Capítulo XXX

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⚠️Esse capítulo contém cenas de agressão física e violência explícita, se você for sensível a esse tipo de conteúdo não leia.⚠️

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Após deixar Dazai na loja, Chuuya se despediu e voltou aos dois adultos que lhe esperavam. Eles caminharam de volta para casa, e Nakahara contou empolgado sobre a rosa que ganhou, dando seus pulinhos de sempre. Rimbaud e Verlaine pareciam contentes com sua empolgação, e perguntaram sobre os lírios, tendo como resposta que Dazai pareceu ter gostado das flores. Ele contou dos outros diversos presentes que ganhou, a carta, o caderno, os buquês de papel, os de gelatina que ele e Dazai devoraram durante a aula. Estava feliz, um pouco confiante de que Dazai viria, afinal, se ele fosse responder antes, não precisava de aviso, não precisava pedir que Chuuya lhe esperasse. O ruivo se jogou no chão do quarto, sorrindo abobado, ele logo levantou e correu para pedir um vaso que pudesse colocar sua rosa, ele ganhou um, e voltou saltitante, pondo o vaso na escrivaninha, e se preparando para tomar banho. Chuuya se banhou, arrumou o cabelo, vestiu o pijama que combina com o de Osamu, passou perfume e hidratante como se fosse a um encontro. Ele começou a ler o caderno enquanto o tempo passava, agradecendo a si próprio por ir à academia antes da escola, pois não teria capacidade de se concentrar no treino. No fim da história, ele suspirou, mas releu novamente, estava ansioso, colocou o disco para tocar, cantou, dançou, e ajudou os adultos na cozinha planejando um bom jantar. 

Nakahara sentou-se na sala, e olhou pela janela para checar se Dazai estava chegando, ele até mesmo saiu na calçada para esperar no horário marcado. Entretanto, Osamu não apareceu. Cinco minutos se tornaram dez, e dez minutos se tornaram vinte, e vinte minutos se tornaram trinta minutos depois do horário marcado, ele entrou, desanimado, fechou portas e janelas, e se enfiou no quarto sem nem mesmo jantar. O garoto retirou a caixa que estava embaixo da cama, e a colocou na varanda, forrando um lado da varanda como um ninho novamente. Chuuya se cobriu por inteiro, deixando apenas o rosto de fora, e suspirou, irritado e triste. Ele ainda enviou algumas mensagens para Dazai, mas não obteve resposta, o que fez seus olhos lacrimejarem e ele morder os lábios segurando o choro. Eles estavam indo tão bem, Osamu parecia desejá-lo tanto quanto Chuuya o deseja, mas ele apenas não apareceu. Fez com que Nakahara ficasse empolgado o esperando e não apareceu. O ruivo fungou, e se deixou chorar um pouco, baixo e quieto. Sim, Chuuya disse para si que iria desistir de seus sentimentos por Osamu se o mesmo não aparecesse, mas não é fácil fazer isso. Desistir de alguém, desistir de alguém que você ama, desistir do seu primeiro amor. Isso não é uma tarefa fácil, e é uma tarefa que Chuuya nunca se imaginou executando. 

O ruivo enxugou as próprias lágrimas, e apertou a carta que Dazai lhe disse para ler no sábado. Chuuya cogitou jogar sem ler a mesma, mas pensou consigo próprio "Se eu vou jogar, por que não ler de uma vez?" E assim ele fez. Irritado, o ruivo abriu a carta com delicadeza, afinal, estava com medo de rasgar. Ao abrir, havia purpurina e diversos desenhos soltos na mesma, que quase voaram com o vento. Chuuya sorriu ao ver os desenhos bobos, e fungou, iniciando sua leitura na carta longa com um grande borrão no final. A carta por si só era um grande agradecimento pela amizade que construíram, com as comparações e referências mais toscas. Em seu verso, havia uma espécie de lamentação e raiva misturada, era engraçada e boba, dizia o seguinte: 

"Onde caralhos você esteve esse tempo todo? Eu existo no mesmo mundo que você desde que nasci e tive que esperar mais de 15 anos pra te conhecer. Isso é injusto. Completamente injusto, você não acha? Eu poderia estar te chamando de idiota a mais tempo, poderia estar te abraçando a mais tempo, te amando a mais tempo. Não, eu não acho suficiente o que vivi com você, e eu sei que talvez tenha mais coisa no futuro, mas seria divertido ter você na minha vida a mais tempo. Por onde esteve andando? O que te custava nadar pelo meu lago? O que te custava jogar uma bola na janela do meu quarto? O que te custava? Sério, você é um idiota completo. Eu te amo tanto que esse sentimento me irrita. Eu odeio ficar relaxado demais com você ao ponto de dormir só por estar perto, porque não consigo aproveitar o momento. Eu queria sentar no seu colo e só ficar olhando pro seu rosto, mas você estranharia se eu fizesse isso, eu acho. Fora que não consigo também, se ficar mais de cinco minutos com você vou dormir, ou acabo te mordendo. Já perdi tempo demais longe de você, não quero dormir quando finalmente tenho você comigo." Essa parte estava rabiscada, mas não tão forte quanto o borrão no fim da folha, Chuuya a levantou contra a luz do luar, e leu o curto "Eu gosto de você, não só como amigo" feito em rabiscos infantis. Seu coração estava palpitando, ele colocou a carta presa embaixo da caixa, limpou toda a purpurina e o próprio rosto, deixando-o brilhante por não levantar para lavar as mãos. 

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