Capítulo XI

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Verlaine estava com uma sacola de compras em mãos, encarando o irmão, que mantinha os olhos fixos nele. Rimbaud estava surpreso, mas não disse nada. Dazai era o único constrangido naquele momento, e tinha motivos para estar assim. Ele está na casa de seu amigo, sem a permissão do dono da casa, sentado no chão da sala, com a cabeça entre as pernas daquele que o convidou, e tentando vestir sua camisa. O silêncio de alguns segundos durou pouco, Chuuya logo tomou a frente e se pronunciou. 

— A gente foi liberado mais cedo, eu trouxe ele pra cá pra tomar banho já que esse imbecil jogou a gente no riacho. — Explicou ao irmão, que ignorou completamente o fato de Dazai estar entre as pernas de Chuuya ainda vestindo sua camisa, por outro lado, Rimbaud se aproximou extremamente preocupado em ver o olho roxo, que Paul só notou depois do garoto terminar de vestir a camiseta branca. 

— Você tá bem? Isso dói muito? Chuuya, por que você deixou ele ficar sentado no chão? Você comeu direitinho hoje? — Perguntou preocupado com Osamu, o ajudando a se levantar e notando o número de curativos feitos. — Sinto muito por isso, Dazai. Tem alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar? 

— Que tal parar de falar com ele como se fosse uma criança? Qual é, ele já tem minha idade. — Resmungou, enciumado pela falta de atenção, mas Verlaine lhe deu um peteleco na testa, sussurrando em seu ouvido para que não falasse muito ou Rimbaud diria o quanto ele chorou quando Dazai foi embora. — Tem razão. Mas você fala como se eu tivesse tratado ele como um cachorro, ele tava no chão porque eu tava arrumando o cabelo dele, e ele é alto. Só isso. Não confia na criação que você próprio me deu? 

— Eu comi bem hoje. Ele fez muita comida e me deu os doces que você fez, obrigado por isso. Não precisa se preocupar, tá tudo bem. O tampinha fez os curativos e arrumou meu cabelo, não fez mal algum. — Dazai disse, tranquilizando Rimbaud, que pediu para lhe abraçar, e aceitou de bom grado. Chuuya revirou os olhos, e Verlaine segurou a risada ao ouvir o apelido que Osamu deu. Arthur era mais alto que Dazai, e o apertava com um pouco de força, era confortável e caloroso.

— Você quer ficar pro jantar? Quer dormir aqui? Tem um quarto de hóspedes, você pode ficar se quiser. — Rimbaud perguntou, e Dazai negou tudo. Chuuya deitou no sofá, assistindo a tudo com Verlaine, que levantou as pernas do irmão, sentando ao seu lado. — Tem certeza? Você pode dormir com o Chuuya, o quarto dele é grande. 

— Não precisa, é sério. Eu tenho que trabalhar daqui a vinte minutos, tá tudo bem. — Respondeu, se distanciando do mais velho. Verlaine levantou, tranquilizando Rimbaud e pedindo que ele parasse de encher Dazai. Chuuya suspirou, levantando logo depois, puxando Osamu para sentar ao seu lado, e sussurrando em seu ouvido sobre ter contado o acontecimento com seu pai. Naquele momento, Osamu esclareceu a mente, mas imediatamente franziu o cenho encarando o menor, já que Paul levava Rimbaud para a cozinha. — Eu não tenho ideia do que preciso fazer, nunca vi ninguém tão preocupado com um estranho. 

— A empatia dele é enorme, principalmente com os mais novos. Além disso, quem não ia se preocupar com alguém ferido desse jeito? Amanhã eu te devolvo suas roupas, estão na máquina de lavar. — Avisou, e Dazai levantou, arrumando sua bolsa e guardando todas as coisas fora do lugar. Chuuya soltou uma risada nasal pela preocupação de Dazai em deixar as coisas organizadas, afinal, Osamu era um perfeito bagunceiro. — Eu tenho que me despedir deles ou saio sem falar nada? — Perguntou preocupado, e Chuuya apontou para a porta.

Não havia ninguém, Dazai pensou que iria embora sem dizer nada, mas antes de dar o primeiro passo, o ruivo o segurou, logo Arthur surgiu com uma sacola de coisas. Remédios, curativos, pomadas, comida, muita comida, e um bilhete com o número dos dois adultos. O moreno apenas agradeceu, e recebeu mais um abraço de Rimbaud, Verlaine levou Dazai até a porta, seguido por Chuuya. Lá, Paul o aconselhou a acionar a polícia caso haja algum problema, e também um aviso de que sempre seria bem-vindo caso quisesse passar um tempo em sua casa. O mais novo apenas concordou, e Nakahara disse que levaria Dazai até o fim da rua. Dito isso, os dois saíram de casa, Chuuya segurava a bolsa do amigo durante a caminhada. 

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