdida de Nakahara naquele momento. 

— O que aconteceu com você? — Perguntou Oe confuso, já que ele nunca chegou a ver Chuuya desarrumado, nenhum fio nunca esteve fora do lugar. Então, dar de cara com a imagem de Chuuya acordando como um ser humano qualquer, fez Kenzaburo rir pelo contraste. — Que coisa estranha, e engraçado. — Disse Oe, e Nakahara permaneceu quieto, seus olhos grandes estavam abertos enquanto ele raciocinava quem era. — Ei, afasta um pouco. Eu quero ir no banheiro. — Pediu, e Osamu resmungou sobre dormirem novamente, mas Oe queria fazer xixi, então, o empurrou mesmo assim. — Se vocês forem se pegar, me digam pra não sair do banheiro.

— Por que vocês têm que acordar tão cedo? Meu Deus, vamos descansar? — Resmungou Dazai, e Chuuya ainda estava quieto, raciocinando, quando enfim voltou a si, ele empurrou o namorado e sentou, sendo puxado de volta. — Meu bem, só mais um pouco, por favor. — Pediu, e Chuuya suspirou, aceitando ficar deitado um pouco mais, resmungando sobre estar cansado. — Eu quero faltar hoje. Última semana, vamos faltar. — Resmungou, e o ruivo afagou seus fios, resmungando sobre estar com o nariz entupido. Sua primeira frase do dia, a voz rouca pelo sono e pelo resfriado. Dazai sentiu um arrepio na espinha, largando o namorado por um momento. O rosto adorável em contraste com a voz grave, simplesmente caótica. — Meu bem, acho que você não pode ir pra aula mesmo. Misericórdia. Respira aí. — Pediu, pondo a mão no peito do namorado, que encheu os pulmões, fazendo Dazai sentir as fracas vibrações do mesmo. Chuuya sentiu encômodo, então, tossiu. — Credo, você tá é quebrando uma parede. — Reclamou, e logo ouviu a mesma tosse vir do banheiro, revelando Oe um tempo depois. — Vocês dois vão ficar em casa.

— A gente quase não falta, por que precisa ser justo na última semana? — Perguntou Chuuya, e Oe comentou sobre sua voz grave, recebendo o mesmo comentário por Osamu. — Eu já entendi. Você vai ficar também ou vai pra escola? — Perguntou ao namorado, que afirmou que cuidaria dos dois, o que Kenzaburo achou ridículo. — Eu concordo. É só uma gripe, não tem problema. Você pode ir pra escola contar fofoca pra gente. — Disse o mais velho, e Osamu disse que queria realmente faltar, o que Oe ignorou completamente comentando sobre o fato de Nakahara precisar urgentemente de uma lavagem nasal por sua voz fanha. — E você também. Me dá a mão. — Pediu, e Oe franziu o cenho antes de esticar a mão, estava quente, e Chuuya o puxou para perto, medindo sua temperatura e afirmando que o rapaz estava com febre, e recebendo a mesma resposta.

Chuuya então fez fila indiana, segurando a mão de Kenzaburo, que segurava a mão de Dazai, para sair do quarto, descendo as escadas e chegando na sala, onde o casal não estava, então, finalmente na cozinha, ao abrir a porta, o casal estava sentado na mesa, debatendo como se estivessem na frente do juiz, o que deixou os adolescentes confusos. Antes de sequer conseguir questionar, Chuuya ouviu Rimbaud explicar que ele e Paul estavam discutindo, como as pessoas racionais que são, eles estavam tentando entender o que havia de errado já que no dia anterior eles tomaram decisões e disseram coisas que irritou o outro e os deixou deprimidos.

— É essa a maturidade que eu quero ter um dia. A gente tá doente, menos o Dazai. — Explicou, e Rimbaud disse ser perceptível por conta da voz fanha, Verlaine franziu o cenho irritado chamando por Oe, que não tardou a obedecer, parando na frente do loiro. — Ele tá com febre. — Explanou, e Verlaine verificou a temperatura do rapaz, antes de concordar e perguntar de Oe tinha interesse em ver sua mãe de fato. Chuuya ficou tenso por um momento, assistindo seu irmão ser carinhoso com Oe. Verlaine é tão frio e distante quanto a própria mãe quando se trata de um bully, ele não mediu esforços para destruir cada um daqueles que provocou seu irmão, mas pela primeira vez, estava sendo carinhoso com um deles. Rimbaud parecia orgulhoso, e Chuuya estava surpreso, enquanto Dazai apenas dormia de pé, com o rosto enfiado nos fios do namorado.

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